terça-feira, 5 de junho de 2018

Brasil desperdiça R$ 100 bi em logística 05/06/2018 - Estado de Minas

O empresário Guilherme Quintella lidera desde 2013 o projeto da Ferrogrão, a ferrovia de mil quilômetros que ligará o Mato Grosso aos portos do Pará, reduzindo o custo logístico do agronegócio de Mato Grosso.
Na Ferrogrão, sua Estação da Luz Participações (EDLP) é sócia das trading companies ADM, Amaggi, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus, que, juntas embarcam mais de 85% dos grãos exportados pelo Brasil e devem construir e operar a ferrovia.

Quintella também é o único brasileiro no board da International Union of Railways (UIC) que vai se reunir em Paris daqui a um mês para discutir o futuro da ferrovia no planeta. Ele conversou com o Estado de Minas.
A greve dos caminhoneiros fez a sociedade lembrar que o Brasil ignora as ferrovias. Como aproveitar este momento?
É claro que o Brasil precisa de mais ferrovias, mas isso não pode ser uma resposta intempestiva a um evento. Usar a greve para propor uma resposta imediatista sobre ferrovias é voltar aos erros do passado. Vou dar alguns exemplos: em 2007, quando tivemos o acidente da TAM em Congonhas e os aeroportos brasileiros pareciam que não iam mais dar conta do recado, saímos querendo fazer um trem de alta velocidade entre o Rio e São Paulo, além de construir e ampliar os aeroportos.  Outro movimento intempestivo foi quando o governo, por conta da crise do subprime de 2008, criou o PSI (Programa de Sustentação do Investimento), que financiava 100% de caminhões e trens com taxas fixas em torno 2%. O trem de alta velocidade não partiu, os aeroportos não conseguem decolar e a farra do PSI, que quase quebrou o BNDES, não fez com que as ferrovias avançassem.

O que precisa ser feito para termos mais equilíbrio entre os modais de transporte?
O Brasil precisa de mais planejamento. Se planejássemos mais, teríamos mais ferrovias, mais cabotagem, melhores rodovias, mais produção, mais consumo, coletas, transferências e distribuições mais eficientes, menos trânsito, menos acidentes, mais respeito ao meio ambiente, e até mesmo caminhoneiros mais bem remunerados.

Quanto custa ao Brasil não ter ferrovia?
É caro. Custa US$ 100 bilhões por ano. A logística custa 15% do PIB do Brasil, contra 8% nos Estados Unidos A média mundial é 10%. Ou seja, o Brasil desperdiça algo como 5% do PIB com a ineficiência logística, em grande parte por privilegiar modos de transporte menos eficientes. Com este valor desperdiçado, poderíamos construir a cada ano 37 mil quilômetros de ferrovias de carga, ou 7 mil quilômetros de trens intercidades que andariam a 200 km/h.

Quando o Brasil desistiu das ferrovias?
Foi logo depois da Segunda Guerra Mundial. A cultura do automóvel tomou conta do mundo, muito influenciada pelos Estados Unidos. Houve também incentivos. À época, o Banco Mundial só financiava a construção de novas rodovias se em contrapartida o governo brasileiro erradicasse trechos ferroviários existentes. Repare que este fenômeno não ocorreu em nenhum outro país do mundo. Todos eles impulsionaram os dois modos de transportes.

O empresário geralmente reclama do custo logístico, mas o assunto ferrovias é muito pouco discutido. Por quê?
Porque as pessoas, de modo geral, não percebem que este desperdiço é seu. Que é o cidadão que desperdiça o seu salário quando ele paga 5% a mais, por exemplo, do que poderia pagar pelo rolo de papel higiênico se o país tivesse uma matriz de transporte mais equilibrada. Muitas vezes imaginam que este problema é da indústria, da agricultura, do comércio, esquecendo que eles repassam o custo para os preços dos seus produtos.

Como estão as discussões com o governo?
Brasília não deixa de ser um grande símbolo do abandono gradual das ferrovias no Brasil. É a única capital importante do planeta que não tem uma monumental Estação Ferroviária. O investimento público em transporte no Brasil alcançou 2% do PIB em meados dos anos 1970, e desde então só caiu. Em 2017, foi de apenas 0,16% do PIB. Já que o governo não tem capacidade para investir, ele deveria concentrar sua agenda de curto e médio prazo em duas frentes para atrair capital privado para os projetos, especialmente o capital estrangeiro.

