sexta-feira, 10 de julho de 2015

A esta altura, fazer o quê?

Eric Nepomuceno
PMDB Nacional / Flickr
Pois é: tanto Dilma como seu partido, o PT, cometeram erros, e muitos. Isso é inegável. Desde que chegou ao poder, no já um tanto distante 2003, o PT – talvez por concluir que não havia outra opção – fez alianças esdrúxulas, deixou a impressão de que estava certo de conseguir chafurdar na velha e conhecida lama política brasileira sem se manchar, ou, na melhor das hipóteses, sem se manchar tanto. Deu no que deu.
 
E enquanto isso, o que fez a oposição? De concreto, apresentou-se a cada eleição, e perdeu todas. Em nenhum momento conseguiu propor um programa alternativo, viável, que indicasse rumos outros para o país.
 
Isso, até agora. Ou, mais exatamente, até novembro do ano passado. É verdade que os partidos de oposição continuam sem nada de concreto e viável a oferecer. Mas agora a opção de suas principais figuras, a começar por Aécio Cunha (aquele que usa como pseudônimo político o sobrenome do avô materno, Neves), foi banhar-se em ressentimento e passar se guiar, dia sim e o outro também, pela certeza de que o resultado das urnas de outubro passado não merece respeito algum.
 
Assim, na falta de algo melhor para fazer, decidiram que o segundo mandato de Dilma Rousseff tem de acabar já. E como bater na porta dos quartéis está um tanto fora de moda nessas nossas províncias, buscam aliados mais potáveis e maleáveis, não apenas no Congresso de traidores e chantagistas comandados por dois celerados, mas nos estreitos e muitas vezes obscuros corredores da justiça. 
 
Qualquer ferramenta pode ser útil. Por exemplo: uma instituição chamada Tribunal de Contas da União, que não tem poderes punitivos mas funciona legalmente como órgão auxiliar desse mesmo Congresso. 
 
Espécie de depósito para onde são enviadas figuras bem apadrinhadas, para desfrutarem de uma polpuda aposentadoria, apenas uma vez, em toda sua história, o TCU reprovou as contas públicas de um presidente. Aconteceu com Getúlio Vargas, em 1936. Em tempos mais recentes, Fernando Collor de Melo, Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva tiveram suas contas aprovadas, mas com ressalvas. Nada que impedisse o Congresso de aprová-las. 
 
A pressão agora é redobrada. Aprovar as contas de Dilma com ressalvas é pouco. É preciso que o TCU rejeite as contas relacionadas a 2014 – ou seja, em seu mandato anterior –, o que configuraria crime de responsabilidade fiscal. Nesse caso, caberá ao Congresso acatar ou desacatar essa decisão, e decidir pelo impeachment da presidente. 
 
Aí está, esbraveja a tremenda campanha espalhada pelos grandes conglomerados de comunicação e aplaudem os ressentidos de sempre, a saída para afastar Dilma. Tudo cairá nas mãos de dois mestres da chantagem e do jogo fétido, Eduardo Cunha e Renan Calheiros. 
 
Outra possibilidade reside no Tribunal Superior Eleitoral. Aqui, a questão é outra: um empresário preso diz que doou, para a campanha eleitoral do PT no ano passado, dinheiro ilegal. No mesmo dia, doou praticamente a mesma – e milionária – quantia para Aécio Neves. 
 
Até agora, não conseguiu explicar porque uma doação era ilegal e a outra, legal. E parece que ninguém perguntou a ele se sua empreiteira não tinha nenhum contrato polpudo com alguns governos – o de São Paulo e o de Minas Gerais, por exemplo – do PSDB. 
 
Esse quadro de plena conspiração coincide com uma crise econômica séria e uma crise política grave, muito grave.    
 
Como se chegou a isso? Bem, da parte do governo, a inação e a soberba contribuíram muito. A inação se traduz na falta olímpica de uma articulação política minimamente hábil. Não fossem os préstimos de Michel Temer, e o desastre já estaria consumado há um bom tempo. A soberba se traduz no desprezo pelo diálogo, na truculência de figuras menores em tudo, menos na prepotência. 
 
Da parte da oposição, a obtusa insistência em ignorar as urnas, a derrota, somada à incapacidade de propor alternativas e à opção preferencial pelo jogo traiçoeiro. 
 
Mas não é só isso: outra fonte de assombros é o Congresso. Sua atual composição é, de longe, a menos qualificada desde a retomada da democracia. O que se vê no cotidiano parlamentar é a assustadora explosão de uma onda extremamente reacionária – muito mais do que apenas conservadora –, alimentada por uma manada de sacripantas. 
 
