sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

O que há no pacote de incentivo do governo para a economia, NEXO

Sete meses depois de anunciar as medidas que são a base da política econômica do governo Temer, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles apresentou um novo pacote. Se as primeiras medidas tinham como prioridade o ajuste das contas do governo, agora o objetivo é fazer o país “crescer mais”.A apresentação foi aberta por uma fala do presidente Michel Temer, que estava acompanhado pelos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Renan Calheiros.
Com a economia ainda sem reagir, a popularidade em baixa e o vazamento de delação de executivo da Odebrecht citando seu nome, Temer anunciou o pacote como medidas para “aumentar a produtividade” e “combater o desemprego”. O presidente fez questão de dizer que, apesar da fase turbulenta, o governo não está parado.
Apesar de o anúncio acontecer após pressão da base aliada do governo por medidas de incentivo ao crescimento no curto prazo, o ministro da Fazenda negou o caráter imediatista do pacote. Para ele, as medidas enfrentam problemas crônicos da economia brasileira e vão continuar sendo implementadas em 2017.
“O ajuste fiscal é uma parte do programa, vital, crucial. Mas existe um trabalho intenso que começa a ser anunciado agora e que vai continuar no decorrer de 2017”
Henrique Meirelles
Ministro da Fazenda
Algumas das medidas anunciadas não foram detalhadas. Meirelles, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, e o secretário da Receita, Jorge Rachid, repetiram que alguns prazos e detalhes ainda serão estudados nas próximas semanas e só então serão definidos.
O pacote reúne ações em diferentes áreas e com pouca relação entre si: vai desde crédito imobiliário até juros bancários passando por burocracia para abertura de empresas. A apresentação feita pelos integrantes do governo foi chamada de “Crescimento, produtividade e desburocratização”.
Veja os principais pontos do pacote que o Nexo detalha:

FGTS

A autorização do saque de parte do FGTS para pagamento de dívidas, comentada ao longo da semana, não saiu. Os ministros alegaram a necessidade de novos estudos de viabilidade. Para o fundo, no entanto, o governo já anunciou duas mudanças.
A primeira beneficia empresários, que vão deixar de pagar gradativamente a multa ao governo em caso de demissão de funcionário. Pela regra atual, o empregador tem de depositar 10% do FGTS a que o empregado tem direito a título de multa.
Outro anúncio foi o aumento da rentabilidade para o trabalhador que atualmente recebe taxa referencial, usada como base para investimentos, mais 3%. Pela nova regra, metade do rendimento obtido pelo fundo será distribuído entre os cotistas. Segundo o ministro do Planejamento, o rendimento passará a ser parecido com o da poupança.

Burocracia e produtividade

Os ministros demonstraram preocupação com o ambiente de negócios do Brasil e anunciaram a intenção de reduzir a burocracia, os juros reais e o spread bancário - diferença entre a taxa de juros que o banco paga para captar dinheiro e a taxa para os clientes.
Para reduzir o spread, o governo quer mudar as regras para o cadastro positivo - registro de bons pagadores. A partir de agora, a entrada nessas listas será obrigatória e a retirada do nome será opcional. Assim o governo quer diminuir o risco dos bancos, o que consequentemente reduziria os juros.
O governo vai permitir ainda diferenciação de preços dependendo do meio de pagamento - dinheiro, débito, crédito ou boleto. A justificativa é que isso “estimula competição entre os diferentes meios de pagamento” e beneficia o consumidor.
Para diminuir a burocracia, os ministros anunciaram a simplificação de uma série de processos obrigatórios para empresas. A intenção é reduzir, por exemplo, o tempo médio para a abertura de um empreendimento.

Arrecadação

Para melhorar suas contas, o governo anunciou um programa de renegociação de dívidas tributárias. Pessoas e empresas que estiverem em dificuldade e com impostos atrasados terão condições facilitadas caso queiram fazer o pagamento. O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, negou que o programa seja um incentivo à inadimplência. Para o governo, a renegociação dos impostos a receber vai representar uma receita extra no próximo ano.

Incentivo

O governo quer crédito de longo prazo para o setor da construção civil, grande gerador de empregos. Para isso pretende regulamentar um título chamado "letra imobiliária garantida", que permitirá que empresas do ramo captem recursos.
O ministro Dyogo Oliveira anunciou ainda regras mais brandas para fornecimento de crédito pelo BNDES para micro, pequenas e médias empresas. Perguntado sobre o custo dos empréstimos para o governo, já que a taxa de juros do BNDES é subsidiada, Oliveira lembrou que o banco de desenvolvimento tem mais de R$ 100 bilhões parados por falta de demanda.

