quarta-feira, 10 de abril de 2024

Maioria é contra cassação de Sérgio Moro, mas fama de herói ficou no passado, OESP


Foto do author Bruno Soller
Atualização: 

A política brasileira é um looping de situações. Há seis anos, se alguém dissesse que Lula seria o presidente da República e Sérgio Moro, um senador em processo de cassação, ninguém acreditaria. O ex-juiz paranaense conduziu um dos processos mais emblemáticos e importantes da história da República brasileira, a Operação Lava Jato, que levou à prisão diversas personalidades do mundo político, incluindo Lula, e boa parte da nata do empresariado nacional, acabando com um dos maiores escândalos de corrupção já vistos.

Os vícios no processo e, principalmente, o ativismo político de Moro, que acabou por se tornar ministro de Estado do ex-presidente Jair Bolsonaro, e depois se aventurou no mundo eleitoral, elegendo-se senador e fazendo de sua esposa deputada federal, mudaram a percepção de parte da sociedade em relação à sua figura de quase herói nacional.

Praticamente uma unanimidade, a Lava Jato, encerrou a força-tarefa em 2021, com a aprovação de 80% dos brasileiros, segundo pesquisa Exame/Ideia, da época. Sérgio Moro liderou todas as primeiras sondagens acerca de qual ministro do governo Bolsonaro era o mais aprovado, no tempo em que ficou no executivo nacional. Em pesquisa Datafolha, do final de dezembro do primeiro ano de Bolsonaro, Moro tinha 53% de aprovação como ministro da Justiça. É interessante observar, que o resultado já era decrescente quando comparado com os números que o instituto havia trazido em abril do mesmo ano, onde 59% o aprovavam.

Sérgio Moro, senador e ex-juiz da Lava Jato
Sérgio Moro, senador e ex-juiz da Lava Jato Foto: Wilton Junior/Estadão

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Cogitado por muitos para ser candidato a presidência, Moro e Bolsonaro entraram em rota de colisão e o ministro mais popular do governo acabou por sair do cargo com a emblemática frase de ter que “preservar sua biografia”, já que acusava Bolsonaro de tentar acobertar investigações sobre seus filhos, ingerindo sobre a Polícia Federal, no Rio de Janeiro. Em um primeiro momento, especulou-se o mal que sua saída faria a Bolsonaro, mas o tempo mostrou que Moro era quem iria precisar do ex-presidente para conseguir sua eleição.

O embate com o bolsonarismo foi o primeiro grande revés de Moro. Em 2018, quando ocorriam as eleições nacionais, Moro, sem sombra de dúvidas, era mais popular que Bolsonaro e teria chances reais de conquistar a presidência, caso tivesse sido candidato. Um episódio, no ano anterior ao pleito, em que o até então juiz ignora o deputado Jair Bolsonaro, no aeroporto de Brasília, virou emblemático e serviu para os adversários fazerem chacota com a situação. Pesquisa IPSOS do final de dezembro de 2018, logo após o término da eleição nacional apontou que Moro era o nome mais aprovado entre as personalidades brasileiras, superando inclusive o presidente recém eleito Jair Bolsonaro.

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A força da presidência da República e a consolidação do bolsonarismo enquanto corrente ideológica e política foram mais fortes do que Moro poderia imaginar. Muitos que o aprovavam ficaram com a versão do entorno de Bolsonaro, que acusavam o ex-juiz de traição. Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente que tinha papel fundamental na sua comunicação, foi um dos que mais se insurgiram contra Moro, fazendo ataques ao ex-ministro nas redes sociais.

A reaproximação com Bolsonaro, em uma junção pragmática de enfrentamento ao PT e a Lula, fez com que Moro se reconciliasse com o público fiel ao ex-presidente, mas ainda sob desconfiança. Eleito senador com 33,5% dos votos, Moro quase foi superado por Paulo Martins, candidato oficial do bolsonarismo no Paraná, que atingiu 29,1% dos votantes. Mesmo assim, sua vitória e de sua esposa, Rosângela Moro, como deputada federal, por outra unidade da federação, São Paulo, foi uma grande demonstração de força na sociedade. Deltan Dellagnol, parceiro de Moro e procurador que coordenou boa parte da força-tarefa lavajatista fez mais de 5% dos votos no Paraná para deputado federal, a segunda maior votação para o cargo na história do estado.

Toda essa recuperação de imagem perante à sociedade está em vias de ruir. Dellagnol já teve seu mandato cassado e, agora, Moro é quem passa pelo crivo da justiça eleitoral brasileira para saber do seu futuro. A precificação no mercado político é de que Moro não se sustentará e novas eleições poderão ser marcadas para ocupar sua vaga. Por incrível que pareça, Michele Bolsonaro, ex primeira-dama é um dos nomes cotados para concorrer justamente na vaga que deve ser aberta por sua invalidação. Com variações entre 33 e 36%, Michele Bolsonaro lidera as sondagens feitas até agora sobre a possível eleição. Mais um dos incríveis caminhos tortuosos que a política brasileira apresenta e que são dignos de um dramalhão dos mais caricatos que possam existir.

