domingo, 14 de abril de 2013

Vai ficar aí no sofá? ( sobre obesidade)



Ou vai se mexer contra essa situação de emergência instalada no País, a obesidade de jovens e crianças?, provoca especialista

14 de abril de 2013 | 2h 08
Elisabete Recine - O Estado de S.Paulo
A rápida e avassaladora escalada do excesso de peso e da obesidade e a deterioração da qualidade da alimentação da população brasileira não deixam dúvida: já temos uma situação de emergência instalada. Apenas para recordar, resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE de 2008/2009 mostraram que 12% das nossas meninas e 17% dos nossos meninos entre 5 e 9 anos são obesos. Se considerarmos o excesso de peso, 32% das meninas e 35% dos meninos estão nessa situação. Entre adolescentes, 6% das garotas estão obesas e 22% com excesso de peso. Dos garotos, 4% obesos e 19% com excesso de peso. E, se considerarmos toda a população, 75 milhões de pessoas estão com excesso de peso, e dessas quase 6 milhões são crianças entre 5 e 9 anos.
A situação pode ser entendida pelos padrões alimentares atuais. A mesma pesquisa do IBGE mostrou que, apesar de ainda encontrarmos entre a população o consumo da chamada "tradicional dieta brasileira" (a refeição que tem como base o bom e velho arroz com feijão), já é grande o consumo de alimentos industrializados com baixo teor de nutrientes e alto teor calórico. Se os resultados recentemente divulgados sobre as quantidades de consumo de açúcar entre jovens preocuparam, o que dizer dos resultados da POF que comprovaram que essa mesma situação de consumo excessivo está presente em 61% da população? O problema não é "apenas" o alto consumo de açúcar entre os jovens. Entram na conta outros produtos nada saudáveis, como biscoitos recheados, linguiça, salsicha, mortadela, sanduíches e salgados e também baixo consumo de feijão, saladas e verduras.
Comemos mal e em excesso. O resultado é lógico: engordamos. Pior: aumentamos - e muito - a probabilidade de acrescentarmos a essa doença básica, a obesidade, outras tantas como diabete, hipertensão, problemas cardíacos. Não precisamos mais envelhecer para que elas se apresentem. Jovens e crianças já vivem o cotidiano de quem precisa cuidar de uma doença crônica, que se desenvolve silenciosamente e compromete o corpo e a qualidade de vida.
Na outra ponta desse cenário, um estudo recente calculou que, em 2011, R$ 487,9 milhões foram gastos pelo Sistema Único de Saúde em ações de tratamento da obesidade e no cuidado de 26 doenças relacionadas a ela. Então, neste momento é natural a pergunta: se a obesidade é um problema tão grave tanto para os indivíduos como para a sociedade, se suas consequências comprometem a qualidade de vida e a saúde, por que assistimos pacientemente ao agravamento da situação? Nada pode ser feito?
A obesidade é uma doença com múltiplos determinantes. Parte deles está na esfera privada, mas, na verdade, o que vivemos atualmente é causado basicamente pela sua dimensão social. Ao longo dos anos ocorreram mudanças estruturais na maneira como a sociedade e as famílias providenciam sua alimentação. Destaco aqui o processo que levou o alimento a deixar de ser um bem para ser uma mercadoria, negociada em mercados futuros e com seu preço controlado em negociações especulativas, nas quais o menos importante é seu propósito original: alimentar pessoas, garantir e promover a vida. O setor de alimentos é concorrido, dezenas de produtos são lançados anualmente, movimentando o mercado publicitário e a mídia, moldando gostos e necessidades.
Enfrentar, desacelerar, reverter os números do aumento de peso não é responsabilidade de um único setor ou sujeito social. Família e escola são importantes para a formação, valorização e prática de hábitos saudáveis. No entanto, sem mudanças estruturais esse quadro pouco será alterado. As mudanças que realmente importam dependem de medidas públicas que intervenham nas causas básicas do problema - entre elas, dificuldades de acesso tanto físico como financeiro a alimentos saudáveis. Esse problema é tão grave que foi criada a expressão "desertos alimentares", que são regiões, mesmo nas grandes cidades, onde o acesso a alimentos frescos, saudáveis e baratos é muito difícil.
A alimentação da criança pequena precisa ser protegida, primeiro incentivando o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade, depois dando informação e apoio às mães e cuidadores, para que seja oferecida a maior variedade possível de alimentos saudáveis. Ambientes públicos como escolas não podem promover e comercializar alimentos não saudáveis. As estratégias de marketing de alimentos, principalmente aquelas dirigidas às crianças, precisam ser reguladas, assim como a qualidade nutricional dos alimentos. Além disso, é nosso direito conhecer a composição do que compramos para comer. Os rótulos dos alimentos devem ser claros e diretos, possibilitando a comparação entre produtos para uma escolha melhor. Não é o que acontece. Muitas vezes as etiquetas mascaram o que realmente está sendo consumido e, pior, iludem sobre uma qualidade imaginária, impossível. Alguém que compra uma caixinha de "suco natural" imaginaria que está comprando colheres e colheres de açúcar?
Nosso direito. Nenhuma dessas medidas isoladamente é suficiente. O problema requer ações de diferentes naturezas e setores que sejam implantadas de maneira articulada. Aqui poderíamos ter uma boa notícia - ou quase. Em outubro de 2012, a Câmara Interministerial, que congrega 19 ministérios, apresentou ao Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que assessora a Presidência da República, a proposta de um Plano Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade. Ele contempla seis eixos de ação, que deverão incidir no aumento de produção e oferta de alimentos saudáveis, nas estratégias de informação e educação, na promoção de modos de vidas saudáveis nas escolas e até na assistência social, regulação e controle da qualidade e inocuidade dos alimentos e atenção integral à saúde do indivíduo com excesso de peso/obesidade.
Era uma proposta para ser aprovada pelo conjunto de ministérios até o final de 2012. Até o momento isso não aconteceu. Enfrentar a obesidade requer medidas capazes de tirar a todos nós, cidadãos, setores da sociedade e governo, de nossas áreas de conforto. Grandes interesses precisarão ser enfrentados e lógicas de lucro precisarão ser alteradas em nome da qualidade de vida que queremos e temos o direito de ter. Vamos ficar sentados na frente da TV, com uma lata de refrigerante na mão, assistindo ao retrato do que já está dentro de nossas casas, ou vamos nos mobilizar contra isso?
ELISABETTA RECINE É NUTRICIONISTA, DOCENTE DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, COORDENADORA DO OBSERVATÓRIO DE POLÍTICAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR, NUTRIÇÃO

