terça-feira, 19 de setembro de 2023

Construtoras chinesas farão uma das maiores pontes do país, FSP

 

BRASÍLIA

Com as grandes empreiteiras nacionais em dificuldades após a operação Lava Jato, as chinesas CCCC e CRCC construirão uma das maiores pontes da América Latina.

Ambas lideram o consórcio, com 50% de participação cada, e negociam uma linha de financiamento de longo prazo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para ajudar no financiamento da obra, avaliada em R$ 9 bilhões. Pelo lado da CRCC, são sócios a CRCC International Investments (28,57% de participação) e a CR20 (21,43%).

Imagem mostra o mar e uma grande ponte em formato de S na sua extensão
O projeto das construtoras chinesas na Bahia é fazer uma ponte ligando Salvador à Ilha de Itaparica - Divulgação

A ponte, de 12,4 km de extensão, ligará o porto de Salvador (BA) à ilha de Itaparica, maior que a Rio-Niterói, que tem 8,8 km, desconsiderando as vias de acesso.

O governo da Bahia já conseguiu US$ 150 milhões em financiamentos do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina).

No BNDES, a linha em discussão seria de, no mínimo, US$ 500 milhões para a primeira etapa do projeto.

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No BNB, uma carta de intenção de R$ 3 bilhões em crédito já foi aprovada, segundo o consórcio.

A situação expõe uma das dificuldades do Novo PAC, cujas obras exigirão capacidade financeira das empreiteiras nacionais.

Aquelas que possuem expertise para conduzir as obras, como Odebrecht e Andrade Gutierrez, foram abaladas pela Lava Jato e hoje não possuem saúde financeira suficiente para tomar empréstimos bilionários e, com esse recurso, dar o pontapé inicial nas obras até começarem a receber pagamentos.

As demais construtoras nacionais são de pequeno e médio porte, sem experiência em grandes projetos.

Esse dilema já motivou discussões no BNDES e na Casa Civil da Presidência da República sobre uma possível reabilitação das empreiteiras da Lava Jato para que o Novo PAC seja conduzido dentro do cronograma.

No entanto, resistências internas no PT e no próprio governo, tendem a deixar o mercado das grandes obras aberto para estrangeiros.

Com Diego Felix

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