Em pesquisa exclusiva feita pela RealTime Big Data para o blog De Dados em Dados, do Estadão, 58% dos brasileiros são contrários à cassação de Sérgio Moro. Independentemente de concordarem ou não com as ações do senador, há uma ideia que que cassá-lo é invalidar uma escolha legítima popular. O Brasil é um dos países do mundo que mais cassam mandatos conquistados nas urnas. Desde 2000, com o advento da lei que trata da compra de votos, por exemplo, 5% dos prefeitos eleitos foram suprimidos. Esses números trazem à tona ainda mais uma desconfiança com o sistema eleitoral brasileiro, que já é alvo de muitas críticas, inclusive, de parte dos eleitores que desconfiam da contabilização dos votos de maneira eletrônica.

Apesar da solidariedade da maioria dos eleitores com o senador paranaense, a pesquisa mostra também que apenas 8% dos entrevistados consideram Moro um herói nacional. Esse dado contrasta diretamente com a fase em que Moro encarcerou Lula. Em protestos realizados a favor da Lava Jato, em 2016, por exemplo, chamados de MoroBloco, brincando com o grupo carnavalesco carioca Monoblobo, camisetas com os dizeres: “Moro Orgulho Nacional”, “Somos Todos Moro”, “Eu amo Moro”, “Moro, Meu Herói” eram comuns e atores globais, como Marcelo Serrado e Susana Vieira, chegaram a participar de movimentos que endeusavam o juiz federal.

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Desgastado enquanto produto político, Moro não conseguiu sequer se viabilizar politicamente no Senado Federal para conter os ânimos daqueles que pretendem tira-lo do mandato. Sua atuação como senador é discreta, tendo protagonizado momentos em que desagradou o seu próprio eleitor como o fatídico abraço caloroso e voto favorável a Flávio Dino capturado por uma foto de seu celular, em que combina uma estratégia com um dos seus assessores para não viralizar o seu apoio à indicação do ex-ministro de Lula ao Supremo Tribunal Federal. As conversas interceptadas da Vaza Jato também ajudaram a mostrar um ativismo político de Moro, que atingiu a lógica de imparcialidade enquanto juiz.

O caso Moro, a Lava Jato, a recondução de Lula ao posto máximo da nação, são alguns pontos que mostram que se há algo imprevisível no mundo, a política brasileira é sempre um terreno fértil para esse tipo de adventício. O futuro de Moro parece estar fadado a uma derrota política, que o afastará da função em que o eleitor o colocou. Antonio Di Pietro, o homem que coordenou a Mãos Limpas, na Itália, e uma das inspirações de Moro, foi do estrelato nacional a ser mais um político comum da Itália. Seu sucesso como juiz nunca chegou aos pés de sua aventura na política. Sérgio Moro inevitavelmente terá que refletir sobre seu futuro. Di Pietro, depois das derrotas, concluiu: “fiz uma política sobre o medo e paguei as consequências.” A Moro cabe, agora, pensar mais do que seriamente sobre como poderá preservar a sua valiosa biografia.

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Análise por Bruno Soller

Bruno Soller é estrategista eleitoral. Especializado em pesquisas de opinião pública, é graduado em Relações Internacionais pela PUC-SP, com especialização em Comunicação Política pela George Washington University. Trabalhou no governo federal, Câmara dos Deputados e Comissão Europeia.

terça-feira, 9 de abril de 2024

Economia segue em alta nos Estados Unidos, e humor no negativo, Paul Krugman, FSP

 Quando se trata de notícias econômicas, tivemos tantas vitórias que ficamos até cansados delas, ou pelo menos indiferentes. Na semana passada, tivemos dados fantásticos de empregos nos Estados Unidos — um crescimento por 39 meses seguidos — e parece que quase ninguém percebeu. Em particular, não está claro se as boas notícias irão afetar a narrativa ainda amplamente difundida, mas falsa, de que o presidente Biden está comandando uma economia ruim.

Comecemos com os fatos: a criação de empregos sob Biden tem sido verdadeiramente incrível, especialmente quando lembramos todas aquelas previsões confiantes, mas erradas, de recessão.

Quatro anos atrás, a economia foi duramente atingida pela pandemia de covid-19, mas nos recuperamos mais do que o esperado.

