quarta-feira, 5 de abril de 2017

AB InBev usará 100% de energia renovável

Fonte: Valor Econômico

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AB InBev, a maior fabricante de cervejas do mundo e controladora da Ambev, está mudando a sua política de compra de energia. A meta é até 2025, daqui oito anos, usar apenas fontes renováveis como energia solar, eólica, biomassa ou eletricidade proveniente de pequenas centrais hidrelétricas (PCH).
A ideia é negociar contratos de longo prazo com fornecedores, criando demanda garantida a estes por 10 a 15 anos, informou a AB InBev ao Valor. Esse tipo de contrato deverá fornecer de 75% a 85% da energia consumida pela companhia. O restante virá de tecnologias como painéis solares e biomassa, instalados dentro ou perto das fábricas da AB InBev. A companhia estima que em 2025 sua demanda por energia seja de 6 terawatt/hora por ano.
O anúncio da nova política de compra de energia foi feito na terça-feira, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto que pode desmantelar as bases criadas pelo ex-presidente Barack Obama para limitar as emissões de gases-estufa das usinas térmicas a carvão.
O CEO da AB Inbev, Carlos Brito, tratou de esclarecer, à Bloomberg, que o “timing” foi uma coincidência e que o anúncio não teve conotação política. Lutar contra mudanças climáticas com energia renovável é bom para os resultados da companhia, disse ele, acrescentando que “nós apenas achamos que isto é bom para o nosso negócio e para o ambiente.”
Com essa estratégia, a AB InBev calcula que deve se tornar o maior comprador corporativo de energia elétrica renovável do setor de bens de consumo no mundo, reduzindo em 30% a sua “pegada operacional de carbono”, ou seja a quantidade de CO2 ou de outro tipo de gás-estufa que contribui para o aquecimento da Terra.
O primeiro acordo de longo prazo assinado pela AB InBev para comprar energia renovável foi assinado no México, onde a companhia tem a sua maior fábrica, em Zacatecas. A Iberdrola vai fornecer 490 gigawatt/hora por ano e vai construir uma unidade de energia eólica que deverá começar a funcionar no primeiro semestre de 2019.
No Brasil, a Ambev assumiu o mesmo compromisso anunciado pela matriz e terá que bancar a sua produção, daqui a oito anos, apenas com energia de fontes renováveis. Rodrigo Figueiredo, vice-presidente de suprimentos da Ambev, é o executivo encarregado de cumprir a meta. Para ele, a nova estratégia significa “ter uma operação cada vez mais sustentável, reduzindo ao máximo o impacto no meio ambiente”.
A Ambev consome cerca de 1 terawatt/hora de energia por ano, das seguintes fontes: hidrelétrica (76% do total), térmica (13%), eólica (6%) e de pequenas centrais hidrelétricas (5%). A companhia considera que a energia hidrelétrica é, sim, renovável, mas para cumprir a meta anunciada pela matriz em 2025 esse tipo de energia será comprado apenas de pequenas centrais hidrelétricas (PCH), que são aquelas com geração superior a 3 megawatt e inferior a 30 megawatt, explicou a Ambev.
Segundo a AB InBev, o seu compromisso para 2025 “terá o mesmo efeito positivo que remover as emissões de quase 500 mil carros da atmosfera”. Com a meta anunciada nesta semana, a maior cervejaria do mundo também passou a fazer parte do RE100, um grupo de 89 empresas que já declararam o compromisso de usar apenas eletricidade 100% renovável. Dentre elas, está a fabricante e varejista de móveis Ikea e a Coca-Cola Enterprises, que opera na Europa Ocidental.

