Elon Musk, da Tesla, publicou há duas semanas na plataforma X que "infelizmente é uma tendência para muitas montadoras" a aproximação de seu Momento Kodak: tornar-se obsoleta de uma hora para outra, por não fabricar carros elétricos.
Na direção oposta, o Wall Street Journal publicou o editorial "Dando a indústria automobilística do Ocidente para a China" (acima). Cita o plano europeu de banir carros a gasolina, o que favoreceria os chineses, "que produzem carros mais baratos devido aos baixos custos de energia e trabalho e às extensas redes de suprimentos".
Acusa democratas e "a esquerda climática" de terem promovido "os vetos a carros a gasolina como necessidade urgente para barrar o domínio do mercado pelos chineses". E agora "EUA e Europa se arriscam a destruir sua indústria local de automóveis por um futuro elétrico largamente Made in China".
Na sequência e com o mesmo viés, o New York Times publicou com alarme que a "China está inundando o mundo com carros", não só elétricos, e que a Europa é "o alvo principal". Mas um mercado ainda estaria resistindo, os próprios EUA, e o jornal chega perto de elogiar o antecessor de Joe Biden pelo feito:
"Quando o governo Donald Trump impôs tarifas sobre as importações da China, o primeiro lote incluía impostos de 25% sobre carros elétricos. As tarifas ainda estão em vigor."
'BOA VONTADE'
Uma semana depois do lançamento do celular Huawei com chip para 5G, o NYT enfim noticiou, mas sugerindo que a empresa poderá pagar por isso. E que seria pelas mãos da secretária do Comércio, Gina Raimondo, surpreendida em sua "turnê de boa vontade na China".
"O lançamento levanta questão sobre se o departamento de Raimondo continuará tentando construir boa vontade com as autoridades chinesas", indica o jornal, "ou se assumirá uma postura mais agressiva", com "mais restrições tecnológicas" às empresas chinesas.
'ARROGÂNCIA'
Na China, por outro lado, vem sendo "amplamente difundido" o ensaio de um acadêmico de Xangai, Yang Jiemian, sobre por que os "EUA veem a China como uma ameaça". Cita a "disfunção política em Washington" e ideias enraizadas como "excepcionalismo americano".
Vê "três escolas na teoria americana das relações internacionais: realismo, liberalismo e construtivismo, cada uma delas servindo essencialmente à hegemonia dos EUA". Defende que a China persista em sua própria teoria, com ideias como "unidade na diversidade", como "corretivo à arrogância americana".
Yang Jiemian é irmão de Yang Jiechi, o diplomata-chefe que se dirigiu aos colegas americanos em reunião bilateral histórica no Alasca, em 2021, dizendo: "Os Estados Unidos não têm qualificação para falar com a China a partir de uma posição de força", superior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário