Divulgação de novas cirurgias ainda não surtiu o efeito prático
Na semana que passou, reportagem publicada na Folha da Região serviu para mostrar mais uma vez o quanto a rede pública de saúde em Araçatuba precisa avançar no que diz respeito à atendimento especializado.
O AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de São José do Rio Preto devolveu para Araçatuba pelo menos quatro mil encaminhamentos de cirurgias. O motivo: o serviço não realiza esses procedimentos em pacientes da região. Já o AME de Araçatuba, por sua vez, retornou as demandas para os 28 municípios de sua abrangência por não ter referência de encaminhamento. Segundo o Estado, o envio feito pela Prefeitura de Araçatuba a Rio Preto foi um “equívoco”.
É importante lembrar, nesse contexto, que, no final de junho, com a “briga” pelo AME Cirúrgico a todo vapor envolvendo Araçatuba, Birigui e Penápolis, o prefeito Dilador Borges (PSDB) informou que o ambulatório hoje existente seria equipado e estruturado para realizar cirurgias vasculares, ortopédicas, oftalmológicas, de hérnia e laparoscopia. O anuncio foi feito pelo chefe do Executivo após reunião com o secretário estadual de Saúde, David Uip.
Ocorre que, enquanto as demandas por serviços especializados de saúde só aumentam, a promessa feita pelo poder público parece ainda estar longe de ser cumprida. Oftalmologia, por exemplo, tem uma lista de cerca de dez mil pessoas em toda a cidade à espera de atendimento, situação que levou a Justiça a acatar ação do Ministério Público para que Estado e Município providenciem a cobertura a todos esses casos.
Quando Dilador divulgou a conquista das cirurgias para o AME, a informação oficial era de que a medida seria um primeiro passo para a obtenção do AME Cirúrgico. No entanto, aparentemente, esta luta não está vencida como parecia. Na semana retrasada, Dilador reforçou o pedido ao Estado quando estiveram na cidade o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris (PSDB), e o deputado estadual Itamar Borges (PMDB).
Passados quatro meses da divulgação das novas cirurgias, governo estadual e Prefeitura devem explicações. Quanto tempo será necessário para a adequação do AME de Araçatuba? Qual o custo? O que precisa ser feito?
Estas são algumas perguntas que aguardam respostas. Caso contrário, a divulgação da Prefeitura, feita como uma das grandes realizações do primeiro ano da atual administração, não chegará, de fato, a quem mais interessa: ou seja, a grande parcela da população que depende dos serviços públicos de saúde.
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