quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Um projeto de extorsão contra a patuleia, Elio Gaspari

Empreiteiras querem se passar por Madres Teresas

Dois diretores de empreiteiras disseram à Justiça que foram extorquidos pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e seu operador financeiro, Alberto Youssef. Se não pagassem, teriam seus contratos prejudicados ou até mesmo cancelados. A tese é engenhosa. Pressupõe que empresas angelicais que fazem negócios com a Petrobras tornaram-se vítimas de dois demônios. Para que a pizza fosse ao forno, faltaria só o orégano.
A primeira denúncia da extorsão veio de Sérgio Mendes, vice-presidente e herdeiro da tradicional Mendes Junior, fundada em 1953 por seu avô. Ele contou que em 2011, a mando de Paulinho, pagou R$ 8 milhões a Youssef. Se não fizesse isso, estariam fechadas as portas e os guichês da Petrobras. A Mendes Junior opera com o governo brasileiro há três gerações e com a Petrobras há pelo menos duas. Teve negócios bilionários (em dólares) com a cleptocracia de Saddam Hussein no Iraque. Admita-se que jamais molhou mãos alheias. Tendo sido obrigada, em 2011, não denunciou o malfeito. Seria tudo coisa do Paulinho e do Youssef.
A segunda denúncia de extorsão veio do diretor de Óleo e Gás da Galvão Engenharia, doutor Erton Medeiros. Seu advogado, José Luis de Oliveira Lima, explicou por que a Galvão ficou calada: “Se ele denunciasse o que estava acontecendo, era ameaçado de perder os contratos. Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef estão longe de serem Madres Teresas de Calcutá”.
Bingo! Paulinho e Youssef são delinquentes, mas colaboram com a Viúva. Madres Teresas seriam a Galvão Engenharia e suas colegas. Segundo o doutor Erton, na origem de tudo estaria o deputado José Janene (morto um ano antes), e o dinheiro do achaque iria para o Partido Progressista. Bingo de novo, e surge mais uma Madre Teresa: o PT.
Durante a última campanha eleitoral, a Galvão Engenharia deu R$ 1,4 milhão ao Diretório Nacional do PT, partido da doutora Dilma. Portanto, a empresa foi achacada por dois delinquentes, não se queixou, e fez uma bela doação ao partido que, governando o país, nomeou Paulinho para uma diretoria da Petrobras. Entre 2006 e 2012, as grandes petroempreiteiras torraram R$ 856 milhões em doações para campanhas eleitorais. O PT ficou com R$ 266 milhões.
Nessa batida, a coisa fica assim: os dois delinquentes que estão colaborando com a Viúva achacavam empresas, e uma delas entrou na dança levada por um deputado que morreu, em benefício de um partido subsidiário. Tudo o mais seria golpismo, terceiro turno, e coisa de uma elite contrariada. Já a elite lubrificada, à qual ascendeu o comissariado petista, vai bem, obrigado.
UM GABINETE DE CRISE PARA AS TARIFAS
É conhecida a piada segundo a qual os generais combatem nas novas guerras as batalhas de guerras passadas.
O palácio do Planalto criou um “gabinete de crise” para cuidar dos escândalos da Petrobras. Se tivesse feito isso em março, quando a Polícia Federal prendeu pela primeira vez o “amigo Paulinho”, talvez pudesse ter evitado protegê-lo, considerando até mesmo “satisfatório” o acervo de patranhas que ele despejou sobre a CPI antes de decidir colaborar com a Viúva.
Se a doutora Dilma quiser criar um gabinete de crise necessário e eficaz, poderia começar a cuidar do aumento das tarifas de ônibus em São Paulo. Não é para já, mas está na agenda.
