quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Inflação termina 2016 com avanço de 6,29%, abaixo do teto da meta do governo, OESP

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) terminou 2016 com elevação de 6,29%, abaixo do teto da meta do governo, de 6,5% ao ano, informou o IBGE nesta quarta-feira, 11. O resultado ficou abaixo do IPCA de 2015 (+10,67%) e de 2014 (+6,41%). O grupo dos alimentos foi o que mais pesou na inflação do ano passado, mas, isoladamente, só os planos de saúde, com alta de 13,55%, responderam por 0,45 ponto porcentual do IPCA.
Em dezembro, o IPCA subiu 0,30%, uma aceleração em relação ao resultado de novembro (+0,18%). Ainda assim, o IPCA de dezembro foi o mais baixo para esse mês desde 2008 (0,28%).
Apesar de ter ficado, em média, na margem de tolerância, o IPCA furou os 6,5% em sete das 13 regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE. O maior resultado foi registrado em Fortaleza, onde os aumentos de preços alcançaram 8,34% em 2016, seguida por Campo Grande (7,52%); Recife, 7,10%; Porto Alegre, 6,95%; Belém, 6,77%; Salvador, 6,72%; e Belo Horizonte, 6,60%.

Veja os alimentos que ficaram mais caros em 2016

10
O encarecimento dos alimentos, que respondem por 25% do IPCA, foi o que puxou os resultados da inflação no mês e no ano. O IBGE destaca que, em um ano em que a produção agrícola ficou 12% abaixo da colhida em 2015, o consumidor passou a pagar, em média, 8,62% mais caro do que em 2015 para adquirir alimentos. Os alimentos para consumo em casa subiram 9,36%, enquanto a alimentação consumida fora de casa subiu 7,22%. 
O grupo de saúde e cuidados pessoais foi o com maior alta acumulada no ano (11,04%) e o único dos nove pesquisados pelo IBGE cujos preços subiram mais em 2016 do que em 2015. A maior pressão veio das mensalidades dos planos de saúde (13,55%), a maior alta desde 1997, seguidos pelos remédios (+,12,5%, maior elevação desde 2000).

Nesta quarta-feira, 11, o Banco Central também decide a taxa básica de juros da economia, a Selic. A expectativa do mercado é de um corte de 0,50 ponto porcentual do juro, embora boa parte do mercado já projete uma redução de 0,75 ponto.
O presidente do BC, Ilan Goldfajn, tem reiterado que seu objetivo é o levar a inflação para o centro da meta em 2017 e, recentemente, afirmou que ela está declinando no Brasil e as expectativas estão bem ancoradas, abrindo espaço para afrouxamento monetário.
O BC começou a reduzir a Selic em outubro passado e, de lá para cá, fez dois cortes de 0,25 ponto percentual cada, para os atuais 13,75%. Mas recebeu algumas críticas de que poderia ter sido mais ousado diante da forte recessão econômica.
Baixa renda. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), conhecido como "inflação da baixa renda", subiu 0,14% em dezembro, após ter registrado alta de 0,07% em novembro. Como resultado, o índice encerrou 2016 com uma elevação acumulada de 6,58%.
O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados. 
(DANIELA AMORIM, COM REUTERS)

MAIS CONTEÚDO SOBRE:

O emotivo discurso de despedida Barack Obama em 7 frases, BBC

  • Há 3 horas
Despedida de Barack ObamaDireito de imagemCASA BRANCA
Image captionBarack Obama falou diante de multidão em Chicago
"É bom estar em casa. (...) Esta noite é a minha vez de dizer obrigado".
Assim o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, iniciou seu último discurso no cargo.
O pronunciamento ocorreu na noite de terça-feira, em Chicago, cidade onde começou sua carreira política.
Obama falou diante de uma multidão de pessoas que o aguardou por horas.
No discurso, que durou mais de 50 minutos, o presidente americano mencionou as pendências de seu mandato e destacou várias realizações que conseguiu nos oito anos à frente da Casa Branca.
Obama também defendeu sua luta contra o racismo e a discriminação e seus esforços para promover um acordo global frente às mudanças climáticas.
Ressaltou, ainda, as medidas durante sua gestão que permitiram o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a ampliação da cobertura médica a 20 milhões de pessoas por meio da lei conhecida como Obamacare.
Além disso, o presidente americano resumiu em três pontos o que chamou de ameaças à democracia americana: desigualdade econômica, divisões raciais e a reclusão dos diferentes segmentos da sociedade em "bolhas, cercadas por pessoas que se parecem conosco e compartilham a mesma visão política e nunca desafiam nossas suposições".
As declarações foram em tom otimista quanto ao futuro, mas Obama não deixou de demonstrar preocupação diante dos problemas que persistem nos Estados Unidos.
No próximo dia 20 de janeiro, ele deixa a Presidência dos Estados Unidos, que exerceu por dois mandatos, desde 2009.
Na data, Obama entregará o cargo ao presidente eleito Donald Trump, que ganhou as eleições presidenciais em novembro do ano passado.
Obama seca o choroDireito de imagemAP
Image captionObama não conteve lágrimas em último discurso de despedida
Confira sete frases simbólicas do último discurso de Barack Obama, compiladas pela BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
1."Vocês foram a mudança": Obama deu crédito aos cidadãos pelas várias realizações de seu governo, como o descongelamento das relações com Cuba, o fim da recessão econômica, a queda da taxa de desemprego e o acordo nuclear com o Irã.
2."O futuro está em boas mãos": foi a forma otimista do líder de dirigir-se às novas gerações que, segundo ele, "em breve serão maioria".
3."No entanto, não estamos onde precisamos estar. Todos nós temos muito trabalho para fazer", refletiu Obama frente ao racismo existente nos Estados Unidos.
4."A democracia pode cambalear quando entregue ao medo", foi o que disse o presidente americano sobre a crescente intolerância frente a minorias, principalmente em relação à discriminação contra a comunidade muçulmana nos Estados Unidos.
5."Assumam o desafio das mudanças climáticas": Obama destacou que, em oito anos, conseguiu reduzir a dependência de seu país por combustíveis fósseis e dobrou as reservas de energias renováveis. Ele pediu aos americanos para não abandonar essa agenda. "Nossos filhos não terão tempo para debater a existência das mudanças climáticas. Estarão ocupados lidando com seus efeitos", concluiu.
6."Peço a vocês que criem": o "último pedido como presidente" de Obama foi um apelo para que os americanos usem suas habilidades para mudar as coisas.
7."Sim podemos": assim concluiu o presidente dos Estados Unidos em seu discurso. Ele afirmou que ter servido a seu país foi a maior honra de sua vida. Depois agradeceu à plateia, pediu a Deus que "continue abençoando os Estados Unidos" e terminou a fala.
Malia Obama e mãe, MichelleDireito de imagemAFP
Image captionMalia Obama foi citada em discurso do pai junto com irmã, Sasha

'Mais quatro anos'

Os seguidores de Obama interromperam o discurso com gritos pedindo "mais quatros anos".
"Não posso fazer isso", reagiu Obama aos risos.
Ele evitou polêmicas com o sucessor, Donald Trump.
Inclusive chegou a indicar que apoiará publicament um novo programa de assistência social de Trump "se for comprovadamente melhor" do que o Obamacare.
Barack abraça MichelleDireito de imagemAP
Image captionMichelle Obama e Malia Obama acompanharam o discurso na primeira fileira

Racismo e ataques a muçulmanos

Em relação ao racismo, Obama reconheceu que se trata de uma "força que divide o país" e que ainda há um longo caminho a percorrer.
"No entanto, não estamos onde precisamos estar. Todos nós temos muito trabalho por fazer", afirmou o presidente americano.
Obama acrescentou ser contrário às agressões contra os muçulmanos nos Estados Unidos.
"Nós como cidadãos devemos permanecer vigilantes contra a agressão externa, devemos nos proteger contra o enfraquecimento dos valores que nos fazer ser quem somos".
"A democracia pode cambalear quando entregue ao medo", concluiu Obama.

Ultimo discurso de Obama, UOL

Em seu discurso de despedida como presidente dos EUA, o democrata Barack Obama destacou o legado de seus oito anos de governo fazendo uma defesa da democracia americana e garantindo a passagem pacífica de poder para o presidente eleito Donald Trump. Obama, primeiro presidente negro dos EUA, afirmou que apesar da melhora nas relações raciais no país, o racismo ainda é força potente e há "muito a ser feito" para eliminar os preconceitos contra minorias e imigrantes.
"Depois da minha eleição, houve uma discussão sobre uma América pós-racial. Esta visão, apesar de bem-intencionada, nunca foi realista. A raça continua a ser uma força potente e que muitas vezes divide a nossa sociedade. Vivi o suficiente para saber que as relações raciais são melhores do que eram há 10, 20 ou 30 anos atrás. Você pode ver isto não só em estatísticas, mas também nas atitudes dos jovens americanos em todo o espectro político", afirmou. 
"Mas não estamos onde precisamos estar", seguiu Obama. "Todos nós temos mais trabalho a fazer. Afinal de contas, se cada questão econômica for enquadrada como uma luta entre a classe média branca e trabalhadora e as minorias não merecedoras, trabalhadores de todos os tons ficarão lutando por restos enquanto os ricos retiram mais para seus enclaves privados".
O presidente pediu aos cidadãos que mantenham a fé na democracia participando e mantendo o diálogo aberto com os que discordam de suas opiniões e concorrem ao governo. "Mostrem-se. Mergulhem. Às vezes você vai ganhar, às vezes vai perder ", disse.
Obama começou o seu discurso final agradecendo ao povo americano. "Vocês me fizeram um presidente melhor", ele disse. "Vocês me fizeram um homem melhor". O presidente fez um apelo à união "além das divergências".