Que frentes são essas?
Primeiro, planejar um programa robusto de ações e investimentos que faça com que o Brasil reduza em 30% os seus custos logísticos, para que possamos alcançar a média mundial. Segundo, concentrar esforços para que o país possa desenvolver ações e regulamentações, ou desregulamentações se for o caso, que possam proporcionar viabilidade aos projetos que estão nas prateleiras e que precisam de investidores privados.

Quem deveria coordenar estas ações?
O Brasil deveria ter uma visão de Estado para o relatório “Doing Business” do Banco Mundial, que todo ano analisa as leis e regulações que facilitam ou dificultam as atividades das empresas em 190 países. O Brasil está em 139º lugar no ranking de competitividade internacional, onde entram as questões de logistica? e transportes. O investidor de infraestrutura precisa de previsibilidade, e esta deve ser uma discussão mais tecnica? do que política

Como a UIC pode ajudar o país a avançar em ferrovias?
A UIC tem muito a colaborar. Desde a sua fundação, em 1922, ela acumula uma quantidade enorme de conhecimento, que foi transferido para milhares de padrões operacionais, de segurança e outros, mas penso que a solução dos nossos problemas está aqui mesmo no Brasil, e aí eu volto ao tema do planejamento.


segunda-feira, 4 de junho de 2018

Minha Casa, Minha Vida piorou cidades e alimentou especulação imobiliária, diz ex-secretária do governo Lula, FSP


Para urbanista, programa dos governos petistas tornou cidades 'ainda mais inviáveis'



Família anda em frente de um conjunto habitacional
Conjuntos residenciais do programa erguidos longe dos centros urbanos podem levar várias décadas para se integrar às cidades - Ana Nascimento/Agência Caixa
João Fellet
SÃO PAULO
Maior programa habitacional da história do Brasil e uma das vitrines dos governos do PT, o Minha Casa, Minha Vida (MCMV) piorou as cidades, agravou as dificuldades de acesso a moradia entre os mais pobres e criou bairros especialmente vulneráveis ao crime organizado.
A avaliação é de Ermínia Maricato, uma das mais experientes urbanistas do país e secretária executiva do Ministério das Cidades nos primeiros anos do governo Lula, antes da criação do programa, em 2009.
"Tivemos um movimento imenso de obras, mas quem o comandou e definiu onde se localizariam não foi o governo federal, e sim interesses de proprietários imobiliários, incorporadores e empreiteiras", diz Maricato, que estuda o MCMV desde sua implantação e é professora aposentada da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).
Em entrevista à BBC Brasil em sua casa na Vila Madalena, em São Paulo, ela afirma que conjuntos residenciais do programa erguidos longe dos centros urbanos levarão várias décadas para se integrar às cidades. "Esse investimento gigantesco, aliado a uma especulação de terras ciclópica, tornou as cidades ainda mais inviáveis no Brasil."
Autora de nove livros sobre habitação e urbanismo, Maricato coordenou a proposta de criação do Ministério das Cidades, executada por Lula após sua ascensão à Presidência, em 2003.
Ela havia se projetado nas décadas anteriores como uma das líderes do movimento pela Reforma Urbana, que pretendia tornar as cidades brasileiras menos desiguais e se organizava nas Comunidades Eclesiais de Base (grupos ligados à Igreja Católica nas periferias e zonas rurais).
Maricato discursou em nome do movimento na Assembleia Constituinte, em 1988, e articulou a inclusão do conceito de função social da propriedade na Constituição. Um dos principais trunfos de movimentos sem-teto e sem-terra, o conceito define que as propriedades devem atender interesses coletivos, e não apenas individuais.
Entre 1989 e 1992, ela atuou como secretária da Habitação e Desenvolvimento Urbano no governo da então petista Luiza Erundina, em São Paulo. A urbanista diz que um de seus objetivos era tornar favelas e periferias menos insalubres, reduzindo a incidência de epidemias e doenças pulmonares por falta de ventilação. Outra prioridade era construir moradias em parceria com movimentos sociais.
Nesse modelo, o governo providencia terrenos e contrata arquitetos e engenheiros para projetar as casas. As unidades são construídas com recursos do governo pelos próprios moradores ou com a ajuda deles. Ela afirma que o programa foi um grande sucesso. O Minha Casa, Minha Vida prevê a possibilidade de construir moradias dessa maneira, mas os gastos com esse modelo representam 2% dos investimentos totais do programa, segundo Maricato.