E quando se pensa que à frente da Câmara de Deputados e do Senado estão duas figuras que de impolutas não têm nada – aliás, é exatamente o contrário – tem-se, quase completo, o quadro mais desalentador possível.
 
E o que falta para completar o quadro? Bem, temos uma campanha alimentada pela imprensa, pelas redes sociais comandadas à distância, capaz de alterar – para pior – um clima de insatisfação generalizada que corrói a sociedade. O resultado é o crescimento da agressividade, da intolerância, de uma ignorância atávica que permite que qualquer rumor ganhe ares de verdade, qualquer acusação se transforme em culpa, qualquer insinuação em condenação prévia. E o quadro desalentador fica completo.  
 
Sim, sim: Dilma e o PT erraram muito. Houve uma lambança geral, e o pior pecado do partido foi achar que podia entrar na lama sem se manchar.  Em todo caso, o que foi feito, feito está. A mácula não se desfará tão fácil.  
 
Quanto à presidente, finalmente decidiu reagir às molecagens irresponsáveis de um playboy temporão, o garoto mimado que não admite ser contrariado. 
 
Oxalá ela não retome a apatia paralisante. Oxalá não seja demasiado tarde. Oxalá ela entenda de uma boa vez que não há hipótese de que se manter alheia ao que se arma fora da redoma em que se refugiou até agora seja o melhor caminho para impedir um golpe que está nas bocas dos ressentidos, no dia-a-dia dos irresponsáveis. 
 
Enfrentar uma das mais sórdidas e perversas campanhas lançadas contra um governante nos últimos muitíssimos anos é, sim, seu dever. Faz parte da responsabilidade do seu cargo. 
 
O que ela fizer agora, neste momento especialmente grave, ficará para sempre na sua biografia.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

`Terremoto' na bolsa de Xangai assusta investidores; perdas superam US$ 3 tri

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  • Há 2 horas
AP
Mercados chineses registraram mais um dia de perdas nesta 4ª-feira
O drama continua na maior bolsa de valores da China, em Xangai, apesar dos esforços do governo chinês para conter as perdas, que chegam a US$ 3,2 trilhões em apenas três semanas.
As negociações das ações de 1,3 mil empresas foram suspensas em Xangai, um número impressionante. Ou seja: o preço delas não pode cair mais porque seus papéis não podem ser comprados ou vendidos.
Reguladores chineses fizeram diversos pedidos nesta quarta-feira para tentar aliviar o "sentimento de pânico" no mercado e conter as perdas.
Mesmo assim, a bolsa fechou o pregão desta quarta com queda de 5,9%, após abrir com perdas de 8%.
A agência que supervisiona as maiores estatais do país disse tê-las aconselhado a não vender ações e a comprar mais "para garantir a estabilidade do mercado".
Mas as medidas não surtiram efeito - e o risco de intervenção do governo poderá só piorar as coisas, já que investidores podem se assustar ainda mais.
O que está por trás deste movimento? Na China, ao contrário dos mercados europeus ou nos Estados Unidos, 80% dos investidores são cidadãos - os chamados investidores "mãe e pai".
Muitos deles são inexperientes e seguem rumores ao tomar decisões. Assim, o mercado é mais vulnerável a reviravoltas repentinas, como num rebanho.
Outro lado da questão é que investidores de longo prazo estão reduzindo a exposição que têm ao mercado. Muitos acumularam ganhos no último ano - o índice de Xangai havia acumulado alta de 150% até junho.
Assim, com a piora do sentimento, muitos estão saindo.

'Fui influenciada pelo buxixo'