Doenças crônicas são um problema no Brasil e atingem mais os menos escolarizados, Unicamp (pauta)


Enviado por Camila Delmondes em qui, 30/03/2017 - 09:11
Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que as doenças crônicas vitimam 38 milhões de pessoas no mundo todo, a cada ano, e correspondem a 68% da mortalidade global. Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Associação Brasileira de Educação e Tecnologia revela um dado alarmante: 45% da população brasileira, com 18 anos ou mais, apresenta pelo menos uma doença desse tipo. Dentre as mais prevalentes estão: a hipertensão, os problemas de coluna, o diabetes, artrite e reumatismo, depressão e asma. As pessoas com menor nível de escolaridade e que não têm plano de saúde privado são as que mais sofrem. Leia o artigo na íntegra aqui.
Os resultados da pesquisa estão no artigo intitulado Desigualdades sociais na prevalência de doenças crônicas no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde 2013”, publicado em dezembro último, no International Journal for Equity in Health (IJEH). A publicação analisa as desigualdades sociais em Saúde no Brasil utilizando dados obtidos na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2013, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde.
“As morbidades crônicas, além das mortes prematuras, provocam incapacidade funcional, afetam de maneira importante a qualidade de vida e o bem-estar, e elevam, significativamente, a demanda aos serviços de saúde, gerando forte impacto econômico e social”, explica a coordenadora do Centro Colaborador em Análise de Situação de Saúde da FCM da Unicamp, Marilisa B. A. Barros, que assina a publicação em coautoria com Deborah Carvalho Malta (autora principal), Margareth Guimarães Lima, Regina Tomie Ivata Bernal, Maria de Fátima Marinho de Souza e Celia Landman Szwarcwald.
O estudo transversal de base populacional – realizado a partir dos dados de 60.202 brasileiros a partir dos 18 anos, mostrou ainda, que os brasileiros com o menor nível de escolaridade são os que mais sofrem com diabetes, Acidente Vascular Cerebral (AVC), insuficiência renal, problemas de coluna e hipertensão. “A frequência de AVC é 2,5 vezes maior no grupo de escolaridade inferior, ao passo que os problemas musculoesqueléticos e de câncer foram mais frequentes nos brasileiros com melhor nível de escolaridade”, afirma Marilisa.
De acordo com a epidemiologista do CCAS da FCM Unicamp e uma das coautoras do estudo, Margareth Guimarães Lima, as limitações decorrentes de doenças crônicas comprometem a vida das pessoas, pois impactam na autonomia e na independência dos indivíduos no desempenho de tarefas cotidianas, no trabalho e no convívio social. Tais limitações também foram analisadas na pesquisa e afetaram mais drasticamente os indivíduos analfabetos e com menor grau de escolaridade.
“Entre indivíduos com hipertensão, as limitações provocadas pela doença são 8,9 vezes mais frequentes neste segmento de menor escolaridade e essa profunda desigualdade é observada também em relação a várias outras doenças, como diabetes, asma, problemas musculoesqueléticos, acidente vascular cerebral, artrite, problemas de coluna e depressão”, afirma a pesquisadora.
Ter ou não plano de saúde foi outra variável relacionada às limitações provocadas pelas doenças crônicas, que estão mais presentes nos pacientes sem a cobertura assistencial privada. “Como a maioria depende do Sistema Único de Saúde (SUS), a pesquisa aponta para a necessidade de qualificar o atendimento do SUS nessa área. Podemos atuar na promoção de comportamentos saudáveis, no sentido de evitar essas doenças, e no cuidado adequado, para prevenir e controlar as limitações desencadeadas por elas”, finaliza Margareth.

Câmara aprova projeto que pode restringir funcionamento do Uber, O Globo


Emenda retira do projeto o trecho que estabelece que transporte individual de passageiros é uma atividade de natureza privada

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Tela do aplicativo Uber - Domingos Peixoto - 17/08/2016 / Agência O Globo


