quarta-feira, 5 de março de 2014

Dos trens à Sala SP, Júlio Prestes faz 75 anos


Estação terá reforma de R$ 2,7 milhões em área da Secretaria Estadual da Cultura

13 de outubro de 2013 | 2h 04

EDISON VEIGA / TEXTO, EDUARDO ASTA / INFOGRÁFICO - O Estado de S.Paulo
Do apito dos velhos trens aos acordes das mais importantes orquestras do mundo. Assim pode ser resumida a história da Estação Júlio Prestes, cujo prédio, um marco da região central de São Paulo, completa 75 anos nesta terça-feira. E com uma boa notícia: está em fase de projeto, com obras previstas para o próximo ano, um novo restauro, orçado em R$ 2,7 milhões.
Sala de concertos tem sistema para melhorar a acústica - Nilton Fukuda/Estadão
Nilton Fukuda/Estadão
Sala de concertos tem sistema para melhorar a acústica
Será beneficiada com a melhoria a parte do prédio hoje ocupada pela Secretaria Estadual da Cultura. O projeto vem sendo desenvolvido pelo escritório Dupré Arquitetura & Coordenação, o mesmo responsável pela grande intervenção que, entre 1997 e 1999, transformou o então jardim interno do prédio em um moderno palco de concertos, a Sala São Paulo, sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp).
"Na época, o maior desafio foi resolver a questão acústica. Por isso desenvolvemos um sistema de forros móveis", explica o arquiteto Nelson Dupré.
Nas obras que estão por vir, serão recuperadas fachadas, instalações elétricas, hidráulicas e telefônicas, além de melhorias no paisagismo e na sinalização interna da estação.
O prédio da Estação Júlio Prestes foi construído entre 1926 e 1938, para ser sede da Estrada de Ferro Sorocabana, empresa criada pelos "barões do café" paulistas.
O projeto é de autoria do arquiteto Christiano Stockler das Neves (1889- 1982). Com a crise de 1929, entretanto, o plano teve de ser revisto - e a imponente construção ficou menor do que a ideia idealizada.
"Das décadas de 1960 a 1980, a estação experimentou um processo de decadência, com seu entorno", diz o historiador Caio Passados Garcia, um dos monitores do tour oferecido diariamente para quem quiser conhecer mais sobre o prédio (informações pelo site oesta.do/1auFScG).
A transformação. No início dos anos 1990, por causa de uma dívida que a Prefeitura tinha com o governo estadual, o imóvel foi repassado ao Estado. Anos depois, virou sede da Sala São Paulo e da secretaria.
Anexa ao equipamento cultural, a estação de trem continua funcionando. É ponto inicial da Linha 8 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), por onde passam diariamente, em média, 430 mil pessoas.
O som não atrapalha em nada os eventos culturais ali dentro, graças a vidros antirruído. "E, no caso da sala de espetáculos propriamente dita, há um revestimento especial no chão com quatro camadas: concreto, neoprene, madeira naval e só então o piso visível ao público", diz Garcia.
Toda a localização das poltronas, balcões e espaços vazios foi pensada e projetada para que os volumes internos também trabalhassem a favor da sonoridade da Sala São Paulo.

