terça-feira, 14 de março de 2017

13.03.17 | Um terço da produção mundial de alimentos vai para o lixo - Procel




Fonte: Procel Info - 13.03.2017

São Paulo - “É preciso deixar de ser energívoro”, alertou José Rogelio Medela, diretor adjunto do Departamento de Meio Ambiente (DMA) da Fiesp. A afirmação foi feita na abertura do I Simpósio Nacional de Eficiência Energética e Sustentabilidade para Conservação de Alimentos, realizado no último dia 8 de março, e voltado especificamente ao setor alimentício com ênfase para a eficiência energética e sustentabilidade, fundamentais para as boas práticas na conservação de alimentos. Esses pilares na área supermercadista, e também nos locais que ofertam alimentação fora do lar, são essenciais para a redução do custo e preservação do meio ambiente.

Para Mario Hirose, também diretor adjunto do DMA, os temas tratados no Simpósio são transversais, envolvendo inclusive logística, quando se trata do desperdício ocorrido desde a produção até o transporte do alimento pela percepção que se tem de abundância. “Por isso, devemos perseguir a eficiência. Pois quem paga a conta somos todos nós”, disse.

O primeiro painel ficou a cargo de Rodolfo Pinheiro da Silva, engenheiro e professor Escola Senai Jorge Mahfuz, cuja unidade é vocacionada ao tema com três núcleos, um de energia, outro de eficiência energética e um terceiro dedicado a energias renováveis. “A eficiência energética está baseada no tripé custo de energia (estou contratado energia da forma correta?), consumo (o equipamento utilizado é o mais eficiente?) e uso (o equipamento só funciona realmente quando é preciso?). “De 2013 a 2016 houve acréscimo de 59% no valor da energia com impacto nos negócios”, afirmou.

Ao detalhar a composição de uma conta de luz e as bandeiras tarifárias que são estipuladas pelo governo, Silva explicou como se dão acréscimos pontuais elevando o valor a ser pago. Com programação racional de algumas tarefas industriais, que podem ser realizadas fora do horário de pico, é possível obter economia. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) define que durante três horas consecutivas diárias, a energia será mais cara em função da demanda, o chamado horário de ponta que, pela AES Eletropaulo é das 17h30 às 20h30. Outro ponto assinalado é a demanda contratada, por exemplo, se o contratado foi 100 kW e o limite for ultrapassado, a diferença será cobrada em dobro. “Às vezes se paga por uma demanda que não se utilizou e aí é preciso avaliar a demanda contratada versus a utilizada”, explicou.

Nas gôndolas 

Portanto, para o setor alimentício, há diversas formas de economia, desde se utilizar a climatização apenas no momento necessário, o que pode ser resolvido com uma programação mais eficiente de uso e o auxílio de um temporizador. A mesma atenção se deve dar a um projeto de adequação de iluminação de gôndolas e demais prateleiras, pois há lâmpadas mais caras e que consomem menos energia, mas que distorcem a cor do produto, dando-lhe uma aparência envelhecida. Portanto, “se não for atacado o tripé citado, custo de energia, uso e consumo, não se está sendo eficiente”, concluiu.

Na sequência, o foco do debate foi a tendência para a conservação de alimentos com qualidade e redução de custos – Panorama Europeu e Americano com Sandra Mian, doutora em engenharia de alimentos, especialista na conservação de alimentos no que diz respeito à tecnologia do frio, autora de estudos sobre tendências mundiais – Canadá, Europa, Brasil –, e há mais de 20 anos estudando mercados internacionais.

O primeiro alerta da especialista foi sobre o impacto causado ao planeta pela alimentação e o paradoxo registrado: 868 milhões de pessoas estão desnutridas, no mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), e 1,5 bilhão sofre com excesso de peso. Por ano, morrem 36 milhões por falta de comida e 29 milhões por excesso. E “e se hoje estamos consumindo 1,5 planeta Terra, em 2050 deveremos consumir três”, afirmou.

Segundo a especialista, “há um forte custo ambiental, além do humanitário. O que se desperdiça por dia é 2 mil kilocalorias/dia, ou seja, o que daria para se alimentar outra pessoa. Em termos de desperdício, a perda de alimentos também envolve o desperdício de 60 m3 de água e 832m2 de terra arável. Ou seja, 1/3 da produção vai para o lixo: 45% das raízes, tubérculos, legumes, frutas e verduras se perdem, 35% dos pescados e frutos do mar, 20% de todas as carnes, 30% dos cereais, 20% dos grãos e lácteos. Os grandes problemas? Transporte, distribuição e processamento, etapas que envolvem fortemente refrigeração, em sua avaliação.

