segunda-feira, 5 de maio de 2025

O eterno retorno da mediocridade petista, Lygia Maria, FSP

 A trajetória do PT pelo Palácio do Planalto é uma mistura de Nietzsche com Homer Simpson.

O filósofo alemão elaborou um experimento de pensamento conhecido como "eterno retorno", que se baseia na seguinte questão: E se tudo no universo, inclusive a nossa vida, se repetisse indefinidamente, sempre da mesma maneira? Já o personagem estabanado do desenho animado costuma justificar suas trapalhadas com "A culpa é minha e eu coloco em quem eu quiser".

O presidente Lula, acompanhado do agora ex-ministro Carlos Lupi, em evento no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 4.mar.24/Folhapress

No mais recente escândalo envolvendo o partidomilhões de reais foram roubados de brasileiros por meio do INSS, que autorizou descontos em benefícios previdenciários para sindicatos e outras entidades que alegam prestar serviços aos associados.

O governo e a militância petista logo transferiram a culpa pela fraude descomunal para gestões da oposição anteriores. Essa falácia, porém, é derrubada pela realidade dos números.

Há indícios de que os descontos começaram sob Michel Temer (MDB). Mas se o montante rondava R$ 413 milhões em 2016, e com Jair Bolsonaro (PL) chegou a R$ 706 milhões, sob Lula saltou para R$ 2,6 bilhões em 2024.

Quando está no poder, o PT nunca sabe de nada e acaba sendo culpado injustamente. É o eterno retorno da ignorância vitimista, alegada nos escândalos do Mensalão e da Lava Jato.

No caso das pedaladas fiscais (uso de recursos de bancos federais em programas bancados pelo Tesouro Nacional) de Dilma Rousseff também tentou-se desviar responsabilidade com a narrativa de que a prática era normal. Os fatos, de novo, retrucam.

Em 2002, a dívida acumulada era de R$ 948 milhões. Em 2015, explodiu para quase R$ 60 bilhões. Não à toa, o TCU considerou que, na prática, eram empréstimos de bancos federais ao Tesouro —segundo a lei, crime.

A hipótese do eterno retorno nos provoca a refletir sobre como estamos vivendo. Se a ideia da repetição sem fim causa angústia, pode indicar que é preciso viver de modo diferente. Muitos brasileiros já perceberam que é necessário melhorar, enquanto o PT insiste na eterna mediocridade.

União Brasil e PP: o que explica a nova federação do centrão, Lara Mesquita - FSP

 Na última semana, foi lançada a federação entre dois importantes partidos do centrão: União Brasil e Progressistas (PP). Essa será a quarta federação desde que o instrumento foi permitido pela legislação brasileira em 2021.

Diferentemente das outras federações, criadas sobretudo para garantir a sobrevivência de partidos que sozinhos não cumpririam a cláusula de desempenho —seja se aliando a partidos maiores (como PC do B e PV com o PT), seja somando forças com outro partido pequeno (caso de PSOL e Rede, e em certa medida do PSDB e Cidadania)— a nova federação une dois partidos que, à luz dos resultados de 2022, não parecem ameaçados. União e PP foram, respectivamente, o terceiro e o quarto partidos mais votados para a Câmara dos Deputados, com 9,34% e 7,35% dos votos válidos.

A imagem mostra um grupo de homens em trajes formais, alguns em pé e outros em posição de respeito, diante de um grande telão que exibe a frase 'FEDERAÇÃO UNIÃO PROGRESSISTA'. O telão também mostra uma imagem de uma sessão legislativa com várias pessoas visíveis. O ambiente parece ser um espaço institucional, possivelmente uma assembleia ou câmara legislativa.
Integrantes do União Brasil e PP durante lançamento da federação União Progressista, em evento em Brasília, na terça (29) - Progressistas no Flickr

Se PP e União não correm risco de desaparecer, qual o objetivo da aliança, considerando as amarras eleitorais que ela impõe? E, afinal, quão restritivas são essas amarras no caso específico?

A nova federação parece cumprir um papel estratégico na centro-direita, capaz de fazer frente tanto ao PL quanto ao PSD.

Frente ao PL, a federação pode se tornar alternativa para candidatos que busquem nova legenda em 2026, evitando que o partido de Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro reine absoluto no espectro da direita. O tamanho e a capilaridade da federação aumentam o potencial de lançar listas proporcionais competitivas e de negociar candidaturas.