Vargas Llosa exibe a difícil luta contra a corrupção


Em ‘O Herói Discreto’, autor defende a existência de homens honrados

11 de outubro de 2013 | 22h 17

Ubiratan Brasil - O Estado de S. Paulo
O escritor Mario Vargas Llosa - Marcos de Paula/Estadão – 18/4/2013
Marcos de Paula/Estadão – 18/4/2013
O escritor Mario Vargas Llosa
Aos 77 anos, o escritor peruano Mario Vargas Llosa ainda acredita em heróis. Não os que usam capas e cuecas sobre as calças, voando e caçando bandidos, mas um outro tipo, pode-se dizer quase improvável: aquele que, mesmo vivendo entre mafiosos ameaçadores, governos corruptos e familiares gananciosos, mantém uma integridade inabalável. “Gosto do sujeito comum, autêntico, invisível na sociedade, mas vital para a sua boa manutenção”, diz ele, que elegeu um homem com esse perfil para protagonizar O Herói Discreto, seu mais recente romance, lançado agora pela Alfaguara.
Trata-se de uma agradável surpresa – depois de conquistar o Nobel de Literatura em 2010, Llosa lançou um livro notadamente triste, O Sonho do Celta, e, em seguida, um conjunto de ensaios, A Civilização do Espetáculo>, em que duramente critica a banalização das artes e da literatura, o triunfo do jornalismo sensacionalista e a frivolidade da política, Llosa – que conversou com o Estado, por telefone, desde Nova York, na quinta-feira – volta-se para um tema mais solar e otimista.
Agora, seu herói discreto chama-se Felícito Yanaqué. Proprietário de uma empresa de transportes em Piura, no norte peruano, ele é surpreendido, certo dia, por uma chantagem: uma carta anônima, presa à porta de sua casa, informa que sua família e sua empresa continuarão em paz desde que ele aceite fazer um pagamento mensal. O texto não é assinado e termina com o desenho de uma aranha. Para piorar, seus amigos empresários que também foram alertados, temerosos, acatam a extorsão para manter a tranquilidade.
Fiel à recomendação deixada pelo pai (“Nunca se deixe pisar por ninguém, filho. Este conselho é a única herança que posso lhe deixar”), Yanaqué decide enfrentar o inimigo invisível, mesmo colocando em perigo o trabalho, os amigos e os familiares. É o início de uma epopeia em que Llosa volta a situar o Peru como cenário de uma história, agora acompanhando o embate entre vilania e integridade.
Volta-se também para personagens que já marcaram sua obra, como Lituma e Don Rigoberto, que não apenas complementam a trama como também promovem um jogo de contrastes. “Acredito que O Herói Discreto seja a obra mais otimista que já escrevi”, comentou Llosa, agora preparando uma peça de teatro.
No livro, ele volta a usar o Peru como cenárioNa quinta-feira, quando Mario Vargas Llosa conversou com o Estado, foi anunciado o prêmio Nobel de Literatura para a canadense Alice Munro. “Uma ótima escolha, especialmente para engrossar a lista de mulheres premiadas, ainda muito pequena”, comentou ele. O detalhe revela uma preocupação presente também em sua obra.
Em  O Herói Discreto, o empresário Felícito Yanaqué é casado, tem uma amante, mas a mulher mais importante de sua vida é Adelaida, dona de uma loja de plantas e vidente nas horas vagas, a quem Felícito recorre sempre que tem de tomar uma decisão importante – especialmente no momento em que decide enfrentar os chantagistas, ao contrário dos amigos que cederam à extorsão por conta do medo.
Em paralelo à história de Yanaqué, Llosa mostra o drama de Ismael Carrera – viúvo, dono de uma companhia de seguros, ele decide se aposentar precocemente. E, ao perceber que os filhos gananciosos querem apenas seu dinheiro, Carrera se casa secretamente com uma jovem que trabalhou como empregada na casa da família, a fim de afastar os descendentes da herança.
São duas histórias aparentemente inconciliáveis que, depois de muitas voltas, irão convergir para um destino partilhado. E permitem que Llosa retorne não apenas ao seu país, agora transformado, como recupere ainda personagens de outros romances, como comenta na seguinte entrevista.
O que o motivou a retomar antigos personagens como Lituma e Don Rigoberto, além de evocar paisagens de outra obra sua, A Casa Verde?Há algo misterioso com os personagens de meus livros. Muitos, depois de encerrada a história, terminam também seu ciclo. Mas há outros que não desaparecem, continuam em minha memória e, sempre que vou iniciar uma nova história, reaparecem, exibindo uma certa urgência, um potencial a ser aproveitado. Não sei dizer porque ocorre com alguns e não com todos. Lituma, por exemplo, sempre foi um personagem secundário, mas está presente desde meus primeiros escritos. Quando comecei essa novela, pretendia escrever apenas sobre a cidade de Piura. E, em outro texto, retomaria aqueles personagens. Mas, como já aconteceu antes, senti a tentação de unir as duas histórias em uma só. É curioso porque, sempre quando escrevo uma trama, sinto a necessidade de ampliá-la, acrescentando especialmente mais humor. Acho inevitável mostrar personagens movendo-se em um fundo social numeroso. E isso se encaixa bem na sociedade peruana.
