Apesar dos avanços constatados, estudo da Abrelpe aponta que a quantidade de resíduos com destinação inadequada aumentou quase dois milhões de toneladas em 2010 relativamente a 2009.
Segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, estudo realizado pela Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais e divulgado no dia 26/05/11, durante o Fórum Brasileiro de Resíduos Sólidos, o Brasil produziu quase 61 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) em 2010, o que significa uma média de 378 kg de lixo por ano para cada brasileiro. Este volume é 6,8% superior ao registrado em 2009 e seis vezes superior ao índice de crescimento populacional urbano apurado no mesmo período.
O estudo apresenta o mais completo raio-X do setor e traz os dados mais atualizados do País, com destaque para as regiões geográficas e cada um dos estados da federação, constituindo-se em um verdadeiro mapa do Brasil em termos da geração, coleta, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos.
“Quase 23 milhões de toneladas de resíduos seguiram para lixões e aterros controlados no ano passado, em comparação a 21,7 milhões em 2009”, ressalta o diretor executivo ao acrescentar que esse cenário traz consideráveis danos ao meio ambiente, pois os lixões e aterros controlados não têm qualquer mecanismo adequado de disposição e armazenamento do lixo e apresentam riscos de contaminação do solo e da água.
No que se refere à reciclagem, permanece a tendência de crescimento das iniciativas de coleta seletiva, mas ainda de forma muito lenta. O estudo mostrou que 57,6% dos municípios brasileiros afirmam ter iniciativas de coleta seletiva, em comparação a 56,6% no ano anterior.
“Embora a quantidade seja expressiva, é importante considerar que em muitos casos tais iniciativas resumem-se à disponibilização de pontos de entrega voluntária à população ou na simples formalização de convênios com cooperativas de catadores para a execução dos serviços”, salienta o diretor executivo da Entidade. Ele acrescenta ainda que há diferenças regionais significativas. “No Sudeste, o percentual de cidades com coleta seletiva é de quase 80%, enquanto que no Centro-Oeste não chega a 30%”.
A principal conclusão do Panorama 2010 é a de que é necessária a adoção imediata no Brasil de um sistema integrado e sustentável de gestão de resíduos sólidos, para fazer frente ao crescimento desenfreado na geração e para garantir um destino adequado à totalidade dos resíduos. “A modernização do setor por meio de novos sistemas e tecnologias se faz necessária para que os objetivos da PNRS sejam alcançados”, recomenda o diretor executivo da ABRELPE.
“O sucesso também está vinculado a uma política mais clara de incentivos e estímulos, tanto do governo federal como dos governos estaduais, para os municípios que, por sua vez, deverão buscar soluções conjuntas e regionalizadas, por meio dos consórcios públicos. Além disso, as soluções devem ser estruturadas com uma perspectiva de longo prazo e plena adequação ambiental, o que demanda investimentos, que podem ser supridos com a adoção do modelo de Parcerias Público-Privadas”, completa.
Coleta de resíduos de construção e demolição cresce 8,7% e preocupa- De acordo com a edição 2010 do Panorama dos Resíduos Sólidos da Abrelpe, os municípios brasileiros coletaram cerca de 31 milhões de toneladas de resíduos de construção e demolição (RCD) no ano passado, 8,7% a mais do que em 2009. “Trata-se de um dado preocupante, já que as quantidades reais são ainda maiores, visto que os municípios em geral coletam somente os RCD abandonados ou indevidamente lançados em logradouros públicos. Isso porque a responsabilidade pela coleta e destinação final desse tipo de resíduo é do gerador”.
Fonte: Portal Fator Brasil | 24 de abril de 2011
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