Frente ao PSD, a federação disputará com o partido de Kassab o papel de principal apoiador —o fiel da balança— das candidaturas presidenciais nos estados. Apesar de movimentações de Ronaldo Caiado e Rodrigo Pacheco, é difícil crer que PP, União ou PSD aloquem recursos para lançar candidatura presidencial própria. Ser o parceiro estratégico de um candidato competitivo à Presidência amplia o poder de barganha na definição das candidaturas estaduais.

Sobre os possíveis constrangimentos, vale lembrar que PP e União compartilham origens: ambos descendem do antigo PDS, herdeiro da Arena, o partido de sustentação da ditadura militar. Os poucos embates eleitorais recentes também favorecem a convergência. Em 2022, o PP lançou candidatos a governador em apenas cinco estados; o União, em 12. Foram adversários apenas no Acre, em Santa Catarina e Rondônia —e sem conflitos decisivos.

Nas eleições municipais de 2024, PP ou União lançaram candidatos em 2.537 dos mais de 5.500 municípios, mas competiram diretamente em apenas 236, sendo três capitais: Rio de Janeiro e Curitiba, onde não tinham chances reais, e Campo Grande, onde se enfrentaram no segundo turno. Os constrangimentos são menores do que parecem à primeira vista.

A federação pode ainda gerar outro benefício: formar listas proporcionais mais fortes, aumentando o número de candidatos com potencial de ultrapassar o piso de votação individual exigido pela legislação. Isso favorece tanto o ganho de cadeiras pelo quociente partidário quanto na disputa pelas sobras.

Se PP e União souberem administrar conflitos pontuais, a aliança tende a colher mais frutos em 2026 do que concorrendo isoladamente —sem especular os possíveis desdobramentos para o comando da Câmara e do Senado na próxima legislatura.

Uma federação partidária é uma aliança formal entre dois ou mais partidos, de abrangência nacional e duração mínima de quatro anos. Deve ser registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), possuir estatuto próprio e um presidente, funcionando, em muitos aspectos, como um partido único. Durante esse período, a federação atua como uma única legenda no lançamento de candidatos a cargos majoritários e na formação das listas para os cargos proporcionais.

Apesar da atuação conjunta, cada partido mantém autonomia para administrar os recursos recebidos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (Fundo Eleitoral). O rompimento da federação antes do prazo mínimo acarreta punições: os partidos envolvidos ficam impedidos de formar nova federação ou coligações para cargos majoritários por duas eleições e têm suspenso o recebimento dos recursos do Fundo Partidário até completar o período restante dos quatro anos exigidos.

Trump anuncia modernização e reabertura da prisão de Alcatraz, FSP

 O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo (2) que ordenou a modernização e reabertura de Alcatraz, prisão federal localizada em uma pequena ilha da Califórnia, fechada há seis décadas.

A prisão vai abrigar "os criminosos mais cruéis e violentos dos Estados Unidos", publicou Trump na plataforma Truth Social.

A imagem mostra o interior de uma prisão, com celas visíveis em dois andares. As celas são cercadas por grades metálicas e iluminadas por luzes amarelas. Um homem está encostado em uma das grades, vestindo uma camiseta azul e shorts. O ambiente parece ser bem cuidado, com paredes brancas e um piso limpo.
Celas na antiga prisão federal de Alcatraz, localizada em ilha na Califórnia - Noah Berger - 11.jun.12/Reuters

Convertida em atração turística, Alcatraz foi fechada em 1963, devido aos altos custos operacionais, após 29 anos de funcionamento, segundo o Escritório de Prisões dos Estados Unidos.

Localizada a 2 km da costa de San Francisco, e com capacidade para 336 prisioneiros, ela abrigou criminosos célebres, como o líder mafioso Al Capone.

Trump fez da repressão aos crimes, em particular aqueles cometidos por imigrantes, um elemento central do seu segundo mandato.

Em fevereiro, Trump já havia iniciado o envio de imigrantes para um centro de detenção na base militar americana na baía de Guantánamo, na ilha de Cuba. O local é conhecido por abrigar uma prisão para onde foram enviados suspeitos de terrorismo após o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001.

O presidente também vem deportando imigrantes acusados de vínculo com gangues para uma prisão de segurança máxima antiterrorismo de El Salvador, como parte de um acordo no qual os EUA pagam US$ 6 milhões ao governo do presidente Nayib Bukele.

Na segunda-feira (28), um drone da agência de notícias Reuters acompanhou o momento em que 31 homens se reuniram no pátio do centro de detenção de imigrantes Bluebonnet, em Anson, no Texas, e formaram as letras SOS para protestar contra as deportações que o governo dos EUA tenta realizar.