Aliás, o Peru retratado neste romance é diferente, mais moderno. Também seu personagem principal, Felícito Yanaqué, é um homem mais otimista que outros criados em sua literatura. É verdade, ele é um homem otimista. Sabe, o Peru mudou muito, nos últimos anos. Costumo passar ao menos três meses por ano em meu país e, ao viajar pelo interior, percebo uma grande transformação social e econômica que vem acontecendo desde o ano 2000, quando caiu a ditadura. E, além de governos democráticos, percebi algo raro na história peruana: uma economia aberta, dinâmica, progressista. Isso permitiu um desenvolvimento social, com ascensão da classe média, e um progresso visível nas cidades. Deixou de ser comum a existência de cidades como Piura. Então, decidi escrever uma história sobre um país bem distinto. Claro que surgiram novos problemas, como a delinquência, que é fruto do desenvolvimento, máfias...
E a corrupção, já apontada pelo senhor como um grande mal moderno.Sim, é o problema maior do nosso tempo, algo que infesta tanto países desenvolvidos como os que ainda não são. Grande parte da crise vivida ainda hoje pela Europa e Estados Unidos nasceu da corrupção provocada pelo apetite de lucro de empresas e bancos, que chegaram a transgredir as leis. Na América Latina, o grande problema foi o crescimento do narcotráfico, que criou máfias economicamente poderosas. Pretendi retratar esse momento no romance. E o que me mais chama atenção, algo que se passa também em outros países, é o surgimento de empresários vindos de uma origem humilde – diferente daqueles do passado, que herdavam fortunas. Daí meu personagem Felícito Yanaqué ser um pequeno empresário fiel a seus princípios.
O romance é crítico com o sensacionalismo de jornais e canais de TV. O senhor acredita que esse tipo de imprensa seja capaz de contaminar as instituições?Creio que sim. Escrevi um ensaio sobre isso, A Civilização do Espetáculo. E o pior é que esse problema contamina até mesmo países cuja imprensa foi cultivada pelo rigor – é o caso da Inglaterra, que tem os jornais mais escandalosos do mundo (graças, em parte, ao senhor Rupert Murdoch). A informação desgraçadamente se transformou em uma forma de entretenimento. O jornalismo escandaloso que se nutre de polêmicas e frivolidade vem ocupando muito espaço, inclusive entre a imprensa mais séria, por conta de uma parcela de seus leitores que quer se entreter com essas informações marrons. O saldo negativo é a descaracterização da informação e o fomento da frivolidade, que culmina com o desrespeito generalizado entre as pessoas. E isso não se resolve com leis ou decretos, pois é um fator cultural.
Daí a força da literatura (em especial, da ficção) ao criar um pensamento crítico em seu leitor, não?Com certeza. Tradicionalmente, a literatura exerce uma função crítica, conseguindo, algumas vezes, antecipar-se aos políticos e ideólogos ao apontar os problemas. Por isso, a boa literatura mantém viva a consciência crítica de uma sociedade.
O Herói Discreto exibe os chamados grandes temas ‘vargasllosianos’, ou seja, a luta das pessoas para viver de acordo com suas convicções e também a exploração dos dilemas humanos. E isso é feito a partir de uma certa necessidade de entrelaçar várias histórias, transformando a trama em um pequeno labirinto. É mais difícil escrever bem?De forma alguma, porque sempre me interessei por aquelas figuras tímidas, quase desconhecidas, que não ficarão na história, mas cuja honestidade e hombridade formam a grande reserva moral de uma sociedade. Elas são imprescindíveis, são os chamados heróis discretos.
Outra de suas características, o humor, está de volta em grande estilo, não?Os críticos espanhóis destacaram que essa história é maior e mais bem-humorada que muitos de meus romances anteriores. Concordo e não sei dizer se é graças a uma serenidade provocada pela consolidação democrática e econômica dos países latinos ou porque simplesmente estou mais velho. O fato é que O Herói Discreto flui mais tranquilamente, com menos solavancos. E a escrita agora foi menos traumática e mais serena que nos livros anteriores.
E o senhor já vem trabalhando em novos projetos?Sim, um projeto teatral. Vai se chamar Os Contos da Peste, inspirado em Decamerão, os contos de Boccaccio (1313-1375). Ele viveu em Florença quando a Peste Negra devastou a Europa. Seus contos mostram o drama horrível vivido por jovens daquela época que, obrigados a ficar na cidade por conta da quarentena, se refugiam em uma casa que pertencia a Boccaccio e lá passam a contar histórias. Ou seja, descobrem que o imaginário e a fantasia são suas únicas válvulas de escape. Essa situação sempre me fascinou: uma espécie de cárcere privado cuja liberdade se personifica unicamente graças à imaginação, à literatura. Creio ser um fato muito dramático, portanto, teatral.
O HERÓI DISCRETO
Autor: Mario Vargas Llosa
Tradução: Ari Roitman e Paulina Wacht
Editora: Alfaguara (344 págs., R$ 39,90)