Em 2013, o prefeito Fernando Haddad baixou o aumento e foi para Paris acompanhando o governador Geraldo Alckmin. Juntos, cantaram “Trem das onze” num evento. As manifestações contra a nova tarifa, que haviam começado mornas, viraram o que viraram.
O TAMANHO DE PRESTES
Está nas livraria “Prestes — Um revolucionário entre dois mundos”, do historiador Daniel Aarão Reis. A vida do chefe comunista, que morreu em 1990, aos 92 anos, mistura-se com a história do século XX, da esquerda e até mesmo com a da anarquia militar do período. Aarão Reis lidou com essas dimensões e mais a história pessoal às vezes trágica e amarga de um estoico. Pesquisou arquivos russos, entrevistou dezenas de pessoas e compôs um grande retrato do comandante do PCB. Prestes foi um chefe maior que seu partido. Encolheu com ele, encolhendo-o. Ao final, extinguiram-se tanto sua liderança como a importância da organização.
“Prestes” passa longe da mitologia do “Cavaleiro da Esperança”. É uma biografia elegante e arduamente trabalhada. Ela acrescenta informações à vida de Olga Benário, mãe de sua primeira filha, entregue por Vargas à polícia nazista. Quando Olga veio para o Brasil era casada com um russo e tinha um filho na União Soviética. Graças a uma gravação de uma reunião do PCB, ocorrida em Praga, Aarão Reis mostra que em 1979 o debate dos “capa-pretas” estava contaminado por uma denúncia de tráfico internacional de drogas.
Aarão Reis juntou a esse cenário a vida familiar de Prestes, que teve sete filhos com sua segunda mulher, Maria, um grande personagem. A clandestinidade obrigava as crianças a chamá-lo de “Tio”. Quatro delas montaram em Moscou o quarteto musical “Saci-Pererê”.
Prestes perdeu todas, em 1927, 1935, 1945 e 1964. Terminando-se o belo livro de Aarão Reis, fica uma pergunta: sem ditaduras, polícias e militares a persegui-lo, de que tamanho ele ficaria?
DIÁRIO DE MÁRCIO
Como o advogado Márcio Thomaz Bastos fixou a abertura do diário que manteve durante o tempo em que foi ministro da Justiça, para 50 anos depois de sua morte, o comissariado pode pôr um teto na sua expectativa de vida tranquila:
Lula, 119 anos; José Dirceu, 118 anos; Antonio Palocci, 104 anos.
O poderoso Oxalá fez com que Márcio, um defensor das cotas raciais, morresse no dia da Consciência Negra.
MILAGRE
Com jeito de quem não quer nada, a doutora Dilma congelou o projeto do Trem Bala, estimulado durante o governo de Nosso Guia. Antes que o BNDES mostrasse que a primeira proposta era fantasia em estado puro, a ideia chegou a encantá-la.
Se a coisa tivesse andado, acabaria num escândalo bilionário, parecido com o da Petrobras. Custaria no mínimo R$ 35 bilhões e já custou perto de R$ 70 milhões com nuvens, papéis e burocracia. Em benefício das grandes empreiteiras, foram elas quem pisaram no freio.
O primeiro comissário encarregado do projeto, José Francisco das Neves, ou “Doutor Juquinha”, passou alguns dias na cadeia em 2012, por conta de outros malfeitos.
TORCIDA
Há uma forte torcida para que a lista dos parlamentares apanhados pelo Ministério Público seja divulgada antes da eleição para a mesas da Câmara e do Senado.
Se for possível, o ministro Teori Zavascki poderá apressar o serviço, evitando a desmoralização do Congresso. Apesar disso, seria injusto cobrá-lo, pois lá não há bobos. Os congressistas podem não saber quem está na lista, mas sabem quem deveria estar.
Elio Gaspari é jornalista