Lin Jinxia era uma investidora de primeira viagem. "Nunca tinha feito nada na bolsa de valores antes, mas fui influenciada pelo buxixo."
Ela mora no último andar de um prédio de sete andares, sem elevador. Bicicletas velhas e empoeiradas estão por toda a parte. O apartamento é pequeno, onde ela mora com o marido e o filho de 4 anos.
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Lin Jinxia e o marido perderam metade do investimento que fizeram na bolsa
A família veio da Província de Fujian há cinco anos e, por meio do trabalho na loja que têm, vendendo botões para uma grande empresa de roupas, conseguiram juntar uma quantia considerável.
Então, em maio deste ano, pegaram parte deste dinheiro e aplicaram na bolsa, investindo mais de US$ 32 mil em quatro ações.
Parecia uma decisão sensata: dividir os investimentos em empresas de eletrônicos, moda e automóveis. Mas o momento era terrível.
Todas as ações despencaram e, agora, valem apenas metade do preço original.
"Perdi muito do dinheiro que eu trabalhei tão duro para conseguir", diz. "Agora, estou tendo que economizar e reduzir meus gastos. Não ganhamos muito, todo aquele dinheiro era resultado do nosso trabalho duro."
A pequena alfaiataria de Chen Zhihui fica perto da casa de Lin - mas encontrá-la não é tarefa fácil.
E como a vizinha, ele também seguiu o conselho daqueles que tinham, até recentemente, registrado bons lucros, sem perceber que este era o pior momento para entrar no mercado.
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Chen Zhihui diz saber que muitos de seus vizinhos perderam dinheiro como ele
"Eu sabia que havia riscos", diz Chen que comprou ações de apenas uma empresa, uma mineradora chinesa, e perdeu metade do que investiu, US$ 1,6 mil.
Apesar de sua perda ser relativa, Chen sabe que há casos semelhantes em quase toda parte.

Risco político?

Para muitos analistas, isso explica o porquê do governo chinês estar tão disposto a evitar que a queda seja ainda maior.
Pequim tinha visto nos mercados acionários uma peça importante na estratégia de transformar o país numa sociedade de consumo. A popularização das bolsas serviria à tarefa de recapitalizar as endividadas empresas do país e, ao mesmo tempo, fazer com que o pequeno investidor se sentisse rico.
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Pequim teme que queda nas bolsas possa levar a descontentamento popular
Agora, o Partido Comunista enfrenta a assustadora perspectiva de efeito oposto: com o dinheiro de desfazendo, milhões de investidores estão apertando os cintos simultaneamente, e o impacto pode ser brutal para a economia da China e outros países.
Alguns analistas rejeitam o temor de que um colapso maior da bolsa possa causar um choque mais sério na economia.
"O mercado acionário é tão pequeno, completamente irrelevante", disse Chen Long, economista da Gavekal Dragonomics para a China. "Responde por apenas 5% da riqueza das famílias chinesas e, de qualquer maneira, o mercado está no mesmo lugar onde estava no ano passado."
Além do risco econômico, há o potencial de revolta popular com as perdas. Em meio a uma desaceleração do PIB, a última coisa que o governo quer são dezenas de pequenos investidores protestando nas ruas.
Por esse lado, as ações de Pequim podem estar funcionando, já que há poucos sinais de descontentamento.
Apesar de suas grandes perdas, Lin Jinxia planejar continuar com suas ações, mesmo que desvalorizadas, na esperança de que subam de novo. "Acredito que o governo encontrará as estratégias corretas", diz.
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Concreto permeável, in PINI

Tecnologia

Alternativa para aumentar a permeabilidade de pavimentos submetidos a cargas reduzidas, sistema demanda cuidados de especificação, instalação e manutenção

Por Caroline Mazzonetto
Edição 13 - Abril/2011

Por isso, a recomendação é fazer o cálculo para a espessura do projeto baseado em duas premissas: a própria resistência do concreto e a quantidade de chuva, e o cálculo hidrológico, com referência a uma chuva de exceção que aconteça em um intervalo de 10, 25, 50 ou 100 anos. Em São Paulo a normatização para microdrenagem tem como base períodos de retorno de dez anos. Nesse cenário, a construção de um sistema de drenagem fica dentro da margem de segurança.
A base e a sub-base são executadas em um dégradé de gradação, com as pedras de no máximo 3/8" de diâmetro. Primeiro as pedras maiores, depois as pedras menores, por último pedrisco. Faz-se uma camada de 10 cm a 15 cm de britas, por onde passa o rolo compactador vibratório, e mais outra camada. Grandes profundidades não são necessárias à instalação da estrutura. "O pavimento ganha na área, armazena água como um piscinão. Rasinho, mas um piscinão", explica Virgiliis, que experimentou o sistema de drenagem com blocos intertravados de concreto poroso em um projeto de estacionamento construído na USP (veja boxe "Quem já usou"). O concreto tem que ser aplicado com cuidado, não podendo ser jogado nem alisado, e deve ficar rugoso. Também não pode ser desempenado, para não fechar as possibilidades de a água entrar.
fotos: Divulgação abcp
Concreto poroso, moldado in loco ou em peças pré-moldadas, é indicado para locais de carga reduzida e tráfego leve. Nas fotos, estacionamento na sede do Environmental Protection Agency (EPA), em New Jersey, nos Estados Unidos
Índices de referência
A execução do sistema de drenagem abaixo do concreto permeável envolve uma camada única com pedras maiores e menores em dégradé, ou brita graduada. Não precisa ser uma estrutura muito profunda, já que a capacidade de guardar água se ganha na área do reservatório, que é extensa. Veja os principais índices de desempenho do sistema:
 Índice de vazios: na ordem de 20%, no máximo 25% (o concreto convencional possui 4% de vazios);
 Ângulo máximo da rampa: 18%, conforme estudo conduzido pela Universidade São Judas. A partir daí, há escorregamento de massa na hora da aplicação e pouca capacidade de absorção porque a água escorre. Se o método utilizado for o concreto permeável em blocos pré-moldados, o ângulo possível é de 20% a 25%;
 Permeabilidade: mais de 70% da chuva consegue ser escoada;
 Resistência do bloco intertravado de concreto poroso: de 25 MPa a 30 MPa;
 Custo: R$ 155/m² (pavimento para calçada que tenha uma camada com pedras maiores e menores)
Fonte: Intercity