CICLO VIRTUOSO

Maricato diz que, nos anos 1990, iniciativas bem sucedidas em habitação se espalhavam por várias cidades, entre as quais Recife, Salvador, Belém, Goiânia e Porto Alegre.
Os avanços ocorriam apesar dos tempos de vacas magras. "Tínhamos um ciclo virtuoso produzindo políticas inovadoras. Esse ciclo se rompe exatamente no momento em que o Ministério das Cidades é criado."
Não era isso o que Maricato esperava ao batalhar pela criação do órgão, projetado para integrar as políticas de habitação às de transporte, saneamento e regulação do solo urbano.
Para chefiar o órgão recém-criado, Lula escolheu um quadro histórico do PT: o ex-governador gaúcho Olívio Dutra, que nomeou Maricato como secretária executiva. Ela conta que seu objetivo era federalizar as experiências positivas das prefeituras. Os trabalhos, porém, foram interrompidos com o escândalo do mensalão, quando o PT foi acusado de comprar apoio político no Congresso.
Entre outras medidas para acalmar sua base, Lula entregou o Ministério das Cidades ao Partido Progressista (PP). Olívio e Maricato deixaram o órgão.
O governo estava prestes a dar outro rumo às políticas urbanísticas e habitacionais - e justamente quando os cofres do governo estavam mais cheios, graças à arrecadação turbinada pela exportação de matérias-primas e pelo consumo das famílias.
"Enquanto não tínhamos recursos e estávamos sob ajuste fiscal, com dívida pesada, tivemos controle sobre os gastos. Quando apareceram os recursos, os capitais tomaram conta."

'COMO UMA LUVA'

Em 2008, para tentar atenuar os efeitos da crise financeira global, o governo Lula buscou estimular a construção civil. Muitas empresas do setor estavam descapitalizadas.
"O Minha Casa, Minha Vida veio como uma luva: as empreiteiras e os incorporadores imobiliários privados se reuniram em torno dele", diz Maricato.
Para tirar o programa do papel, o governo transferiu recursos do Ministério das Cidades para a Caixa. Nas obras da faixa 1, para famílias com renda de até R$ 1.600 por mês, construtoras recebem recursos do banco para erguer as residências. O governo arca com até 90% do custo dos imóveis, e o valor restante é quitado pelas próprias famílias.
Nas faixas 2 e 3, que cobrem famílias com renda de até R$ 6.500, a Caixa oferece empréstimos subsidiados às pessoas interessadas em comprar as residências.
Para as construtoras participantes, uma das maneiras de ampliar os lucros é economizar na compra dos terrenos - por isso muitas buscaram áreas mais baratas nos arredores das cidades.
Segundo o governo federal, o MCMV contratou a construção de cerca de 5 milhões de residências, o que o torna o maior programa habitacional da história do país. A Caixa diz que 14,7 milhões de pessoas - o equivalente a 7% da população brasileira - já receberam moradias pelo programa.
Entre as unidades contratadas, cerca de 39% se destinavam à faixa 1, 49%, à faixa 2, e 12%, à faixa 3.

DEFICIT HABITACIONAL

Ao lançar o programa, o governo Lula tinha como meta reduzir o deficit habitacional - que, em 2009, era calculado em 5,7 milhões de domicílios pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Maricato afirma, porém, que nem sempre construir moradias é a melhor forma de reduzir o deficit, pois o índice contabiliza moradias precárias, muitas das quais poderiam se adequar aos padrões com reformas.
Outro problema, segundo Maricato, é a contabilização de moradias habitadas por mais de uma família. Em muitos casos, diz ela, as famílias moram juntas por opção.
"Entendo que tanto os movimentos (de luta por moradias) quanto os empresários gostem de trabalhar com o conceito de deficit, mas moradia é uma mercadoria especial, não dá para pensá-la como fábrica de automóvel."
Segundo ela, a mesma doutrina já havia dominado as políticas habitacionais durante a ditadura militar (1964-1985), quando o Banco Nacional de Habitação (BNH) financiou a construção de cerca de 4 milhões de residências, grande parte, em áreas periféricas.
Maricato diz que o Minha Casa foi concebido não no Ministério das Cidades, mas sim na Casa Civil, à época chefiada pela então ministra Dilma Rousseff. "Mas o DNA do programa vem da ditadura e das empreiteiras, exatamente como (a hidrelétrica de) Belo Monte".
A BBC Brasil enviou as críticas de Maricato sobre o programa ao PT, que sugeriu encaminhá-las à assessoria de Dilma. A ex-presidente não quis se pronunciar.

