Fonte: Folha de São Paulo - 05.03.2017
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* Por André Nahur
São Paulo - É tempo de bandeira amarela! O símbolo, que mais uma vez aparece na conta de energia, avisa que o consumidor final brasileiro deverá lidar novamente com tarifas mais altas de energia, agora com valor reajustado. Junto ao alerta, porém, este domingo (5) relembra que é possível deixar o caminho menos custoso. Hoje é Dia Mundial da Eficiência Energética. A data, ainda pouco conhecida no Brasil, foi criada há 19 anos na Áustria, durante a primeira conferência internacional sobre o tema, buscando ampliar o conhecimento geral sobre o uso consciente de energia e contribuir para a solução da crescente crise energética, que – longe de ser uma exclusividade tupiniquim – assola a todo o planeta. Ineficiência energética ocorre no desperdício de recursos ou uso de equipamentos que gastam mais do que deveriam. Para cumprir o prometido no Acordo de Paris e dar sua parcela justa nas emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa), países de todo o mundo têm investido em formas de energia que não emitam ou emitam menos desses gases. Buscar mais fontes e menos perdas é essencial para permitir o crescimento econômico sem comprometer a segurança climática e ainda dar acesso a mais de 1,5 bilhão de pessoas que não possui eletricidade no mundo. No Brasil, de acordo com a Abesco (Associação Brasileira de Empresas de Serviço de Conservação de Energia), cerca de 50 mil gigawatts-hora por ano são gastos por falta de eficiência. Isso equivale à capacidade plena de usina de Itaipu e uma economia de R$ 12 bilhões (a preços de 2014). Ações individuais de uso consciente dos recursos são essenciais e o movimento A Hora do Planeta, que acontece no próximo dia 25, é um bom momento para lembrar de bons hábitos, como um menor tempo no banho, desligar luzes de cômodos que não estão sendo usados ou diminuir o uso de veículos individuais motorizados. Porém, para que o resultado seja expressivo, é crucial o envolvimento do governo. Em relatório do International Energy Efficiency Scorecard com as principais economias consumidoras de energia, o Brasil aparece em penúltimo em políticas para eficiência energética, à frente apenas da Arábia Saudita. Boas iniciativas existem, como é o caso do Selo Procel (criado em 1993) ou do Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf). Nela, o Brasil prevê reduzir 10% no consumo até 2030, o equivalente a uma economia de 106 TWh e redução de 30 milhões de toneladas de CO2 naquele ano. Falta implementar e pensar a energia desde o início, como em sistemas de transporte mais eficientes ou construção de edifícios que aproveitem luminosidade e ventilação naturais sem depender de ar condicionado, o grande vilão do aquecimento global nas residências. Países como Austrália, Estados Unidos e Reino Unido tiveram bons resultados na criação de políticas e modelos de eficiência energética para a construção civil. O investimento em sistemas de mini e microgeração de energia elétrica também é interessante, pois diminui a demanda de energia de grandes centrais hidrelétricas e termelétricas, com benefícios para o planeta, empregos para o país e redução de tarifa para o consumidor. O WWF-Brasil, por meio do seu programa Mudanças Climáticas e Energia, desenvolve estudos, ações e campanhas buscando que o ser humano tenha qualidade de vida, vivendo em harmonia com a natureza. Acreditamos que há boas oportunidades em cada crise e esperamos que esta bandeira amarela possa também acenar novas e mais sustentáveis alternativas para o setor elétrico. * André Nahur, biólogo e coordenador do programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil |
terça-feira, 7 de março de 2017