Simples, fácil e comum - MARTHA MEDEIROS



ZERO HORA - 14/04

Tenho mergulhado numa questão que parece prosaica, mas é de importância vital para melhor conduzirmos os dias: por que as pessoas rejeitam aquilo que é simples, fácil e comum?

O mundo evolui através de conexões reais: relacionamentos amorosos, relacionamentos profissionais e relacionamentos familiares – basicamente. É através deles que nos enriquecemos, que nossos sonhos são atingidos e que o viver bem é alcançado. No entanto, como nos atrapalhamos com essas relações. Tornamos tudo mais difícil do que o necessário. Estabelecemos um modo de viver que privilegia o complicado em detrimento do que é simples. Talvez porque o simples nos pareça frívolo. Quem disse?

Não temos controle sobre o que pode dar errado, e muita coisa dá: a reação negativa diante dos nossos esforços, o cancelamento de projetos, o desamor, as inundações, as doenças, a falta de dinheiro, as limitações da velhice, o que mais? Sempre há mais.

Então, justamente por essa longa lista de adversidades que podem ocorrer, torna-se obrigatório facilitar o que depende de nós. É uma ilusão achar que pareceremos sábios e sedutores se nossa vida for um nó cego. Fala-se muito em inteligência emocional, mas poucos discutem o seu oposto: a burrice emocional, que faz com que tantos façam escolhas estapafúrdias a fim de que pelo menos sua estranheza seja reconhecida.

O simples, o fácil e o comum. Você sabe do que se trata, mas não custa lembrar.

Ser objetivo e dizer a verdade, em vez de fazer misteriozinhos que só travam a comunicação. Investir no básico (a casa, a alimentação, o trabalho, o estudo) em vez de torrar as economias em extravagâncias que não sedimentam nada. Tratar bem as pessoas, dando-lhes crédito, em vez de brigar à toa. Saber pedir desculpas, esclarecer mal-entendidos e limpar o caminho para o convívio, ao invés de morrer abraçado ao próprio orgulho. Não gastar seu tempo com causas perdidas.

Unir-se a pessoas do bem. Informar-se previamente sobre o que o aguarda, seja um novo projeto, uma viagem, um concurso público, uma entrevista - preparar-se não tira o gostinho da aventura, só potencializa sua realização.

Se você sabe que não vai mudar de ideia, diga logo sim ou não, para que enrolar? Cuide do seu amor. Não dê corda para quem você não deseja por perto. Procure ajuda quando precisar. Não chegue atrasado. Não se envergonhe de gostar do que todos gostam: optar por caminhos espinhentos às vezes serve apenas para forçar uma vitimização. O mundo já é cruel o suficiente para ainda procurarmos encrenca e chatice por conta própria. Há outras maneiras de aparecer.

