A Uber divulgou seu primeiro lucro operacional na terça-feira (1º) devido a um melhor controle de custos, marcando um ponto de virada após anos de gastos pesados numa corrida cara para o crescimento.
O tão esperado marco nas finanças da empresa de transporte por aplicativo veio depois que ela acumulou um total de US$ 31,5 bilhões em perdas operacionais desde 2014, o primeiro ano em que divulgou detalhes de suas finanças.
A empresa já tinha passado por uma das expansões globais mais ambiciosas empreendidas por uma startup de tecnologia, ao utilizar montanhas de capital barato para subsidiar viagens e conquistar participação de mercado.
A Uber relatou lucros após impostos em vários trimestres anteriores, embora apenas graças a ganhos em alienações ou reavaliações de seus investimentos de capital.
Por outro lado, no segundo trimestre deste ano, reportou US$ 326 milhões em ganhos antes dos impostos de suas operações, uma reviravolta em relação ao prejuízo operacional de US$ 713 milhões sofrido um ano antes.
A Uber também divulgou uma previsão mais forte do que se esperava para o trimestre atual. Ela previu que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização atingiria US$ 975 milhões a US$ 1,025 bilhão, em comparação com uma estimativa de Wall Street de US$ 915 milhões. Sua previsão de demanda de US$ 34 bilhões a US$ 35 bilhões ficou acima dos US$ 33,9 bilhões previstos pelos analistas.
O executivo-chefe, Dara Khosrowshahi, disse que a mudança da empresa para a lucratividade, bem como seu fluxo de caixa livre trimestral de mais de US$ 1 bilhão, reflete "execução disciplinada, audiência recorde e forte engajamento".
Ele acrescentou que o "rigor em relação aos custos" deixou o grupo sediado em San Francisco "bem posicionado para sustentar uma forte geração de lucro incremental".
Os resultados mostram como a Uber provou ser mais resiliente à alta inflação e à incerteza econômica em comparação com suas rivais.
A Lyft, que divulgará resultados do segundo trimestre no próximo mês, disse no início deste ano que reduziria suas tarifas, tendo perdido participação de mercado para a Uber desde o início da pandemia de coronavírus.
A Uber disse nesta terça (1º) que sua receita no segundo trimestre cresceu 14%, para US$ 9,23 bilhões, um pouco menos do que Wall Street esperava, embora a empresa tenha mantido o crescimento de seu custo total em apenas 1%.
Juntamente com ganhos não realizados em investimentos, a Uber registrou lucro de US$ 394 milhões no trimestre, ou US$ 0,18 por ação, em comparação com prejuízo de US$ 2,6 bilhões no ano anterior. Os analistas esperavam uma perda de US$ 0,01 por ação no período.
As ações da empresa caíram mais de 4% após alertar para a competição de preços com a rival Lyft e estabelecer uma projeção de lucros que, segundo analistas, pode ter decepcionado investidores. Os comentários e o menor ritmo de crescimento de receita ofuscaram o primeiro lucro operacional trimestral da história da Uber.
Com Reuters
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