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As cruzes do gabarito

JOSÉ DE SOUZA MARTINS - O ESTADO DE S. PAULO
15 Novembro 2014 | 16h 00

Somos um povo cansado de responder. A educação só liberta quem aprende a perguntar

WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Na praia. Folclore dos atrasos ofusca os milhões que cumpriram o horário
Passados os momentos de ansiedade do Exame Nacional do Ensino Médio - Enem 2014 - já é hora de uma primeira reflexão sobre esse momento decisivo na vida de milhões de jovens brasileiros. De modo geral, no noticiário os aspectos folclóricos e irrelevantes do acontecimento prevaleceram sobre as questões substantivas com ele relacionadas. Muito destaque se deu para os que se atrasaram e perderam o exame, o destino adiado e talvez interrompido. Nenhum destaque, porém, para a imensa maioria que zelosamente incluiu no roteiro de sua preparação o cuidado com a serenidade do espírito e a prudência com a questão dos horários. Não temos nenhum apreço pelos cumpridores do dever, pelos que se esforçam para executar pontualmente e completamente as obrigações que a todos cabem na trajetória da vida. Não temos nenhuma admiração pelos que se devotam a seus compromissos como missão, como dever de cada um para com o destino de todos e não só com o interesse próprio. É disso que se trata quando nos submetemos às provas que nos habilitam a dar o passo seguinte em direção ao mundo responsável dos adultos. 
Rimos dos que se perdem no caminho ou dos que se deixam ficar, o que só por acaso não ocorreu com os vitoriosos. Heróis do acaso, gostamos de ter pena e até precisamos de vítimas das adversidades para nos justificarmos quanto ao menos que fizemos em relação ao muito que poderíamos ter feito. Fazemos do fracasso alheio o prazer do nosso triunfo relativo. Daí a descabida importância das cenas de jovens correndo para atravessar o portão que se fecha ou se dependurar na cerca intransponível que se ergue em seu caminho. Estão entre os sem sorte na multidão dos supostos sortudos, os que chegaram em tempo para fazer a prova, para completar a travessia da escola média, até mesmo para ingressar numa escola de terceiro grau ou numa escola superior ou, quem sabe, na universidade. 
No entanto, entre os que atravessaram em tempo essa barreira física e simbólica, há histórias épicas que desconhecemos e pelas quais não nos interessamos. Podemos adivinhá-las nos flagrantes cheios de significados das muitas imagens que ilustraram a saga daqueles cujas faces e cujos gestos ficaram nos instantâneos dos periódicos e da TV. São os examinandos de mais idade, cujas fotografias vimos e nos falam de biografias de esforço, de gente que não sucumbiu às tantas armadilhas da vida, às muitas adversidades, à demagogia dos discursos baratos contra o diploma, gente que não aceitou ficar para trás, gente que estudou trabalhando, que se privou dos pequenos e ilusórios prazeres de que dispôs quem desistiu, ou quem não insistiu, ou nem mesmo tentou. São os vários que em cadeiras de rodas atravessaram os portões dos lugares do exame empurrando-se corajosamente sobre as barreiras demarcatórias das grandes passagens da vida, os que não temeram pontes estreitas sobre largos abismos e as cruzaram. 
A predileção pelos episódios de fracasso não nos permitiu ver a beleza azul da esperança de milhões de jovens que não se renderam às tentações deste cenário de pessimismo, de desalento, de falta de perspectiva em que estamos mergulhados nestes tempos cinzentos de intenso calor e pouca perspectiva. A vida e o destino medidos e demarcados pelas quadrículas de um gabarito que diz quem passa e que diz quem fica, quem tem amanhã e quem tem apenas o ontem ou, quando muito, o hoje.
Os 2,5 milhões que se inscreveram e não vieram, os que partiram e não chegaram, o que quiseram dizer-nos ou, mais que tudo, dizer a si mesmos? Os que não atravessaram os muitos portões que em diferentes pontos do País se fecharam às 13h do horário de Brasília, conforme foi anunciado, horário que mais nos fala de poder do que de saber? O que nos dizem seu silêncio e sua ausência? Que estranho caminho é esse em que tantos se perdem, tantos ficam, tantos não passam? E os gabaritos de cruzinhas disfarçadas no preenchimento a lápis das quadrículas de respostas, que crucificam mais do que redimem do peso provisório da adolescência, que encolhem sonhos, que encerram esperanças? Que saber revelam as cruzes dos gabaritos, que saber escondem? Que calvário é esse atravessado no meio do caminho do começo da vida? O que sabem os que fazem as cruzes nas quadrículas certas? O que sabem os que as fazem nas erradas? Em quais se esconde o destino das novas gerações? E o Brasil, em que quadrícula está sua cruz? Em que dissertação está sua voz? Que Brasil é esse que passa na prova? Que Brasil é esse que a prova reprova? Quem educará o educador? Somos um povo cansado de responder a uma escola que insiste em não nos ensinar a construir a poesia da pergunta. A educação só liberta quem aprende a perguntar. 
*
José de Souza Martins é sociólogo e professor emérito da Faculdade de Filosofia da USP. Autor, entre outros livros, de Uma Sociologia da Vida Cotidiana (Contexto)

Por que não falta água em Jundiaí

Dos mais de 70 municípios paulistas abastecidos pelos rios do sistema Cantareira, poucos como Jundiaí não estão em situação desesperadora pela falta de água. Como eles conseguiram?