Pessoas caminham em uma das principais áreas comerciais de Manhattan, Nova York: taxa de desemprego tem ficado abaixo de 4% por 26 meses - Getty Images via AFP

Quatro anos após o início da recessão de 2007-2009, o saldo de empregos totais ainda estava abaixo em mais de cinco milhões de seu pico antes da crise começar. Agora ele está acima em quase seis milhões. A taxa de desemprego tem ficado abaixo de 4% por 26 meses, a maior sequência desde a década de 1960.

A inflação disparou em 2021-22, embora essa alta tenha diminuído em grande parte e os ganhos da maioria dos trabalhadores estejam aumentando em termos reais.

Nos últimos quatro anos, os salários dos trabalhadores excluindo posições de chefia, que representam mais de 80% dos empregos privados, aumentaram cerca de 24%, enquanto os preços ao consumidor subiram menos, em torno de 20%.

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Então, por que tantos americanos ainda dizem aos pesquisadores de opinião que a economia está em má forma?

Frequentemente qualquer pessoa que argumenta que estamos em uma "viberecessão" (algo como humor de recessão, em tradução livre), na qual as percepções públicas estão em desacordo com a realidade econômica, é rotulada como elitista, desconectada da experiência real das pessoas.

Mas tais comentários são uma tentativa de explicar algo que não está acontecendo. Sem dúvida, há americanos que estão sofrendo financeiramente —infelizmente, isso é sempre verdade em certa medida, especialmente dada a fragilidade da rede de segurança social da América. Mas, em geral, os americanos estão relativamente otimistas sobre suas próprias finanças.

Eu escrevi recentemente sobre duas pesquisas de opinião nos estados-pêndulo que perguntaram a eleitores registrados sobre a economia e suas finanças pessoais. Tanto em Michigan quanto na Pensilvânia —estados cruciais para o resultado das eleições presidenciais deste ano —mais de 60% dos entrevistados classificaram a economia como não tão boa ou ruim; uma porcentagem semelhante disse que sua própria situação é excelente ou boa.

Os americanos estão otimistas não apenas sobre suas próprias circunstâncias; eles também estão otimistas sobre as economias locais. Uma pesquisa recente do Wall Street Journal com eleitores de estados-pêndulo descobriu que os eleitores têm opiniões negativas sobre a economia nacional, mas significativamente mais opiniões positivas sobre a economia em seu estado.

Isso é consistente com o relatório do Federal Reserve sobre o bem-estar econômico para 2022 (publicado em 2023), que mostra uma porcentagem muito maior de americanos avaliando sua economia local como boa ou excelente do que a porcentagem que disse o mesmo sobre a economia nacional.

Basicamente, os americanos estão dizendo: "Estou indo bem, as pessoas que conheço estão indo bem, mas coisas ruins estão acontecendo em algum lugar por aí." Como escreveu Greg Ip, do The Journal, "Quando se trata da economia, as vibrações estão em guerra com os fatos."

O que explica essa desconexão? A inflação certamente contribui para os sentimentos negativos em relação à economia. Novas pesquisas da Harvard, de Stefanie Stantcheva, confirmam uma antiga percepção: quando tanto os salários quanto os preços estão subindo, as pessoas tendem a acreditar que conquistaram seus aumentos salariais, mas que a inflação tirou seus ganhos árduos.

No entanto, a aversão à inflação não explica por que as pessoas acham que seu estado está indo bem, mas a nação é um caos.

O elefante na sala —e é principalmente um elefante, embora haja um pouco de burro também — é o partidarismo. Hoje em dia, as visões dos americanos sobre a economia tendem a ser determinadas pela filiação política, em vez do contrário.

Isso é verdade para apoiadores de ambos os partidos, mas a análise estatística mostra que o efeito do partidarismo nas percepções econômicas é muito mais forte para os Republicanos — que durante grande parte do ano passado estavam tão negativos sobre a economia quanto estavam no rescaldo da crise financeira de 2008 e durante a estagflação de 1980 — então o fato de um Democrata ser presidente diminui o sentimento médio do consumidor. Qualquer discussão sobre percepções econômicas que não leve esse fator em consideração está perdendo uma grande parte do quadro.

Não é difícil ver de onde vem essa assimetria. Políticos republicanos estão unidos em criticar a economia de Biden, que Donald Trump diz estar "desmoronando em um poço de ruína", onde "as lojas não estão abastecidas" —algo que simplesmente não é verdade.

Os democratas, por outro lado, estão divididos, com alguns progressistas menosprezando a economia porque temem que reconhecer as boas notícias possa minar o argumento de fortalecer a rede de segurança social.

Se me perguntarem, mais progressistas deveriam celebrar a economia atual, não apenas para ajudar Biden a ser reeleito, mas porque o sucesso econômico valida a visão progressista.

Eu argumentaria que Biden merece algum crédito pelas boas notícias, mas o ponto mais importante é que políticas como a expansão do Obamacare e o alívio da dívida estudantil não arrastaram a economia para baixo, ao contrário das previsões conservadoras —o que significa que é aceitável pedir mais.

A verdade é que a economia dos EUA é uma história de sucesso notável. Não deixe ninguém dizer o contrário.

João Pereira Coutinho - As utopias de hoje podem estar sofrendo de coito interrompido, FSP

 Progressistas são mais infelizes do que conservadores? Sempre foram: é da infelicidade que nasce a mudança. Mas o abismo entre os dois grupos tem aumentado, informa a revista The Economist. Basta olhar para os Estados Unidos, que funcionam como vitrine para o resto do globo.

Em geral, a população está mais "deprê". Em geral, mulheres estão mais "deprês" que homens. Em geral, solteiros estão mais "deprês" que os casados.

Mas é na ideologia, essa velha pestilência, que as diferenças assustam. Os progressistas —e, sobretudo, as progressistas— estão mais tristes do que os conservadores e apresentam uma saúde mental mais precária. Como explicar essa diferença?

Há teorias para todos os gostos. A teoria cínica faz lembrar uma velha frase do meu compatriota Victor Cunha Rego, antigo colunista desta Folha: "Só os medíocres estão sempre em forma".

Tradução: a felicidade dos conservadores é um produto direto da estupidez. Como acreditam que vivem no melhor dos mundos possíveis, eles são cognitivamente incapazes de entender a miséria ao redor.

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Aliás, em versão ainda mais lunática, eles talvez se animem com essa miséria, gargalhando alto enquanto tomam seu vinho privilegiado.

A The Economist não compra essa versão. Prefere outras. Os conservadores tendem a ser mais saudáveis, mais patrióticos, mais religiosos —e isso pode ter impacto positivo nas suas cabeças.

Além disso, a infelicidade dos progressistas é particularmente sentida entre os mais jovens. Que aconteceu com eles?

Ross Douthat, no The New York Times, arrisca dois palpites: o declínio do cristianismo e do marxismo —não é contradição— entre a esquerda americana roubou aos camaradas um horizonte de otimismo e esperança. Resultado?

Desistência, morbidez, catastrofismo. Ou, desculpando o meu francês, é como se as utopias de hoje sofressem de coito interrompido: onde antes havia diagnóstico e ação, agora há apenas diagnóstico, em "loop" permanente.

Nenhuma ação.

Angelo Abu

Admito que exista uma centelha de verdade em cada uma dessas explicações. Exceto na primeira: os conservadores são mais felizes porque acreditam que tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis?

Depende de que tipo de conservadores falamos. Os clientes da escola cética, entre os quais me incluo, nunca tiveram o doutor Pangloss no seu panteão. Quando muito, e olhando para a história, eles sempre acreditaram que o mundo é o que é, um longo cortejo de barbáries pontuado por momentos de trégua salvífica.

Isso tem duas consequências no funcionamento neuronal da fauna.

A primeira consequência é a ausência de ilusões, ou seja, uma ausência de desencantos. Depressão é vaidade frustrada, já lembrava o doutor Sigmund. Quem não alimenta nenhuma vaidade sobre a espécie humana dificilmente ficará deprimido com ela.

Os jovens progressistas, para citar o poeta, não aguentam demasiada realidade —e, ao contrário dos velhos, rendem-se a ela sem luta. "Não entres tão gentilmente nessa noite boa", cantava Dylan Thomas. "Enfurece-te, enfurece-te contra o fim da luz"? Mas como fazer isso, se eles já vivem às escuras?

A segunda consequência do ceticismo conservador é que, como a tribo espera sempre o pior, há uma capacidade redobrada para festejar o melhor. Onde os jovens progressistas veem apenas migalhas, os conservadores céticos veem um banquete completo. São os últimos grandes românticos, como diziam os Prefab Sprout.

E digo eu também: camaradas, não interessa como vamos acabar! Interessa é como vamos lá chegar!

E eu prefiro ver um progressista de cara levantada e sonhos ao alto, rumo à derrota ou à vitória, do que um zumbi amedrontado com a própria sombra, que desiste antes mesmo de começar.

Aqui entre nós, até já pensei em inaugurar uma escola para progressistas deprimidos, com terapia de choque apropriada.

Ementa: os manuscritos de Marx de 1844 com o café da manhã; Rosa Luxemburgo ao almoço; as memórias de Victor Serge ao lanche; os poemas escolhidos de Bertolt Brecht ao jantar —isso só no primeiro dia.

Nos restantes, exercício físico ao som de "Bella Ciao" e Public Enemy; sessões de cinema com clássicos ("As Vinhas da Ira", de John Ford) e modernos ("Você Não Estava Aqui", de Ken Loach). E, ao serão, leituras em voz alta de Emma Goldman, Ernst Bloch e David Graeber.

Se nada disso resultar, não desanime: todos serão bem-vindos ao clube conservador.