Pisos drenantes e colmatação 
Os pavimentos permeáveis foram bastante estudados na década de 1970 nos Estados Unidos como uma forma de evitar aquaplanagem, reduzir ruído, ofuscamento do farol dos carros e efeito de spray - mas acabaram abandonados. Depois ressurgiram junto aos problemas de hidráulica, na esteira da recarga dos aquíferos e como solução complementar de drenagem, não para transportes.
No final dos anos 1990 e início dos 2000, o concreto permeável reapareceu como uma tecnologia para ajudar na drenagem das cidades, retendo a água na fonte, impedindo-a de correr para córregos e reduzindo enchentes. Os países onde essa solução está mais disseminada são EUA, França e Japão, entre outros. "Todo esse negócio é muito recente, demora muito para que as coisas cheguem. É novo até nos Estados Unidos", ressalva Arcindo Vaquero y Mayor, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem (Abesc).
Independentemente do revestimento, pavimentos permeáveis são aqueles que permitem a infiltração de água. O concreto permeável ou poroso, especificamente, pode ser produzido de duas formas: moldado in loco ou em peças pré-moldadas. Virgiliis aconselha cuidado na hora da aplicação em ambos os métodos. Se for a massa jogada em cima da base granular, a regularização pode ser feita com régua. Se forem blocos, eles não devem ser colocados em disposição aleatória, a fim de terem resistência a deformações e não possuírem irregularidades longitudinais.
O sistema pode durar até dez anos com a parte estrutural íntegra, mas é preciso tomar cuidado com a colmatação, o entupimento das camadas superiores por sujeira. Estudos indicam que nos primeiros dois anos, a tendência é o concreto poroso perder 50% da capacidade de permeabilização, e continuar perdendo o resto gradativamente até fechar sete anos, quando os vazios estariam entupidos na superfície. No caso de concreto permeável moldado in loco, a manutenção é feita com a retirada de 3 cm ou 4 cm da camada mais externa, que é substituída por uma nova. Se o sistema for de blocos, as opções são trocar os blocos por novos ou arrancá-los cuidadosamente e trocá-los de lado. A face externa vira para a estrutura interna e é como se fosse criada uma retrolavagem.
Devido à granulometria, as peças de concreto permeável, que são o método mais fácil de ser visto em uso no Brasil, são mais caras do que as convencionais. O sistema inteiro de pavimentação chega a custar 35% a mais. Mariana, da ABCP, alerta, porém, que o custo de cada projeto deve ser pensado levando em conta que o concreto permeável tem a função de pavimento e também drenagem. Além disso, em boa parte das vezes ele é utilizado para adequar o projeto à legislação, respeitando a permeabilização exigida pelos órgãos públicos.
Daniel beneventi
No detalhe ilustrativo, solução de pavimentação de concreto poroso com drenagem da água infiltrada por tubulação
EspecificaçãoQuem quiser especificar o sistema de drenagem com concreto permeável deve fazer primeiro um orçamento-base, indicando quantos metros quadrados de pavimento drenante terá a obra, quantos centímetros terá cada camada, quanto de material cada metro quadrado terá e qual será a composição. Virgiliis explica que a prefeitura paulistana está trabalhando em uma norma, a ITS 003/2012, que ajudará os técnicos a fazerem os cálculos da parte hidráulica, de tráfego e das camadas em relação ao concreto permeável. Será a primeira normativa do tipo no País, prevista para sair no Diário Oficial nos próximos meses. "Ainda não tem especificação. O pessoal trabalha empiricamente, até para fazer licitação é difícil. Agora, quando sair a norma, talvez melhore", comenta o engenheiro, que também é professor no Centro Tecnológico de Hidráulica da USP e na Universidade São Judas. Por enquanto, a presença do concreto permeável no Brasil é tímida, com iniciativas isoladas em estacionamentos de shoppings centers e condomínios.
Quem já usou
Divulgação: afonso virgiliis
Em 2009, uma pesquisa na USP levou à construção de um estacionamento de 1.600 m² dividido em dois: de um lado foi feito um sistema de drenagem com asfalto permeável, camada porosa de atrito (CPA), e do outro foram usados blocos intertravados de concreto poroso. Os blocos permeáveis absorviam a maior parte da água, mas o rejunte usado para unir as peças também tinha propriedades drenantes. O projeto foi patrocinado pela Prefeitura de São Paulo, a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras, em conjunto com o Centro Tecnológico de Hidráulica da USP, e foi tema da dissertação de mestrado de Afonso Virgiliis. "Está lá até hoje. Os dados continuam sendo coletados; e o concreto poroso está dando alguns probleminhas de colmatação", explica o engenheiro. Para o experimento da USP, localizada em uma região onde chove bastante, os pesquisadores identificaram um valor máximo de altura de chuva equivalente a 62 mm. As camadas de base e sub-base foram feitas com 35 cm, como margem de segurança.

