Algumas dessas histórias são, talvez, politicamente incorretas. No dia 16 de julho de 1945, os EUA cometeram o primeiro teste nuclear, no deserto de Nevada. Um membro da tribo local, os paiutes, comunicando-se por sinais de fumaça com um colega da montanha vizinha, viu subir ao longe o cogumelo atômico e exclamou: "Era isso o que eu queria dizer!!!".
Três semanas depois, no exato momento em que os americanos despejaram a bomba sobre Hiroshima, um japonês numa cidade próxima deu a descarga em seu banheiro, escutou a explosão e achou que tinha sido o causador da tragédia.
Essas coincidências acontecem. Aqui no Rio, um marinheiro irlandês bebum, o que lhe dava terrível sentimento de culpa, desceu do navio na praça Mauá e saiu para conhecer a noite carioca. Assim que pôs o pé em terra, um Cristo gigante iluminado surgiu de repente no céu aos seus olhos. Atônito, ele viu ali uma mensagem. Voltou para o navio e nunca mais bebeu. Era a noite de 12 de outubro de 1931, e o Cristo do Corcovado estava sendo aceso pela primeira vez, por um sinal elétrico disparado à distância.
Caso parecido foi o de Little Richard, o pioneiro do rock and roll. Ao se apresentar no Alasca, no dia 4 de outubro de 1957, viu uma bola de fogo no céu e também enxergou naquilo um aviso. Paralisou sua carreira no ato e se tornou um devoto da seita Renascer em Cristo. Só voltou aos palcos cinco anos depois, quando lhe provaram que a bola de fogo tinha sido o satélite soviético Sputnik 1, lançado ali perto, às 22h28, hora Moscou.
Eu próprio já fui bafejado por uma dessas coincidências. Há anos, num antiquário em Copacabana, pensando começar mais uma coleção inútil, comprei uma antiga bengala com cabo de marfim. Ao sair da loja, pisei de mau jeito na calçada e torci feio o pé. A dor era horrível e ficou muito difícil caminhar. Por sorte, eu acabara de comprar uma bengala.
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