Novos comportamentos

Mian também sinalizou questões comportamentais. Há uma tendência positiva protagonizada pelas novas gerações. Em termos históricos, temos a geração silenciosa, nascida entre a I e II Guerras Mundiais; os baby boomers (1946-1964), pós-guerra; X ou yuppies (1965-1976); geração Y ou millennials (1980-1990), sendo sucedida pela geração Z.

Os millennials têm preocupação com o desperdício relacionado aos alimentos e à água. São influenciados e influenciam família e amigos quanto aos hábitos de consumo, buscando opções mais saudáveis, atentos às informações nutricionais, pois querem saber a origem e o processamento do alimento e muitos deles se referem a si mesmos como foodies. São multiculturais e globais, ativos nas redes sociais para compartilhar histórias sobre alimentação, e preferem comidas feitas em casa, não são fãs de micro-ondas, e quanto mais fresco o alimento, melhor. Esse comportamento levou ao aumento do consumo de frutas, verduras e legumes no Canadá, por exemplo.

Essa geração está mais predisposta a pagar a mais por uma comida mais natural e orgânica, minimamente processada e bem fresca, o que leva mais uma vez à importância da refrigeração. Nesse sentido, comida também é experiência, o que gera impacto no marketing experiencial. E crescem muitos hábitos vegetarianos e veganos para essa geração millennials. O maior crescimento se dá no Brasil de acordo com Mian, porque a alimentação precisa ser saudável não somente para si, mas para todo o planeta e, em termos éticos, inclusive para os animais.

Para finalizar, Mian sinalizou a importância de uma etiqueta “limpa”, em função da presença de aditivos e conservantes, e de se manter o foco em tecnologia de ponta. Uma das saídas encontradas no Canadá foi o contrato estabelecido entre consumidores e produtores, uma cadeia curta que permite a quem produz trabalhar com qualidade e, quem recebe a produção, ter a certeza de estar adquirindo um produto saudável.

Um terceiro painel tratou da automação em supermercados com Felipe Assumpção (engenheiro da Full Galge Control). E, para encerrar, como gerenciar a energia na conservação de alimentos por Alexander Dabkiewicz (gerente da ACS) com foco nos processos e sistemas, além da apresentação de cases de supermercados.

* Com informações da Fiesp

segunda-feira, 13 de março de 2017

Emílio diz a Moro que Odebrecht paga caixa 2 desde a época de seu pai, OESP


Emílio Odebrecht prestou depoimento a Moro, juiz da Lava Jato. Foto: Paulo Giandalia/Estadão
O empresário Emílio Odebrecht, patriarca do grupo, afirmou nesta segunda-feira, 13, ao juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Operação Lava Jato, em Curitiba, que os pagamentos não contabilizados, o caixa 2, existem e reinaram desde seu antepassado no Brasil. Ele depôs como testemunha de defesa do filho Marcelo Bahia Odebrecht, que está preso desde 19 de junho de 2015.
“Isso (caixa 2) sempre foi o modelo reinante no País e que veio até recentemente. Porque houve o impedimento e foi a partir de 2014 e 2015. Mas até então, sempre existiu, desde a minha época, da época do meu pai, da minha época e também de Marcelo, de todos aqueles que foram executivos do grupo”, afirmou Emílio.
Os depoimentos de Emílio Odebrecht e do ex-executivo do grupo Márcio Faria, que fizeram delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), foram colocados sob sigilo, por Moro, a pedido da defesa. O Estadão teve acesso aos vídeos.
Emílio falou a Moro por videoconferência, da Justiça Federal, em São Paulo. Ele negou corrupção na Petrobrás e argumentou que não foi o filho, Marcelo, o responsável pelos pagamentos não contabilizados da empresa.
“O senhor tinha conhecimentos de pagamentos não contabilizados pela Norberto Odebrecht?”, questionou a defesa de Marcelo.
“Sim. Sabia que existia, exatamente uso de recursos não contabilizados”, respondeu Emílio.
O advogado questionou se a “sistemática de pagamentos de recursos não contabilizados” da Odebrecht foi criada pelo presidente afastado do grupo Marcelo Odebrecht, que é réu no processo.
“Não, em hipótese nenhuma.”
Nessa ação penal, o herdeiro do grupo é réu por pagar propinas para o PT via ex-ministro Antonio Palocci.
Emílio lembrou que em sua época à frente do comando da Odebrecht, antes de Marcelo, já se pagava caixa 2 e que dois executivos do grupo eram os homens de sua confiança responsáveis por esses pagamentos. “Um falecido e outro com alzheimer.”