BRUNO CALIXTO
24/11/2014 12h57 - Atualizado em 24/11/2014 20h58
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Represa no rio Jundiaí-mirim, em Jundiaí, está com 70% de sua capacidade e não enfrenta problemas por conta da seca em São Paulo (Foto: Rogério Cassemiro/ÉPOCA)
Muitos moradores da cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo, trabalham na capital do Estado. Eles saem todo dia de manhã de casa e vão trabalhar na metrópole. Ele vivem duas realidades. No lugar onde passam o dia, sentem os efeitos da grave crise de água paulista. Notam uma piora na qualidade da água que bebem e escutam relatos de vários amigos que enfrentam cortes semanais de água em suas casas. Em Jundiaí, a situação é completamente oposta. Os 350 mil habitantes de Jundiaí estão em uma ilha de abastecimento, enquanto as cidades ao redor sofrem com a seca. A represa da cidade, por exemplo, está com 70% de sua capacidade de armazenamento, enquanto o sistema Cantareira, que abastece São Paulo, está com apenas com 10%. Cidades próximas, como Itu ou Campinas, estão em situação desesperadora, enquanto o abastecimento em Jundiaí é classificado como "satisfatório" pela Agência Nacional das Águas (ANA). Certamente não choveu mais em Jundiaí do que nas cidades vizinhas. Como explicar?
A tranquilidade que Jundiaí passa na crise não é fruto de um prefeito ou uma administração, mas de uma série de medidas que começaram no passado e continuaram em administrações seguintes. A primeira represa da cidade foi construída há mais de 60 anos. Segundo o diretor-presidente da DAE-Jundiaí, Jamil Yatim, a represa foi ampliada em vários momentos, como na década de 1970 e na de 1990, e mesmo agora, sem estar passando por racionamento, há a previsão de novas obras. "Nós não estamos com problemas, mas estamos planejando ampliar a represa. E se ocorrer outra seca grave como essa? Espero que não, mas se acontecer, temos que estar preparados", diz Yatim.
A principal responsável pela situação confortável da cidade hoje foi uma decisão tomada há 20 anos. Em 1994, prevendo o crescimento da população, Jundiaí fez um pedido ao Comitê de Bacias Hidrográficas para aumentar a quantidade de água que capta do rio Atibaia. Na época, a cidade tinha autorização para captar 700 litros por segundos, e pedia para aumentar esse valor para 1.200 litros por segundo. O Comitê concordou com o pedido, mas fez quatro exigências: construir uma represa no rio Jundiaí-Mirim, uma estação de tratamento de esgoto, instalar novos equipamentos hidrométricos e reduzir as perdas de água no abastecimento. Diferentemente do que costuma acontecer no Brasil, essas medidas não ficaram apenas no papel ou perdidas na burocracia. Uma vez colocadas em prática, elas criaram a situação de segurança hídrica na cidade. 
A represa funciona como uma poupança. Quando o consumo da cidade é menor do total que ela pode captar do rio Atibaia, a água é direcionada para a represa, que "guarda" esses litros a mais para uma situação de estiagem, como a que enfrentamos agora. Um sistema semelhante foi proposto pela Sabesp para o sistema Cantareira, o Banco das Águas. No entanto, no caso paulistano, o sistema não conseguiu armazenar a água em anos chuvosos, como 2011, e abriu as comportas, desperdiçando essa água.
Represa no rio Jundiaí-mirim, em Jundiaí, está com 70% de sua capacidade e não enfrenta problemas por conta da seca em São Paulo (Foto: Rogério Cassemiro/ÉPOCA)
O exemplo de Jundiaí mostra que o planejamento e obras feitas ao longo do tempo, mesmo em anos chuvosos, acabam se tornando a melhor forma de se preparar para a estiagem. Hoje, a cidade é a quinta melhor do país no ranking de saneamento e abastecimento do Instituto Trata Brasil, com baixos níveis de perda de água nos encanamentos. Mas os recursos hídricos no Brasil nunca foram realmente pensados a longo prazo. O resultado é que Jundiaí é uma exceção. Segundo Francisco Lahóz, presidente do Consórcio PCJ - uma união de prefeituras e empresas que consomem água dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí -, das 76 cidades da região, apenas Jundiaí e mais cinco podem dizer que não estão passando por crise. Ele cita Nova Odessa, Piracicaba, Santa Bárbara d'Oeste, Cabreúva e Indaiatuba.
Mesmo as poucas cidades que estão em situação confortável de abastecimento não fizeram obras por visão de futuro, mas por necessidades do momento. É o caso de Piracicaba e Nova Odessa. Piracicaba fez obras de abastecimento na época da construção do Sistema Cantareira, por medo de que o Cantareira secasse os rios que abastecem a cidade. Essas obras, como a captação de água do rio Corumbataí, permitem que a cidade tenha relativa tranquilidade no abastecimento. Nova Odessa é outro caso. A cidade estava muito distante do rio Jaguari ou Atibaia para captar água, e por isso optou por fazer um reservatório em um ribeirão local. "Muitas vezes, não é que a cidade teve um planejamento exemplar. É a que própria necessidade obrigou as prefeituras a fazer alguma coisa", diz Lahóz. Santa Bárbara d'Oeste também tem sua própria represa, enquanto que Cabreúva e Indaiatuba se beneficiaram de uma mudança no status da qualidade da água de rios locais, aumentando a possibilidade de captação.
Ter um reservatório ou uma outorga para captar água de várias fontes acaba sendo o fator em comum das poucas cidades da região da Cantareira que conseguem manter o abastecimento normalizado mesmo durante a pior crise de água de São Paulo. Porém, se vamos pensar no futuro, essas medidas não são suficientes. Os gestores precisam planejar melhor a situação dos recursos hídricos no país, reflorestar regiões da Mata Atlântica para proteger mananciais e incentivar a população a utilizar a água de forma consciente. Desta forma, na próxima estiagem, mais cidades, ou quem sabe todas elas, possam conseguir driblar a seca como fez Jundiaí.