As duas frases, citadas nem sempre ao pé da letra, se tornaram virais e, coisa rara, o crédito dos autores é respeitado, embora às vezes surja um H a mais no nome do semiólogo italiano. "O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade" —Umberto Eco. "Os idiotas vão dominar o mundo"— Nelson Rodrigues.
A de Eco se confirma a cada checada no dispositivo do celular. A de Nelson, escrita antes do advento da internet, é ainda mais abrangente, pois mira o mundo real, a vida como ela é, na figura do burro sublimado pela própria ignorância, que se entrega ao rebanho de ódio e frustração das redes.
A bandidagem de Trump —que ameaça o país com sanções econômicas para que o Judiciário desista do processo contra Bolsonaro— é um combustível perfeito para ampliar o campo de ação dos imbecis. E de quem se faz passar por imbecil para influenciar a bolha lobotomizada.
Pegue-se um único exemplo, entre tantos, da idiotia programada que substitui a razão. Flávio, o filho 01, sugeriu que o Brasil, se não aceitar a rendição e garantir a anistia para os participantes da tentativa de golpe em 2022-2023, poderá ser vítima do arsenal nuclear norte-americano. "A gente vai continuar com o nosso orgulho? Mas como é que se resolve essa situação? Se você olhar para a Segunda Guerra Mundial, o que os Estados Unidos fizeram com o Japão? Lançaram uma bomba atômica em Hiroshima para demonstrar força", argumentou o senador da República.
Visto como bolsonarista moderado —uma contradição em termos—, Tarcísio de Freitas telefonou ao STF, pedindo autorização para que o ex-presidente, cujo passaporte está apreendido, viajasse aos EUA e negociasse a sobretaxa. A proposta, além de inconstitucional, é cínica. Se a corte caísse na enrolação, seria o mesmo que permitir uma fuga. Trump praticamente ofereceu asilo a Bolsonaro, ao inventar que ele é perseguido político.
Pressionado, Tarcísio resolveu tomar uma atitude de estadista. Apagou o post em que aparecia com o boné MAGA.
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