Temos escolha. De todos os tipos. As boas escolhas são divulgadas. As más escolhas são mais secretas e, por isso, confundidas com autenticidade, fica a impressão de que dificultar a própria vida fará com que o cidadão mereça uma medalha de honra ao mérito ao final da jornada. Quem acredita que o desgaste honra a existência, depois não pode reclamar por ter virado o super-herói de um gibi que ninguém lê.

“Redução da maioridade penal só vai gerar mais crime e violência”


Advogado Ariel de Castro Alves explica que autor do crime que matou Victor Hugo Deppman pode ficar preso mais do que 3 anos em internação psiquiátrica
Por Adriana Delorenzo
O assassinato do estudante Victor Hugo Deppman, de 19 anos, durante um assalto em frente à sua casa no bairro de Belém, zona leste de São Paulo, reabriu o debate sobre a redução da maioridade penal. O assaltante era um jovem de 17 anos que acaba de completar 18. Com isso, a lei prevê três anos de internação, que pode ser ampliada caso se comprove a periculosidade do autor do crime devido a transtornos psiquiátricos. Foi o que aconteceu com Champinha, condenado pelo assassinato brutal de Felipe Silva Caffé,19 anos, e de Liana Bei Friedenbach, 16 anos, em 2003. Para falar sobre o assunto, a Fórum entrevistou o advogado Ariel de Castro Alves,especialista em Políticas de Segurança Pública pela PUC- SP e ex- conselheiro do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). Para ele, “reduzir a idade penal seria como reconhecer a incapacidade do Estado brasileiro em garantir oportunidades e atendimento adequado à juventude. Seria como um atestado de falência do sistema de proteção social do País”. Confira abaixo a entrevista na íntegra.
O futuro do Brasil não pode ser condenado à cadeia, diz Ariel (Foto: Marcelo Camargo/ABr)
Revista Fórum – Por que o debate sobre a redução da maioridade penal sempre vem à tona após crimes contra jovens de classe média como o assassinato de Victor Deppman?
Ariel de Castro Alves - Os familiares das vítimas têm todo o direito de se manifestar e provavelmente se eu estivesse no lugar deles, após ter perdido um ente querido, também pediria a redução da idade penal ou até pena de morte. Mas temos que diferenciar a emoção da razão. Racionalmente entendo que esta não é a solução para a questão da criminalidade infanto-juvenil no País.
Às vezes também parece que só a vida de jovens de classe média ou alta tem valor na sociedade brasileira. Milhares de jovens são assassinados todos os dias nas periferias e poucos tratam do assunto ou se revoltam e exigem soluções para os casos. Existe muito oportunismo e demagogia nessas discussões.
Há 17 anos venho me posicionando a atuando contra a redução da idade penal. Entendo que se trata de medida ilusória já que o que inibe o criminoso não é o tamanho da pena e sim a certeza de punição. No Brasil existe a certeza de impunidade já que apenas 8% dos homicídios são esclarecidos. Precisamos de reestruturação das polícias brasileiras e melhoria na atuação e estruturação do Judiciário.
As propostas de redução da idade penal também são inconstitucionais, só poderiam prosperar através de uma nova Assembléia Nacional Constituinte. Além disso a reincidência no Sistema Prisional brasileiro, conforme dados oficiais do Ministério da Justiça, é de 60%. No sistema de internação de adolescentes, por mais crítico que seja, estima-se a reincidência em 30%. A Fundação Casa de São Paulo tem apresentado índices de 13%, mas não levam em conta os jovens que completam 18 e vão para as cadeias pela prática de novos crimes.
Essa medida é enganosa, só vai gerar mais crimes e violência. Teremos criminosos profissionais, formados nas cadeias, dentro de um Sistema Prisional arcaico e falido, cada vez mais precoces.
Revista Fórum – De acordo com a legislação atual, quanto tempo o adolescente que atirou em Victor pode ficar preso?
Ariel de Castro Alves - O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece até 3 anos de internação (privação de liberdade). Se o autor do crime sofrer transtornos psiquiátricos e ficar demonstrada a sua periculosidade através de laudos e relatórios após os 3 anos, a lei que criou o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, que entrou em vigor em abril de 2012, prevê a ampliação do tempo por prazo indeterminado, transformando a internação socioeducativa em internação psiquiátrica.
Revista Fórum – O governador Geraldo Alckmin anunciou que seu partido (PSDB) vai enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei para tornar o Estatuto da Criança e do Adolescente mais rígido, com penas maiores para menores. O que o sr. acha disso? Deve-se punir com mais rigor?
 
