quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Muitos pacientes são submetidos desnecessariamente às angioplastias


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A utilização do stent, em certas situações, é até hoje tema de intensas discussões e de muita controvérsia no meio científico. O implante do stent ou a angioplastia (como o procedimento é mais frequentemente referido pela imprensa) é uma forma de Intervenção Coronária Percutânea – ICP, na qual o cirurgião insere um tubo de metal em uma artéria que se encontra obstruída por placa acumulada.
Este minúsculo tubo cilíndrico é inserido através de uma artéria da perna ou do braço e guiado até ao coração no local exato da artéria onde o fluxo sanguíneo se encontra obstruído. O dispositivo então se expande e mantém a artéria desobstruída, dando sustentação à dilatação alcançada no início do procedimento.
A importância do implante do stent na redução do risco de morte de um paciente, quando tal procedimento é realizado dentro dos primeiros 90 minutos de um infarto do miocárdio, é indiscutível. No entanto, este tipo de implante, quando executado fora de uma emergência (num cenário que não seja o de um enfarte agudo do miocárdio), é muitas vezes motivo de debates acirrados e de polêmica.
Na verdade, o fato dos implantes dos stents estarem sendo utilizados desnecessariamente em muitos pacientes é fato bastante divulgado conforme exposto a seguir.
Um artigo recentemente publicado no New York Times revelou que alguns cardiologistas, pertencentes à maior rede de hospitais privados nos Estados Unidos, a Hospital Corporation of America (HCA), vêm realizando procedimentos médicos lucrativos, mas muitas vezes desnecessários, e que em alguns casos colocam até a vida dos pacientes em risco. De acordo com o mesmo artigo, um documento elaborado por analistas independentes revelou que, num dos hospitais da HCA, quase metade das 355 angioplastias executadas estavam fora dos parâmetros médicos considerados normais.
Em meados do ano passado, um estudo marcante foi publicado no Journal of the American College of Cardiology. Tal investigação foi conduzida pelo Doutor Edward Hannan no estado de Nova Iorque, com 25.545 pacientes elegíveis para classificação (com Doença Arterial Coronária estável), que anteriormente haviam sido submetidos às intervenções coronárias percutâneas. O estudo concluiu que apenas 36% dos procedimentos foram considerados adequados.
Aproximadamente dois meses depois, outro estudo semelhante no estado de Washington realizado com pacientes com DAC estável, concluiu que apenas 44% dos procedimentos (ICPs) examinados foram considerados apropriados.
Também, de acordo com um artigo publicado no final do ano passado no China Daily, o ex-presidente da associação de cardiologistas daquele país, Dr. Hu Dayi, afirmou que mais da metade das intervenções coronárias percutâneas lá realizadas eram de fato desnecessárias.
Assim sendo, fica evidente que muitos pacientes estão sendo submetidos a intervenções coronárias percutâneas que não são necessárias.
Quando eu perguntei ao Dr. Hannan, o principal pesquisador do estudo envolvendo os pacientes do estado de Nova Iorque, sobre a gravidade do assunto referente aos procedimentos desnecessários realizados em diversos países, ele me informou que estamos somente vendo a ponta do iceberg e que o problema é muito maior do que temos conhecimento. Na verdade, segundo o Dr. Hannan, a falta de registros mais detalhados e estudos (appropriateness criteria studies) sobre o assunto em vários países impossibilita que possamos visualizar a dimensão global do problema.