06.03.17 | Eficiência energética: a oportunidade em meio ao aumento na conta de energia Fonte: Folha de São Paulo - 05.03.2017 * Por André Nahur São Paulo - É tempo de bandeira amarela! O símbolo, que mais uma vez aparece na conta de energia, avisa que o consumidor final brasileiro deverá lidar novamente com tarifas mais altas de energia, agora com valor reajustado. Junto ao alerta, porém, este domingo (5) relembra que é possível deixar o caminho menos custoso. Hoje é Dia Mundial da Eficiência Energética. A data, ainda pouco conhecida no Brasil, foi criada há 19 anos na Áustria, durante a primeira conferência internacional sobre o tema, buscando ampliar o conhecimento geral sobre o uso consciente de energia e contribuir para a solução da crescente crise energética, que – longe de ser uma exclusividade tupiniquim – assola a todo o planeta. Ineficiência energética ocorre no desperdício de recursos ou uso de equipamentos que gastam mais do que deveriam. Para cumprir o prometido no Acordo de Paris e dar sua parcela justa nas emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa), países de todo o mundo têm investido em formas de energia que não emitam ou emitam menos desses gases. Buscar mais fontes e menos perdas é essencial para permitir o crescimento econômico sem comprometer a segurança climática e ainda dar acesso a mais de 1,5 bilhão de pessoas que não possui eletricidade no mundo. No Brasil, de acordo com a Abesco (Associação Brasileira de Empresas de Serviço de Conservação de Energia), cerca de 50 mil gigawatts-hora por ano são gastos por falta de eficiência. Isso equivale à capacidade plena de usina de Itaipu e uma economia de R$ 12 bilhões (a preços de 2014). Ações individuais de uso consciente dos recursos são essenciais e o movimento A Hora do Planeta, que acontece no próximo dia 25, é um bom momento para lembrar de bons hábitos, como um menor tempo no banho, desligar luzes de cômodos que não estão sendo usados ou diminuir o uso de veículos individuais motorizados. Porém, para que o resultado seja expressivo, é crucial o envolvimento do governo. Em relatório do International Energy Efficiency Scorecard com as principais economias consumidoras de energia, o Brasil aparece em penúltimo em políticas para eficiência energética, à frente apenas da Arábia Saudita. Boas iniciativas existem, como é o caso do Selo Procel (criado em 1993) ou do Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf). Nela, o Brasil prevê reduzir 10% no consumo até 2030, o equivalente a uma economia de 106 TWh e redução de 30 milhões de toneladas de CO2 naquele ano. Falta implementar e pensar a energia desde o início, como em sistemas de transporte mais eficientes ou construção de edifícios que aproveitem luminosidade e ventilação naturais sem depender de ar condicionado, o grande vilão do aquecimento global nas residências. Países como Austrália, Estados Unidos e Reino Unido tiveram bons resultados na criação de políticas e modelos de eficiência energética para a construção civil. O investimento em sistemas de mini e microgeração de energia elétrica também é interessante, pois diminui a demanda de energia de grandes centrais hidrelétricas e termelétricas, com benefícios para o planeta, empregos para o país e redução de tarifa para o consumidor. O WWF-Brasil, por meio do seu programa Mudanças Climáticas e Energia, desenvolve estudos, ações e campanhas buscando que o ser humano tenha qualidade de vida, vivendo em harmonia com a natureza. Acreditamos que há boas oportunidades em cada crise e esperamos que esta bandeira amarela possa também acenar novas e mais sustentáveis alternativas para o setor elétrico. * André Nahur, biólogo e coordenador do programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil
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Trem entre SP e Campinas só depende de liberação de terrenos da União, diz Alckmin
André Borges ,
O Estado de S.Paulo
O Estado de S.Paulo
07 Março 2017 | 18h31
BRASÍLIA - A viabilidade da licitação do trem de passageiros de média velocidade para interligar Campinas e São Paulo depende da liberação, pelo governo federal, da "faixa de domínio" da ferrovia de carga que já liga as duas cidades.
Segundo o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o projeto depende apenas dessa confirmação do governo para que a oferta de parceria público-privada (PPP) do empreendimento seja apresentada ao mercado. "É um projeto extremamente importante. E sua viabilidade depende do terreno", disse Alckmin ao 'Estado'.
