domingo, 1 de outubro de 2023

O veneno tem um nome: reeleição, Elio Gaspari, FSP

 O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, expôs o veneno que debilita a política nacional:

- Eu indago, o instituto da reeleição no Poder Executivo fez bem ao Brasil? A minha percepção é de que não foi bom para o país. Quando se coloca no colégio de líderes, todos tendem a acreditar que o fim da reeleição seja bom para o Brasil.

O instituto da reeleição para cargos executivos, criado em 1997, tornou-se uma anomalia política. O presidente, governador ou prefeito assume pensando só nela. Desde seu surgimento, já patrocinou políticas econômicas e sanitárias ruinosas, chegando às articulações golpistas de Jair Bolsonaro.

Rosto de um homem branco no centro da imagem. Ele veste terno preto. No lado direito, uma luz vermelha aparece em desfoque.
Presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), concede entrevista coletiva sobre atividades legislativas - Edilson Rodrigues-14.set.23/Agência Senado

O Brasil já teve instituições ruinosas como a escravidão, a legislação sobre terras e até mesmo a organização tributária. Todas elas nasceram de interesses econômicos. Beneficiavam ou beneficiam classes sociais. A reeleição saiu do nada, impulsionada apenas pelo interesse dos indivíduos de permanecer no poder. Seu patrono, o então presidente Fernando Henrique Cardoso, reconheceu, em 2020, que historicamente foi um erro. Lula e Jair Bolsonaro candidataram-se combatendo-a. Sentando na cadeira, mudaram de ideia.

Pacheco diz que o Senado está "muito ávido" para debater o fim da reeleição. É improvável que se consiga acabar com ela de chofre, mas é possível que o Congresso vote uma emenda constitucional que acabe com a reeleição para presidentes, governadores e prefeitos eleitos a partir de 2026.

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