A educação ou a Petrobrás? - ANTÔNIO CABRERA


O Estado de S.Paulo - 03/03

"Se a Petrobrás é eficiente, ela não precisa ser estatal. Se não é eficiente, ela não merece ser estatal."



Durante a vida, num processo democrático, você será criticado de duas maneiras: pelo que faz ou pelo que deixa de fazer. Se é para receber crítica, então que esta apareça pela contribuição que desejo fazer ao meu país. Não há mais nenhuma justificativa plausível para o Brasil manter uma empresa pública como a Petrobrás. Explico.

Em primeiro lugar, quero reafirmar categoricamente que o petróleo é nosso. Já a Petrobrás, com essa política do governo de controlar os preços dos combustíveis de acordo com sua conveniência político-eleitoral, transformou-se num buraco negro de dinheiro público. Essa desastrada política de intervencionismo, pois a Petrobrás é a única empresa no mundo que vai ao mercado para comprar por 100 e vender por 90, causou nos últimos anos uma perda de mais de R$ 200 bilhões no preço de suas ações em bolsa. Em qualquer país sério não passaria em branco uma destruição dessa magnitude da riqueza pública. O resultado, fugindo da esterilidade da confrontação ideológica, é que o Brasil se tornou o único país do mundo que prefere importar gasolina e diesel a importar capitais para produzi-lo.

Reforçando, a verdade inconveniente é que o petróleo é um negócio extremamente arriscado e caro que não deve envolver dinheiro do povo (vide Eike Batista), mas, sim, auferir benefícios pela arrecadação de impostos, o que não ocorre com a contribuinte Petrobrás. Aliás, segundo a Cambridge Energy Research Associates, o Brasil deixa de ganhar em impostos cerca de US$ 1,5 bilhão a US$ 3 bilhões por não aplicar à Petrobrás uma política fiscal para a produção de petróleo e gás natural similar à dos EUA, da Grã-Bretanha ou da Noruega. Mas, ao tempo que isenta a Petrobrás, concomitantemente tributa qualquer doação destinada à educação e é o único país do mundo que tributa a mensalidade escolar.