OIT: Brasil tem maior número de empregadas domésticas no mundo

Blog Jamil Chade
O Brasil tem o maior número de empregadas domésticas registradas do mundo. Dados divulgados hoje pela Organização Internacional do Trabalho apontam que existiriam 7,2 milhões de empregadas domésticas no Brasil, um a cada oito no mundo oficialmente registrado pelos ministérios do Trabalho de 117 países.
Segundo a OIT, existiriam pelo menos 52,6 milhões de pessoas trabalhando como domésticas. 83% delas são mulheres. Em termos regionais, a Ásia é a líder no número de domésticas, com 41% das trabalhadoras do mundo. Na América Latina, elas representam 37% do total mundial.
Sandra Polaski, vice-diretora geral da OIT, admite que o número real poderia bem maior no mundo, já que muitas delas são “invisíveis” e não estão registradas. Um dos grandes obstáculos é a situação na África, onde milhões poderiam estar trabalhando no setor e sem qualquer conhecimento das autoridades e sequer são consideradas como trabalhadoras.
Mas o que mais preocupa a OIT é o fato de que apenas 10% delas no mundo tem os mesmos direitos dos demais trabalhadores do país. “Mais da metade das trabalhadoras não tem limitação nas horas de trabalho e 45% delas não tem direito a folga na semana”, alertou Sandra.
Segundo o levantamento, domésticas no Brasil trabalham em média 36 horas por semana, um padrão mais próximo da Europa que de países como Arábia Saudita, Catar e Malásia, com mais de 60 horas de trabalho por semana.
Em 2011, as domésticas no Brasil tinham uma renda de apenas 41% dos salários médios. Apesae de terem ganhado um aumento de salários de 55% entre 2003 e 2011, menos de 30% delas tem carteira assinada.
Além do Brasil, outro país com um número substancial é a Índia, com 4,2 milhões de trabalhadoras domésticas oficialmente registradas, além de 2,4 milhões na Indonésia e 1,8 milhão no México. Oficialmente, nos Estados Unidos existem 667 mil empregadas domésticas, contra 419 mil na Itália e 747 mil na Espanha.

Postos se adaptam com mais facilidade a novo diesel, diz Fecombustíveis


Mudança do S50 para o S10 atende às exigências de uma resolução da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
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Foto: Valter Campanato/ABrPostos se adaptam com mais facilidade a novo diesel, diz Fecombustíveis
A partir de janeiro, quase quatro mil postos de combustíveis em todo o país estão obrigados a vender o óleo diesel S10, menos poluente e com apenas 10 ppm (partes por milhão) de enxofre. A mudança atende às exigências de uma resolução da Agência Nacional de Petróleo (ANP). A nova categoria entra no mercado para substituir o S50, que era uma etapa de transição obrigatória desde 1º de janeiro de 2012.

“Este é um processo mais tranquilo, sob o ponto de vista operacional. Onde havia o S50, todo o trabalho de adaptação já foi feito. Já estávamos recebendo o novo combustível desde dezembro passado”, destaca à Agência CNT de Notícias o diretor de postos de rodovia da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Ricardo Hashimoto.

Segundo Hashimoto, em razão do baixíssimo teor de enxofre, o S10 exige maiores cuidados durante o manuseio, para evitar a mistura com outros combustíveis. “É preciso ter atenção em relação, principalmente, ao transporte entre a base distribuidora e o posto. Existe uma preocupação ambiental e temos que vender produtos com preço e qualidade”, explica.

Outra preocupação diz respeito ao treinamento dos funcionários, para não permitir o erro. “Quando chega no posto [o combustível S10], é preciso descarregar o produto no tanque certo. E, depois, na bomba, quando o caminhão chegar, é preciso ter a postura de perguntar qual o combustível desejado. Temos que primar por manter os equipamentos em ordem, ter disciplina”, afirma Hashimoto.

Em relação ao preço do S10, Hashimoto garante que, até o momento, não há notícias de aumento. “Isso não quer dizer que não vai haver acréscimo”, adverte. No entanto, ele explica que o S10 e o S50 têm preços diferenciados porque exigem mudanças em relação ao custo logístico e à segregação de tanques, linhas, caminhões e bombas. “Tudo isso exigiu investimento”, resume.

Para o restante do ano, as expectativas dos empresários são positivas. “Em 2013, a venda de veículos e caminhões deve voltar aos patamares normais e esperamos que o mercado cresça ainda mais, que seja criado um círculo virtuoso. Com mais veículos, os clientes vão buscar e mais posto vão aderir”, diz o diretor da Fecombustíveis.

Benefícios
Em nota, a ANP destaca os benefícios do novo combustível no mercado. “Com a entrada do S10 no lugar do S50, haverá menos emissões de partículas nocivas na atmosfera e, portanto, menos danos ambientais. Além disso, o S10 traz vantagens na partida a frio, na redução da fumaça branca, na menor formação de depósitos e no aumento da vida útil do lubrificante”, destaca.

Ainda de aoordo com a ANP, à medida que a frota circulante for renovada haverá uma melhora gradativa na qualidade do ar dos grandes centros urbanos. A Agência garante que, por substituir integralmente o diesel S50, os municípios antes abastecidos exclusivamente com o diesel S50 e as revendas varejistas, que comercializavam esse produto, também passarão a receber o S10.

Rosalvo Streit
Agência CNT de Notícias