"O estudo que nós fizemos mostra que cabe mais uma linha do trem de carga, dá para dobrar a capacidade, além das duas linhas do trem de média velocidade, na mesma faixa de domínio", comentou o governador, que confirmado ter entregado a proposta do projeto nas mãos do presidente Michel Temer no mês passado. "Só estamos aguardando o governo federal dar um ok, que ele concorda."
Alckmin confirmou que pretende incluir na licitação do trem de média velocidade o trecho 7 da CPTM, que seria incorporado ao projeto "para ajudar no funding" da proposta comercial. "Estamos otimistas. O grande problema hoje é o custo do terreno. É muito cara a desapropriação. Se temos a faixa de domínio, já viabiliza o projeto", disse.
O governo paulista não descartou ainda a possibilidade de a PPP ter contrapartidas financeiras da União, reunindo governos federal e estadual e a iniciativa privada no mesmo projeto. A renovação das concessões de ferrovias federais pode ser uma alternativa para injetar recursos no projeto de São Paulo. "Isso seria o ideal", comentou Alckmin.
O projeto tem sido assessorado por técnicos do Banco Mundial. Trens de velocidade são aqueles que fazem viagem de até 200 km por hora, em média. O traçado pretendido pelo projeto é o mesmo que estava inserido no plano do trem de alta velocidade, que era defendido pelo governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
Não há valores fechados sobre o empreendimento. A se basear pelo custo de outro projeto previsto para ligar Brasília a Goiânia, os 135 km de trilhos que ligariam São Paulo à Campinas e Americana teriam custo aproximado de US$ 5,5 bilhões. Diversos fatores, no entanto, podem influenciar diretamente nesses custos, como a escolha da tecnologia que será usada e as desapropriações necessárias no traçado do trem.
Crise gerou fuga de 2 mil fortunas do Brasil, OESP
O Brasil viu a fuga de 2 mil fortunas do país entre 2015 e 2016, diante da crise econômica e da instabilidade política. Os dados foram apresentados pela consultoria Knight Frank Research, que mapeia o mercado de multi-milionários no mundo.
Se por uma década o Brasil foi uma das estrelas no mundo do luxo por gerar uma expansão importante de milionários, os dados mostram que essa tendência não será mantida nos próximos dez anos.
Na avaliação dos pesquisadores, a expansão de 47% entre os ricos no Brasil entre 2006 e 2015 será cortada pela metade, para apenas 20% na próxima década por conta da "turbulência política e a migração de ultra-ricos".
Entre 2006 e 2015, o número de milionários no Brasil passou de 105 mil pessoas para 180 mil, um dos maiores saltos no mundo. A conta inclui as fortunas acima de US$ 1 milhão. Mas entre 2015 e 2016, o país perdeu mais de 25 mil deles, sendo que uma parte migrou e outra viu a perda de seus ativos. A previsão é de que os níveis de 2015 apenas voltarão a ser atingidos em 2026.
Considerando apenas as fortunas de mais de US$ 30 milhões, a década anterior também havia registrado um salto inédito. As pessoas nesta classificação passaram de 1,4 mil para 2,4 mil entre 2006 e 2015. Mas esse número também caiu com a crise para apenas 2 mil pessoas. Até 2026, a taxa será de 2,4 mil uma vez mais.
Já entre aqueles com mais de US$ 100 milhões, o número saltou de 277 para 473 em dez anos. Mas também caiu para 407 em 2016.
A maior concentração de milionários brasileiros, segundo o levantamento, está em São Paulo, com 65,5 mil. O número coloca a cidade paulista entre as 20 maiores do mundo, superando Viena, Bruxelas ou Doha. Mas com um número substancialmente menor que os mais de 300 mil milionários de Nova Iorque.
No caso de São Paulo, o número de milionários também foi reduzido com a crise, com um encolhimento de 14%. Mas até 2026, a previsão é de uma nova expansão de 20%. No caso do Rio de Janeiro, são 35 mil milionários, também com a perspectiva de expansão de 20% em dez anos.
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