segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Navios barrados em Santos expõem esgotamento do porto e reacendem privatização, FSP

 Com 95% de ocupação, o BTP, terminal ligado às empresas de navegação Maersk e MSC, já recusa navios no porto de Santos (SP).

Pessoas que participam da operação no porto afirmam que, na semana passada, o BTP não conseguiu receber dois porta-contêineres programados para operar.

Ambas as embarcações tentaram desviar para os outros dois terminais portuários: Santos Brasil e DPW, mas eles também não puderam receber as embarcações.

Movimento em terminal de contêineres no porto de Santos - 21.jul.2021-Eduardo Anizelli/Folhapress

A situação, segundo operadores, mostra que o porto não tem mais espaço para contingências.

A OCDE indica que o limite de ocupação de terminal para manter a eficiência é até 70% (pátio) e até 65% (berço de atracação).

O plano de expansão, com o leilão de novo terminal em Santos previsto para 2022, parou sob o governo Lula.

O ministro de Portos, Márcio França (PSB), que balança no cargo, quer estudar novamente a necessidade de se manter o porto sob controle estatal e o tamanho necessário para a expansão necessária para que o terminal não perca carga para portos vizinhos.

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Ao lado da Autoridade Portuária de Santos, estatal que controla o maior Porto da América Latina, França tem dito que o porto ainda tem capacidade ainda para movimentar contêineres.

No entanto, dados da própria autoridade portuária mostram que, desde 2019, o porto opera no seu limite (70% de capacidade instalada). Naquele ano, foram 4,2 milhões de TEUs movimentados, limite operacional.

Neste ano, a projeção de cargas para Santos (5,3 milhões de TEUs) deve superar a capacidade operacional (4 milhões de TEUs).

Isso equivalente a 70% da capacidade instalada (5,7 milhões de TEUs), percentual a partir do qual a operação deixa de ser eficiente, segundo a OCDE.

Operadores privados defendem a privatização completa como forma de acelerar investimentos.

OUTRO LADO

Em nota, a autoridade portuária de Santos afirmou que o problema foi pontual, não reflete a situação do porto e que está com a capacidade atual calculada como suficiente até 2030. Segundo a entidade, terminais como os da Santos Brasil e da DPW têm atuado abaixo dos limites de operação e estão com projetos de expansão em análise no Ministério de Portos e Aeroportos e no TCU (Tribunal de Contas da União).

Ao Painel S.A., a Santos Brasil disse que está operando com 50% da capacidade no terminal e que não pôde receber os contêineres devido a uma troca de sistema operacional nos próximos dias. A manutenção estava prevista anteriormente e foi avisada aos clientes há um mês.

De acordo com a autoridade portuária, a DPW está, no momento, sem vagas no terminal.

"A APS ressalta que os terminais que não receberam os navios são todos privados, o que não justifica a narrativa de privatização da gestão do maior Porto do Hemisfério Sul, defendida pelos gestores anteriores, que não fizeram os investimentos devidos em infraestrutura porque atuaram prioritariamente para vender o ativo", disse a autoridade portuária.

Com Diego Felix


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