OBAMA DIZ QUE "NÃO IRÁ PARAR" E TERMINA DESPEDIDA COM FRASE QUE MARCOU CAMPANHA

Muito aplaudido durante diversas vezes, Obama, assegurou que "em dez dias, o mundo será testemunha de uma transição pacífica de um presidente eleito a outro". Neste momento, a multidão que acompanhava o discurso iniciou uma vaia, em uma crítica ao republicano que ocupará a presidência.
Obama pediu que parassem com o protesto, e destacou a importância da transição de poder. "Me comprometi com o presidente eleito Trump de que a minha equipe garantiria a transição mais suave possível, assim como o presidente Bush fez comigo. Por que cabe a todos nós garantir que o nosso governo possa enfrentar os muitos desafios que virão", afirmou.
"A América é um lugar melhor e mais forte do que quando começamos", disse Obama ao listar as realizações de sua administração, como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o acordo com o Irã, a retomada das relações com Cuba e a morte de Osama bin Laden.
Obama aproveitou a lista de conquistas do seu legado para defender mais uma vez o seu programa de sistema de saúde, conhecido como Obamacare, que Trump já afirmou que pretende acabar. "Se alguém puder apresentar um plano que seja comprovadamente melhor do que as melhorias que fizemos ao nosso sistema de saúde --que cubra tantas pessoas a um custo menor-- vou apoiá-lo publicamente", prometeu.
"Política é uma batalha de ideias. É assim que a democracia é feita"
Obama também celebrou que nenhuma organização terrorista estrangeira realizou com êxito um atentado no país durante seus oito anos na Casa Branca, e afirmou que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) "será destruído". "Apesar de Boston, Orlando e San Bernardino nos lembrarem o quão perigosa pode ser a radicalização, nossos agentes estão mais atentos e são mais efetivos do que nunca".
O presidente pediu ainda que o país siga "vigilante, mas não assustado" na esfera mundial, ao defender que as duas outras potências que lutam pela hegemonia global, Rússia e China, não chegarão aos seus objetivos, a não ser que os EUA mudem drasticamente. "Rivais como a Rússia e China não podem superar nossa influência no mundo todo, a não ser que renunciemos ao que defendemos, e nos transformemos em outro país grande que abusa de seus vizinhos menores".
Obama ainda foi muito aplaudido ao rejeitar a discriminação a muçulmanos americanos.
Em outro trecho do longo discurso, ele afirmou que negar o aquecimento global "trai as futuras gerações". "Podemos e devemos discutir sobre a melhor forma de abordar este problema, mas não podemos simplesmente negar o problema. Isto não apenas trairia as futuras gerações, mas também trairia o espírito essencial do nosso país".

Homenagem emocionada

Ao falar sobre a primeira-dama Michelle Obama, o presidente esteve visivelmente emocionado. O presidente ainda elogiou as filhas, o vice-presidente Joe Biden e a equipe da Casa Branca.
Obama encerrou o discurso com a frase que marcou a sua campanha em 2008: "Yes we can" ("sim, nós podemos"). "Foi a honra da minha vida servi-los. Não vou parar; na verdade, eu estarei aqui com vocês, como um cidadão, durante todos os dias que me restam", disse.
Nicholas Kamm/AFP
Barack Obama, Michelle Obama e Malia no discurso de despedida do presidente democrata
"Peço que vocês se apeguem firmemente a essa fé escrita em nossos documentos fundadores. Na ideia sussurrada por escravos e abolicionistas. No espírito cantado pelos imigrantes e colonos e os que marcharam por justiça. Na crença reafirmada por quem plantou bandeiras em campos de batalha estrangeiros e até na superfície da Lua. Uma crença no centro de todo americano cuja história ainda não está escrita: Sim, nós podemos. Sim, nós fizemos. Sim, nós podemos."
Obama discursou em Chicago, onde ele iniciou sua carreira política e constituiu família. As entradas, gratuitas, para este último discurso foram disputadas na madrugada de sábado no centro de conferências por centenas de pessoas, que fizeram fila apesar do frio glacial.
O futuro de Obama e o legado de seu governo foram abalados pelas eleições presidenciais de 8 de novembro, quando Trump foi eleito. O republicano ameaçou desfazer algumas ações de Obama em questões como reforma do sistema de saúde e a mudança climática. Obama tem instado Trump a rever seu objetivo de acabar com o sistema de saúde, conhecido como Obamacare, enquanto mobilizou os democratas a defenderem o programa na administração Trump e diante de um Congresso comandado pelos republicanos.
Obama planeja continuar morando em Washington pelos próximos dois anos, enquanto sua filha caçula, Sasha, termina o ensino colegial. Ele indicou que pretende dar a Trump o mesmo espaço que seu antecessor, o republicano George W. Bush, lhe deu após deixar o governo.
Isso pode se tornar difícil se Trump mantiver seus planos de revogar a maioria das marcas do governo Obama. Os democratas, que estão sem um líder nacional após a saída de Obama do governo e da derrota de Hillary Clinton na eleição, estão ansiosos em manter o presidente envolvido na política e no partido.