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Conheça as novas regras para o transporte aéreo aprovadas pela Anac, AGÊNCIA BRASIL



  • 13/12/2016 16h31
  • Brasília
Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro - O Aeroporto Internacional Tom Jobim/RioGaleão deverá registrar o maior movimento de passageiros de toda a sua história, com a partida das delegações olímpicas e de milhares de turistas que foram a
Mudanças entrarão em vigor em 14 de março de 2017 Arquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou hoje (13) novas regras para o transporte aéreo de passageiros, válidas a partir de 14 de março do ano que vem. Uma das mudanças autoriza a cobrança pela bagagem despachada.
Veja a lista das novas regras da Anac:
Antes do voo:
- As empresas aéreas deverão informar o valor total a ser pago pelo consumidor no anúncio da passagem, já incluídas as taxas aeroportuárias e tarifas de embarque
- O consumidor deve ser informado sobre as principais regras de alteração do contrato, o valor do reembolso, tempos de voo e conexão e regras de bagagem, como valor de excesso e franquia praticada pela empresa
- Na hora da venda da passagem, serviços e produtos adicionais não podem estar pré-selecionados, para evitar que o consumidor acabe comprando sem querer um serviço
- As empresas devem oferecer passagens com regras mais flexíveis para alterações. Pelo menos uma das opções de passagem deve garantir 95% de reembolso ao passageiro no caso de mudanças
- As multas para alteração da passagem ou reembolso não podem ultrapassar o valor pago pela passagem
- As empresas deverão corrigir erros na grafia do nome do passageiro sem ônus, para evitar problemas de embarque e cobranças indevidas
- O consumidor terá 24 horas para desistir da compra da passagem sem ônus, no caso de passagens compradas com mais de sete dias antes da data do voo
- As mudanças de horário, itinerário ou conexão no voo pela companhia devem ser avisadas com antecedência mínima de 72 horas ao passageiro. Se a alteração for superior a 30 minutos, o passageiro tem direito a desistir do voo
- As empresas aéreas não são mais obrigadas a oferecer franquia de bagagens aos passageiros. As companhias poderão decidir qual franquia de bagagem oferecer e o consumidor poderá escolher o serviço
- A franquia da bagagem de mão passa de 5 quilos para 10 quilos, observado o limite de volume e as regras de segurança da Anac
- As empresas deverão oferecer informações mais claras sobre o pagamento de excesso de bagagem, para evitar o “fator surpresa” no despacho da bagagem. Atualmente, o preço do excesso depende da tarifa comercializada em cada voo. Com a mudança, o passageiro deverá saber quanto vai pagar pelo excesso na hora da compra da passagem
- As empresas devem apresentar regras mais claras sobre procedimentos e documentação para embarque
- Os passageiros devem cumprir requisitos para embarque, como documentos, vistos, vacinas, etc, e deve atender instruções e avisos
Durante o voo:
- O passageiro deve informar a empresa aérea se carrega na bagagem bens de valor superior a cerca de R$ 5,2 mil. O objetivo é evitar conflitos em casos de extravio de bagagem e facilitar eventuais indenizações
- As empresas não poderão cancelar automaticamente o trecho de retorno quando o passageiro avisar que não fará uso do trecho de ida. Ou seja, se o passageiro perder o trecho de ida, ele pode utilizar o trecho de volta, mediante aviso à companhia aérea. A regra vale para voos domésticos
- Caso a empresa deixe de embarcar o passageiro, por overbooking, por exemplo, ele deve ser indenizado em cerca de R$ 1 mil para voos domésticos e R$ 2 mil para internacionais
- A Anac decidiu manter os direitos dos passageiros no caso de atrasos ou cancelamentos de voos, como comunicação, alimentação, transporte e hospedagem. Mas houve alteração na regra: a hospedagem em hotel deve ser oferecida pela empresa apenas em caso de necessidade de pernoite. Em outros casos, a acomodação pode ser feita em outros locais, como nas salas VIP dos aeroportos
Depois do voo:
- As bagagens extraviadas devem ser restituídas em até sete dias para voos domésticos. Atualmente, o prazo é de 30 dias. Para voos internacionais, o prazo permanece em 21 dias
- As despesas do passageiro em função do extravio de bagagem, como compra de roupas e itens necessários, devem ser ressarcidas, no caso de passageiros que estejam fora de seu domicílio. O passageiro deve ser indenizado em até sete dias após o registro do extravio
Edição: Luana Lourenço