Ariel de Castro Alves - Ele já anunciou essa proposta em 2003 e 2012, após momentos de clamor social diante de crimes graves e rebeliões na Fundação Casa, mas ele mesmo não deu sequência. Vejo certo oportunismo e demagogia nesta atitude.
A questão da ampliação do tempo de internação é passível de discussão, cabe ao Congresso Nacional criar uma Comissão Especial e tratar do tema com vários especialistas. Toda lei pode ser atualizada ou reavaliada, o Estatuto da Criança e do Adolescente neste item também pode ser, se o congresso e os especialistas assim entenderem. O que não podemos é ter legislações com base na emoção e sim pela razão. O clamor popular após esses casos gravíssimos não contribui com o processo legislativo e abre espaços para oportunismos. Porém, se o tempo de internação ao invés de até 3 anos, fosse de 6 anos, possivelmente a Fundação Casa teria 18 mil internos, ao invés dos 9 mil que tem hoje, tendo mais superlotação e sendo necessários mais investimentos do Estado.
Já a proposta do governador de transferir os jovens da Fundação Casa para presídios é totalmente inadequada. O Sistema Prisional Paulista está com a superlotação acima dos 100%. Além disso a reincidência passa dos 60% e muitas prisões são dominadas por facções criminosas. Já a Fundação Casa tem anunciado a reincidência em torno de 13%. Colocar os jovens num sistema prisional falido e superlotado só vai aumentar a criminalidade no Estado.
Ao invés de transferir os maiores de 18 para presídios, é pertinente que existam unidades de internação específicas aos jovens com idades entre 18 anos até completarem os 21 anos. É uma obrigação do Estado já prevista na lei. Eles não podem ser transferidos  para presídios comuns, já que a medida socioeducativa deve ser cumprida em unidade de internação e não em presídios comuns. Apesar dos jovens já terem 18 anos de idade, eles cometeram o ato infracional quando tinham menos de 18 anos e podem cumprir até 3 anos de internação, ou até completarem os 21 anos.
Revista Fórum – Quais medidas seriam efetivas para conter a violência que atinge níveis absurdos em São Paulo, com altos índices de homicídios por arma de fogo principalmente nas periferias?
 
Ariel de Castro Alves - O Estatuto da Criança e do Adolescente gerou muitos avanços nos últimos anos com relação ao atendimento às crianças, mas, ainda, no atendimento aos adolescentes deixa muito a desejar, principalmente nas áreas de educação, saúde e profissionalização. A prevenção, através de políticas sociais, custa muito menos que a repressão. O futuro do Brasil não pode ser condenado à cadeia.
São necessários programas de inclusão e oportunidades visando à emancipação social dos jovens. Sempre digo que só com conselhos e atendimentos esporádicos não temos como convencer o jovem a deixar o envolvimento com o crime. Temos que ter programas capazes de criar um novo projeto de vida para os adolescentes, que envolvam suas famílias. Programas com subsídio financeiro, que ofereçam bolsa-formação, oportunidades de estágios, aprendizagem, cursos técnicos, empregos, com ações dos órgãos públicos e também da iniciativa privada.
Quando o Estado exclui, o crime inclui. Se o jovem procura trabalho no comércio e não consegue, vaga na escola ou num curso profissionalizante e não consegue, na boca de fumo ele vai ser incluído. O Estatuto da Criança e do Adolescente tem o caráter mais preventivo do que repressivo. Se o ECA fosse realmente cumprido sequer teríamos adolescentes cometendo crimes. É exatamente pela falta de cumprimento do Estatuto e pelo alijamento  de muitas crianças e adolescentes dos seus direitos fundamentais previstos no ECA é que temos adolescentes envolvidos com a criminalidade.
A ausência de políticas públicas, programas e serviços de atendimento, conforme prevê a lei, e a fragilidade do sistema de proteção social do País favorecem o atual quadro de violência que envolve adolescentes como vítimas e protagonistas. Isso só será revertido quando realmente for cumprido o princípio Constitucional da Prioridade Absoluta com relação às crianças e adolescentes, o que atualmente ainda é uma utopia. Quem nunca teve sua vida valorizada, não vai valorizar a vida do próximo. O que esperar de crianças e adolescentes que nunca tiveram acesso à saúde, educação, assistência social, entre outros direitos. Muitas vezes não tiveram sequer uma família efetivamente. E sempre viveram submetidos a uma rotina de negligência e violência. A negligência, a exclusão e a violência só podem gerar pessoas violentas.
Em abril de 2012, entrou em vigor a Lei que criou  o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, o cumprimento desta lei também resultaria num atendimento mais adequado aos adolescentes infratores no País, com ações qualificadas por parte dos municípios, dos estados e do governo federal. Mas, ainda, o poder público tem se omitido no cumprimento desta lei, mantendo unidades de internação ou programas de atendimento em meio aberto totalmente inadequado.