Não bastasse isso, nossa tão propalada autossuficiência em petróleo sempre foi volumétrica e nunca monetária: exportamos petróleo bruto (mais barato) e importamos derivados (mais caros). Para minimizar esses prejuízos a fatura ficou ainda mais salgada quando, em 2011, um burocrata de prancheta decidiu manter artificialmente o preço da gasolina na bomba e, posteriormente, diminuir e eliminar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) da gasolina. Pura ironia, os recursos da Cide deveriam ter sido aplicados em "infraestrutura de transporte" (não vi ninguém reclamando disso nas passeatas pelo aumento das passagens de ônibus em São Paulo) e "programas ambientais para reduzir os efeitos da poluição causada pelo uso de combustíveis".

Traduzindo, como o etanol continua recolhendo a Cide, o Brasil é o único país do mundo que tributa um combustível limpo e desonera um combustível fóssil e poluente (e também não vi ninguém pedindo "veta gasolina"). Mas não para aí, pois, enquanto livra a gasolina da Cide, neste retorno às aulas os pais estão pagando em média de impostos mais de 47% nas canetas e mais de 43% nas borrachas de seus filhos. Educação é prioridade?

Enquanto ninguém faz contas de quanto será esta conta que imoralmente estamos deixando para as gerações futuras, nos EUA os avanços nas técnicas de perfuração horizontal e fratura hidráulica vêm permitindo explorar reservas de gás antes inacessíveis, a custo economicamente viável e gerando uma nova revolução industrial, oferecendo às indústrias norte-americanas um custo de energia imbatível. Mas "notícia, se a boa corre, a ruim avoa", o México vem de privatizar seu setor de petróleo e energia: continua sendo propriedade do governo mexicano, mas companhias privadas poderão explorá-lo sozinhas. Com um custo de exploração em águas profundas menor que o do Brasil e tendo uma logística imbatível, eis que é vizinho do maior consumidor do planeta, o risco do País não é ser explorado pelos capitalistas de plantão, mas ser completamente ignorado. Se na nata do bolo apenas um consórcio apareceu no leilão de Libra, e agora? A resposta é que o governo vai perfurar poços de petróleo sozinho, mas não vai perfurar as barreiras educacionais do último Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), em que nossos alunos estacionaram nas derradeiras posições.

Em segundo lugar, nunca antes neste país um setor tão vibrante do agronegócio foi moído em bagaços como o sucroenergético. Na última safra mais de 70 usinas fecharam ou estão em recuperação judicial e 60 podem vir a fazê-lo nos próximos 24 meses, com multinacionais deixando o País e grupos nacionais atolados em dívidas. O que se exigiu dos biocombustíveis em dois anos nunca se exigiu do petróleo. Embora seja um setor que emprega mais de 1 milhão de pessoas (incluindo indiretas) e ancorado numa movimentação financeira que supera US$ 86 bilhões/ano, do corte da cana até o abastecimento do automóvel, o etanol passa por uma longa cadeia produtiva que, de acordo com estudo da Embrapa Agrobiologia, pode chegar a ser 80% menos poluente do que os procedimentos que levam a gasolina aos postos de combustível. Mas a mão pesada do Estado no preço da gasolina resultou em que somente 23% dos brasileiros com carros flex utilizaram etanol este ano - em 2009 foram 66% -, com todos esses benefícios ambientais jogados na lata do lixo. Com inúmeras vantagens da natureza a nosso favor, não suplicamos privilégios do governo, mas não suportamos o subsídio estatal à gasolina.

Por fim, neste país rico de recursos e pobre de decisões, recorro a Demóstenes: "Há pessoas que creem embaraçar aquele que sobe à tribuna perguntando-lhe: então, que fazer? A essas dou a resposta que me parece a mais equânime e veraz: não fazer o que estais fazendo atualmente". A educação brasileira agradece.