BRASÍLIA - A Câmara aprovou na noite desta terça-feira projeto sobre o funcionamento de transporte individual remunerado, com foco no Uber, mas emendas que tiveram o aval da maioria dos deputados dificultam o serviço, deixando nas mãos dos municípios a autorização da existência de transportes por meio de aplicativo.
Foi suprimida do texto a caracterização desse tipo de transporte como “atividade natureza privada”, o que, na prática, delega ao Poder Público a fiscalização e regulamentação do serviço. Em outra mudança, os deputados incluíram artigo segundo o qual os motoristas terão de “possuir e portar autorização específica emitida pelo Poder Público municipal”. O texto vai ser analisado pelo Senado, onde pode ser modificado.
A Uber defendia um texto mais brando, que apenas autorizasse a existência do aplicativo, e deixasse a cargo de cada município definir as regras. Para os defensores deste serviço, o resultado do texto aprovado na Câmara pode até mesmo inviabilizar seu funcionamento.
As emendas para impor limitações ao funcionamento do Uber foram apresentadas pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP), cujo projeto inicial consistia em acabar definitivamente com este tipo de transporte.
Mas, o petista nega que suas emendas irão inviabilizar o funcionamento do Uber. Ele diz que elas servirão apenas para possibilitar que o Poder Público atue sobre as regras para o transporte.
– Em hipótese alguma inviabiliza. Somente garante que é um serviço público, que vai ter fiscalização e regulamentação por parte do Poder Público. Não se fala em necessidade de concessão nas emendas. Mas, vai ter que ter autorização da prefeitura, que vai definir os critérios para esse transporte funcionar. Se fosse um serviço de natureza privada, o Poder Público não poderia se meter – explica Zarattini.
Para o deputado Daniel Coelho (PSDB-PE), relator do substitutivo que permitia o funcionamento do Uber com menos limitações, as emendas irão dificultar a existência do serviço.
– Cria uma enorme dificuldade, o intuito de quem fez a emenda é acabar com o Uber e transportes desse tipo. É o mesmo que dizer que Uber é táxi e vai na contramão de qualquer país desenvolvido no mundo – disse.
Em nota, a Uber classificou o texto aprovado como “retrógrado” e que tenta transformar o serviço em táxi:
“É importante frisar que o projeto propõe uma lei retrógrada, que não regula a Uber no Brasil, mas tenta transformá-la em táxi, proibindo então este modelo de mobilidade. O projeto segue agora para o Senado Federal, onde o debate sobre a tecnologia deve continuar, garantindo que sejam ouvidas as vozes de milhões de pessoas no Brasil que desejam ter seu direito de escolha assegurado”, diz a nota.
O texto que seria votado inicialmente proibia a existência do Uber, ao dizer que o transporte individual remunerado de passageiros somente poderia ser feito por veículos de aluguel conduzidos por taxistas. Mas, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), elaborou um substitutivo mais suave e aprovou em plenário a urgência na tramitação do texto. A proposta de Maia, apresentada por Daniel Coelho, alterava as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana para dizer que o transporte remunerado privado individual de passageiros é uma atividade de natureza privada.
PRESIDENTE DA CÂMARA E RELATOR COMENTAM VOTAÇÃO
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou, após a votação, que as emendas aprovadas “atrapalham”, mas não inviabilizam a existência dos transportes por aplicativo. Para Maia, as alterações irão criar uma “burocracia desnecessária”. Ele lembrou que o texto ainda pode ser alterado no Senado passará pelo crivo do presidente da República.
– O texto principal aprovado era o melhor texto. São regulamentações que não deveriam estar em lei federal. Os dois destaques não ajudam, dão um passo atrás, mas foi a decisão do plenário, tem que ser respeitada. Não inviabiliza porque não se tirou a questão de que quem regulamenta são os municípios e não retira o artigo na lei de mobilidade que garante a existência dos aplicativos. Vamos ver o que o Senado vai fazer e também o presidente da República, que pode vetar ou sancionar alguns artigos – disse Maia.
Após a votação, Zarattini afirmou que o projeto aprovado irá mudar o sistema como é hoje:
– Do jeito que vêm funcionando esses aplicativos, com certeza não vão funcionar mais, porque esses aplicativos recrutam milhares motoristas, em que todos podem trabalhar ao mesmo tempo, rebaixam o rendimento dos motoristas e mantêm a arrecadação desses aplicativos. Então, isso não vai acontecer mais, vai haver uma limitação. Os municípios vão estabelecer regras e os aplicativos vão funcionar seguindo essas regras – afirmou o petista.


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