URBANIZAÇÃO DE FAVELAS

Maricato afirma que, ao lançar o primeiro Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC), em 2007, o governo ainda destinou investimentos significativos para a urbanização de favelas, mas que esses recursos foram minguando à medida que o governo passou a priorizar a construção de casas novas.
Para Maricato, construir residências era importante, mas descuidar das favelas e periferias foi um grande erro. "Tem que fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Construir sem regular as áreas já ocupadas gera uma demanda fora da cidade consolidada."
Outro problema sério, segundo ela, foi a construção de residências em áreas distantes dos centros urbanos. "As cidades explodiram horizontalmente, algo que todo urbanista condena, porque você tem de estender a rede de água, esgoto, de transporte. Quem paga por isso? Todos. E os que ganham são muito poucos: as empreiteiras, as incorporadoras imobiliárias e os donos de terrenos."
Ela conta que a Caixa, executora do programa, criou uma regra para impedir a realização de obras fora das cidades. Mas as Câmaras Municipais, responsáveis por definir as zonas rurais e urbanas dos municípios, passaram a estender os limites dos perímetros urbanos para atrair construções.
"As Câmaras incluíram fazendas no perímetro urbano. O que acontece no fim de semana nos conjuntos habitacionais criados nessas áreas? O ônibus não vai, você tem um exílio na periferia."
A Caixa não quis se pronunciar sobre as críticas de Maricato.
A urbanista afirma ainda que, por estarem longe das cidades e dos empregos, os novos bairros também são mais difíceis de policiar e vulneráveis ao crime organizado.
"A cidade segura é compacta, com mix de uso: tem moradia e trabalho, está viva de dia e de noite."
Ela diz ter visitado conjuntos dominados por criminosos em Campina Grande (PB) e afirma que 40 mil pessoas que viviam no centro do Rio de Janeiro se mudaram para condomínios do MCMV controlados por milícias na Baixada Fluminense. Em 2015, 39 desses conjuntos foram alvo de uma operação da polícia fluminense contra milícias.

VALORIZAÇÃO DE TERRENOS

Maricato diz que um dos pontos positivos do MCMV foi criar um mercado para as classes média-média e média-baixa. Até então, segundo ela, esses grupos tinham de construir suas próprias casas.
A professora diz que investimentos do programa nas faixas 2 e 3 verticalizaram bairros em Osasco, Guarulhos, São Bernardo do Campo e Santo André, nos arredores de São Paulo.
"Foi positivo para essas áreas. Mas tem um problema: o pessoal mais pobre foi empurrado para a periferia da periferia, inclusive áreas de proteção de mananciais. A fronteira de ocupação predatória foi ampliada, porque o preço da terra subiu na periferia."
Outro aspecto positivo foi o alívio financeiro e melhoria das condições de habitação para as famílias mais pobres beneficiadas pelo programa.
Nos conjuntos que visitou por todo o Brasil, Maricato diz que a maioria das famílias está satisfeita com as casas. "Antes, muitas delas viviam de aluguel. Hoje pagam parcelas ínfimas e podem até alugar os imóveis."
Por outro lado, afirma que os moradores passaram a perder mais tempo e dinheiro se deslocando no cotidiano. Mesmo em cidades médias como Uberlândia (MG), Maricato diz que se tornaram comuns casos de moradores do MCMV que levam até uma hora e meia para chegar ao trabalho.
Em cidades grandes, ela diz que muitas famílias vivem o seguinte dilema: ou gastam mais para morar no centro e economizar com o transporte, ou vão para a periferia, onde economizam com a moradia, mas gastam mais com o deslocamento.
Não é uma equação fácil, afirma Maricato. Em São Paulo, o aluguel de um cortiço na região central pode custar R$ 800 ou R$ 900, quase um salário mínimo. Na periferia, há quem gaste R$ 400 ou mais com transporte público todo mês.
Segundo ela, as condições levam muitas famílias a ocupar prédios vazios no centro da cidade. "Há movimentos sociais incríveis, que prestam serviços e ocupam imóveis ociosos que não estão seguindo a lei. Mas também surgem aproveitadores, porque há uma multidão precisando morar e que não consegue pagar nem transporte nem aluguel."
Após deixar o governo Lula, Maricato diz que continuou próxima do PT. Só se afastou anos depois quando percebeu "que nem o PT nem os movimentos sociais estavam em linha de mudança".
"Ao invés de transformar o Estado, eles foram transformados pelo Estado."
Mesmo assim, a professora avalia que o PT está sendo perseguido pela Justiça - e que Lula foi preso injustamente.
"Sou crítica à política que o PT fez, mas não deixo de reconhecer que houve distribuição de renda e liberdade", afirma.

