O fracasso do ato pró-Bolsonaro mostrou que o futebol é a maior diversão. O deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL no Congresso, citou a falta de dinheiro no fim do mês, o início das férias escolares e o jogo do Flamengo contra o Bayern de Munique, pela Copa do Mundo de Clubes, para explicar o vazio na Paulista.
Foi a desculpa sem noção do ano, mas, pensando bem, quem trocaria um jogo de futebol, ou mesmo uma pelada de solteiros contra casados, por mais um show com rezas, vitimismo e negação da realidade? Só 12 mil "malucos" —sem ofensa, a definição é do próprio ex-presidente— e o bloco dos governadores de direita em busca de votos.
A Copa é um êxito. A última chance de ver na mesma competição "La Pulga" Messi, Luis Suárez (fez fila na defesa do Palmeiras e marcou um golaço), o kafkiano Di María, Luka Modric, Thomas Müller, Thiago Silva. Conferir quem é o goleiro mais espetacular —Yassine Bounou, Manuel Neuer ou Thibaut Courtois?— e apreciar o talento de Jhon Arias, Federico Valverde, Ousmane Dembélé. O melhor de tudo: estamos livres dos esperneios do menino Neymar.
O formato igual ao Mundial de seleções —32 equipes em oito grupos, com duas passando às fases de mata-mata— garante, com as exceções de praxe, partidas intensas, com possibilidade de zebras e emoção até o apito final. Nos acréscimos ou na prorrogação, tudo pode mudar. Um torneio curto e de entusiasmo crescente: o campeão entra em campo sete vezes. É de se perguntar por que a Fifa, uma máquina de arrecadar dinheiro, demorou a realizá-lo, tendo em vista a crise de identidade das seleções nacionais.
Apelidado de "patinho feio", o Fluminense surpreendeu quem não levava fé nos comandados de Renato Gaúcho. Está na semifinal, tendo faturado R$ 330 milhões em premiação (sem considerar os pesados impostos americanos). Mais do que superar o complexo de vira-lata brasileiro, o tricolor das Laranjeiras está incorporando outra das ideias de seu torcedor Nelson Rodrigues. É o verdadeiro Sobrenatural de Almeida.
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