Quais as lições que se deve tirar da participação da seleção brasileira na Copa do Mundo Feminina? A primeira delas é que o time ainda não empolgou a torcida brasileira. Digo isso pela movimentação rasa no País nos três jogos da equipe de Pia Sundhage na disputa. Apesar de toda a movimentação na mídia, o torcedor não teve o mesmo entusiasmo pelas partidas como se viu no Mundial de 2022, em sua versão masculina. Talvez nunca terá. O horário dos jogos, de madrugada e manhã, atrapalhou, mas não somente isso.
Particularmente, senti mais envolvimento dos brasileiros na edição de 2019. Dentro de campo, o Brasil também não fez por merecer tanto entusiasmo. O time teve uma primeira partida boa, com quatro gols, três deles de Ary Borges, diante do Panamá, mas fracassou diante da França e também da Jamaica: empate sem gols. O Brasil foi um time comum e sem brilho, mesmo com a opção de Marta como titular. Nervosismo, falta de experiência, opções erradas de jogadas, sem criatividade, pressão... O time de Pia não soube lidar com todas essas condições.
O fracasso do Brasil não tem nada a ver com qualquer falta de estrutura. Se não houver recuo, esse problema está superado. O Brasil é um time fraco e inexperiente. Para se ter como comparação, a seleção americana, atual campeã e candidata ao título, teve também muitas dificuldades para se classificar, mas conseguiu. Não vale de nada, mas isso mostra que as rivais também melhoraram. O Brasil tinha de saber disso.
Não quero aqui dizer que a seleção brasileira ‘amarelou’. Faltou futebol. Pia tem seu jeito de pensar o jogo e trabalha a condição tática. Com isso também tira das brasileiras boa dose de liberdade e criatividade. Nem Marta inventou contra a Jamaica. Isso ficou claro nesta campanha e também na maioria das partidas. Marta ficou para trás e nem era a principal jogadora do time nesta Copa. São verdades que temos de entender.
A seleção tem de aprender a decidir jogos, em qualquer etapa das disputas. Tentou diante da Jamaica na fase de grupos e não teve competência para isso. Pia comentou a falta de coragem dentro do jogo. Talvez ela esteja se referindo à falta de ousadia, o que o Brasil não mostrou mesmo. Correu, lutou e tentou de forma bagunçada, sem criatividade, sem organização.
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A treinadora sueca já disse que no Brasil, quando um time perde um jogo ou uma decisão, é o fim do mundo, quando na verdade é apenas uma partida de futebol. Pia vai precisar de mais quatro anos no futebol brasileiro para entender que não é isso. O torcedor brasileiro não aceita perder no futebol, em qualquer categoria. Portanto, não há nesta quarta-feira nada para ser festejado na seleção feminina. Absolutamente nada.
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