PRODUÇÃO NO PRÉ-SAL SOBE 2,3% E REGISTRA NOVO RECORDE , ANP

A produção do pré-sal em abril totalizou 1,785 milhão de boe/d, superando os 1,763 MMboe/d produzidos em fevereiro. Houve um aumento de 2,3% em relação ao mês anterior. Foram produzidos 1,423 milhão de barris de petróleo por dia e 58 milhões de metros cúbicos diários de gás natural por meio de 86 poços. A produção no pré-sal correspondeu a 54,4% do total produzido no Brasil. 

Os poços do pré-sal são aqueles cuja produção é realizada no horizonte geológico denominado pré-sal, em campos localizados na área definida no inciso IV do caput do artigo 2º da Lei nº 12.351/2010. 

Produção Nacional 

Em abril de 2018, a produção de petróleo e gás do País foi de aproximadamente 3,281 milhões de barris de óleo equivalente por dia. 

Foram produzidos 2,597 milhões de barris de petróleo por dia (bbl/d), um aumento de 1,5% na comparação com o mês anterior e de 2,3%, se comparada com abril de 2017. 


Já a produção de gás natural totalizou 109 milhões de m³ por dia, um aumento de 1,7% em comparação ao mês anterior e de 6%, se comparada com o mesmo mês de 2017. 

Os dados de produção de abril estão disponíveis na página do Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural da ANP: http://www.anp.gov.br/publicacoes/boletins-anp/2395-boletim-mensal-da-producao-de-petroleo-e-gas-natural. 

Aproveitamento do gás natural 

O aproveitamento de gás natural no Brasil no mês de abril alcançou 96,9% do volume total produzido. Foram disponibilizados ao mercado 59,7 milhões de metros cúbicos por dia. 

A queima de gás totalizou 3,4 milhões de metros cúbicos por dia, um aumento  de 3% se comparada ao mês anterior e de 3,6% em relação ao mesmo mês em 2017. 

Campos produtores 

O campo de Lula, na Bacia de Santos, foi o maior produtor de petróleo e gás natural. Produziu, em média, 898 mil bbl/d de petróleo e 38 milhões de m3/d de gás natural. 

Os campos marítimos produziram 95,6% do petróleo e 82,9% do gás natural. A produção ocorreu em 7.519 poços, sendo 727 marítimos e 6.792 terrestres. Os campos operados pela Petrobras produziram 94,1% do petróleo e gás natural. 
Estreito, na Bacia Potiguar, teve o maior número de poços produtores: 1.055. Marlim Sul, na Bacia de Campos, foi o campo marítimo com maior número de poços produtores: 94. 

A FPSO Cidade de Saquarema, produzindo no campo de Lula, foi a instalação com maior produção de petróleo. Produziu 149,6 Mbbl/d por meio de 7 poços a ela interligados. 

A instalação Polo Arara, produzindo nos campos de Arara Azul, Araracanga, Carapanaúba, Cupiúba, Rio Urucu e Sudoeste Urucu, por meio de 36 poços a ela interligados, produziu 7,9 MMm3/d e foi a instalação com maior produção de gás natural. 

Outras informações 
Em abril de 2018, 300 áreas concedidas, uma área de cessão onerosa e uma de partilha, operadas por 29 empresas, foram responsáveis pela produção nacional. Destas, 77 são marítimas e 225 terrestres. Vale ressaltar que, do total das áreas produtoras, sete são relativas a contratos de áreas contendo acumulações marginais. 

O grau API médio foi de 27,2, sendo 39,6% da produção considerada óleo leve (>=31°API), 46,3% óleo médio (>=22 API e <31 14="" api="" e="" font="" leo="" pesado=""> 

As bacias maduras terrestres (campos/testes de longa duração das bacias do Espírito Santo, Potiguar, Recôncavo, Sergipe e Alagoas) produziram 116,6 mil boe/d, sendo 92,4 mil bbl/d de petróleo e 3,8 milhões de m³/d de gás natural. Desse total, 111,8 mil barris de óleo equivalente por dia foram produzidos pela Petrobras e 4,8 mil boe/d por concessões não operadas pela Petrobras, sendo 345 boe/d em Alagoas, 2.155 boe/d na Bahia, 42 boe/d no Espírito Santo, 2.022 boe/d no Rio Grande do Norte e 216 boe/d em Sergipe.