Concreto Permeável


O Concreto Permeável auxilia na recuperação da capacidade de infiltração do solo perdida com o avanço das áreas urbanas. Isto é, diminui os riscos de enchentes e recupera áreas degradadas. Permite recarregar os aquíferos subterrâneos e reduz a velocidade do escoamento das águas pluviais. Nas áreas urbanas, promove ganho ambiental e econômico.

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Problemas

• Enchentes 
• Perda de aquifero subterrâneo 
• Escoamento de resíduos poluidores aos rios 
• Alteração da drenagem natural
• Custos elevados com drenagem,como: piscinões, bombas, etc.
• Redução da área construída por exigências ambientais

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O que é?

O concreto usado como pavimento permeável é composto por cimento portland, agregado graúdo e pouco ou nenhum agregado miúdo, aditivos e pouca água.
A combinação desses componentes cria um concreto cuja quantidade de vazios (entre 2 e 8 mm) permite que a água passe com facilidade. A quantidade de vazios pode variar entre 18 e 35%, com uma resistência à compressão que varia entre 2,5 e 28 MPa.
A quantidade de água que passa por esse concreto também pode variar em função do tamanho do agregado graúdo e da massa específica do concreto, mas geralmente está entre 80 e 730 litros de água/minuto/m².


Aplicação e Cuidados

O Concreto Permeável deve ser colocado sobre uma sub-base permeável bem compactada.  A água que passa pelo sistema formado pelo concreto permeável + sub-base + solo agem como um filtro natural removendo materiais indesejados como óleos, graxas e outros poluentes.
A aplicação do Concreto Permeável deve obedecer os mesmos critérios e cuidados que todo pavimento de concreto exige:
• Boa sub-base
• Compactação adequada
• Aplicação de juntas
• Boa cura
A manutenção do piso de Concreto Permeável é muito pequena. Por isso, é necessário impedir o fechamento dos vazios, não permitindo que folhas ou outros materiais façam essa obstrução. Periodicamente,  o piso deve ser limpo (varrido ou aspirado) e lavado com pressão.

Usos

O Concreto Permeável é aplicado nos Estados Unidos desde 1970 como alternativa de sistemas complexos de drenagem e áreas de retenção de água.
As aplicações típicas incluem:
2• Estacionamentos
• Ruas e acostamentos
• Calçadas
• Quadras de tênis
• Deck de piscinas
• Áreas de zoológicos e celeiros
Este tipo de concreto é largamente utilizado em barragens nas redes de drenagem junto aos maciços rochosos, sob as galerias de inspeção.
Há algumas situações no túnel Ayrton Senna em que esta técnica foi utilizada de modo localizado como drenagem de águas provenientes do lençol freático.

Benefícios

Esse pavimento é considerado área drenante, e permite uma melhor utilização da área construída em seu terreno.

- Ambientais
• Reduz as enxurradas causadas pelas chuvas.
• Protege riachos e lagos.
• Restabelece as águas subterrâneas.
• Permite levar água e oxigênio para as raízes da vegetação.

- Econômicos
• Elimina ou diminui os sistemas de estancamento de águas de chuva, como piscinões.
• Permite um aproveitamento mais eficiente dos terrenos.
Links Interessantes para concreto permeável: