O aumento da produtividade poderá garantir uma safra recorde para o país em 2021/22, após a quebra da de 2020/21, em relação ao potencial previsto inicialmente.
A Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) prevê para esta safra em andamento uma produtividade média 11% superior à da que se encerrou. Feijão, trigo e milho se destacam, com evoluções de até 28%, como ocorre com o último.
Com isso, esses produtos vão gerar um volume de produção bem maior do que o anterior. A soja também terá bom desempenho, mas a produtividade se mantém estável, e a produção virá da expansão de área, que foi de 3,7%.
Pela primeira vez, o país poderá atingir 291 milhões de toneladas de grãos produzidos, um volume que virá dos 72 milhões de hectares a serem semeados, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo órgão oficial.
O volume a ser colhido virá das produções recordes de soja (143 milhões de toneladas), milho (117 milhões) e trigo (7,8 milhões).
O potencial de produção previsto tem origem nas novas variedades adotadas no campo e nos investimentos que vêm sendo feitos pelos agricultores.
Para Sergio De Zen, diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, o produtor teve recursos, vindos de margens que são convidativas para investimentos.
Além de uma melhora nos tratos culturais, o produtor agora tem capacidade de elevar o ritmo de plantio e de colheita, uma vez que adquiriu novas máquinas.
E isso faz uma grande diferença para a segunda safra, que também precisa ser semeada em tempo ideal e recorde para que seja garantida boa produtividade.
O diretor da Conab alerta, no entanto, que ainda são muitas as variáveis a serem vencidas nessa corrida para uma supersafra.
Primeiro, o país deverá fazer o plantio no tempo certo, e o clima está favorecendo. Segundo, a safra deverá ser em tempo recorde e sem interferência de chuvas, para que o plantio da safrinha também tenha um ritmo normal.
Levando em consideração essas variáveis até o momento, a Conab faz sua última previsão de safra deste ano e estima esse patamar recorde de produção.
Começam, porém, os primeiros problemas. Não são generalizados, mas devem ser considerados. O Rio Grande do Sul tem clima desfavorável em algumas áreas, o que começa a afetar o milho. A soja, por ora, está sendo pouco impactada, segundo o diretor da Conab.
Essa supersafra trará influências nos preços, mas De Zen acredita que a expansão da demanda mundial por grãos, principalmente para a produção de proteínas, deverá enxugar o mercado mundial.
O consumidor brasileiro vai ter uma oferta maior de feijão, cuja produção sobe para 3,1 milhões de toneladas, 9% a mais do que na safra anterior. Terá, no entanto, recuo de 2,5% na produção de arroz, que será de 11,45 milhões de toneladas.
O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também divulgou números de safra do país e do mundo nesta quinta-feira. A safra mundial de milho será de 1,21 bilhão de toneladas, com consumo de 1,20 bilhão.
A produção mundial de soja sobe para 382 milhões de toneladas, com consumo previsto de 377 milhões. Tanto a produção como o consumo têm aumento de 4%, em relação à safra anterior, segundo o órgão norte-americano.