STJ decide que desacato a autoridade não é mais crime, UOL


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A Quinta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu nesta quinta-feira (15) que desacato a autoridade não pode ser considerado crime porque contraria leis internacionais de direitos humanos.
Os ministros votaram com o relator do caso, Ribeiro Dantas. Ele escreveu em seu parecer que "não há dúvida de que a criminalização do desacato está na contramão do humanismo porque ressalta a preponderância do Estado –personificado em seus agentes– sobre o indivíduo".
"A existência de tal normativo em nosso ordenamento jurídico é anacrônica, pois traduz desigualdade entre funcionários e particulares, o que é inaceitável no Estado Democrático de Direito preconizado pela Constituição Federal de 88 e pela Convenção Americana de Direitos Humanos", acrescentou.
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Segundo o artigo 331 do Código Penal, é crime "desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela". A pena prevista é seis meses a dois anos de detenção ou multa.
ORIGEM DA DECISÃO
A decisão tomada hoje pelos ministros do STJ teve origem em um recurso especial do Ministério Público de São Paulo em defesa de um homem condenado a mais de cinco anos de prisão por roubar uma garrafa de conhaque, desacatar policiais militares e resistir à prisão. Os ministros da Quarta Turma do STJ anularam a condenação por desacato.
Em seu relatório, o ministro Dantas afirmou que "a Comissão Interamericana de Direitos Humanos já se manifestou no sentido de que as leis de desacato se prestam ao abuso, como meio para silenciar ideias e opiniões consideradas incômodas pelo establishment, bem assim proporcionam maior nível de proteção aos agentes do Estado do que aos particulares, em contravenção aos princípios democrático e igualitário".
Por fim, o relator observou que a descriminalização da conduta não significa que qualquer pessoa tenha liberdade para agredir verbalmente agentes públicos.
"O afastamento da tipificação criminal do desacato não impede a responsabilidade ulterior, civil ou até mesmo de outra figura típica penal (calúnia, injúria, difamação etc.), pela ocorrência de abuso na expressão verbal ou gestual ofensiva, utilizada perante o funcionário público". 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Petrobrás atinge marca de 1 bilhão de barris produzidos no pré-sal, OESP

A Petrobrás e seus parceiros anunciaram hoje que atingiram marca histórica de 1 bilhão de barris de petróleo produzidos no pré-sal. "Essa produção acumulada ocorre apenas seis anos após a entrada do primeiro sistema de produção na Bacia de Santos, no campo de Lula, e dez anos após a primeira descoberta em 2006, e demonstra a capacidade técnica e de realização da companhia", afirma a estatal, em nota.
Foto: Wilton Junior|Estadão
Pré-sal
Diretoria da Petrobrás comemorou, em nota, o novo recorde
"Estamos vivendo um momento de virada e não temos dúvida da nossa imensa capacidade de realização. Estou muito emocionado diante da grandeza do que está acontecendo aqui hoje", disse na nota o presidente da companhia, Pedro Parente. "Chegar ao 1 bilhão de barris em apenas seis anos em águas ultraprofundas é uma realização ímpar. Não é qualquer companhia que pode contar essa história", afirmou a diretora executiva de Exploração e Produção, Solange Guedes.
Segundo a empresa esse desempenho é "ímpar na história mundial da produção offshore de petróleo". Comparando com outras importantes áreas petrolíferas do mundo, na porção americana do Golfo do México, esse patamar foi atingido 14 anos após o início da produção comercial e, no Mar do Norte, em oito anos. No Brasil, esse mesmo patamar só foi atingido na Bacia de Campos depois de 15 anos de produção comercial.
A Petrobrás registrou ainda outro resultado importante no pré-sal. O gasoduto Rota 2 atingiu, no dia 15 de novembro, a marca de 2 bilhões de metros cúbicos de gás exportados, apenas nove meses após o início de sua operação, em fevereiro deste ano. Com 401 km de extensão, o Rota 2 é o gasoduto de maior extensão do País e interliga os sistemas de produção do pré-sal da Bacia de Santos ao Terminal de Tratamento de Gás de Cabiúnas, em Macaé (RJ).

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