quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Escolaridade e pobreza, Carta do leitor do Estadão

 Num país onde a corrupção é medida aos milhões, o problema da remuneração dos professores tem dimensões ínfimas. Os governantes sabem que os professores têm família para sustentar e não têm como superar a duração da greve. Mais dia, menos dia, receberão uns centavos de aumento e voltarão calados às salas de aula. Recentemente, nas discussões sobre a questão da redução da maioridade penal, todos, repito, todos disseram que o que falta são escolas para a juventude. Pergunto: onde estão essas escolas? E existe escola sem professores? De tempos a esta data, os jornalistas deixaram de usar o vocábulo pobre. Falam em pessoas com menos escolaridade. Em países desenvolvidos, após sua licenciatura, os professores têm possibilidade de acesso a cursos de aperfeiçoamento, especialização, pós-graduação, segundo sua vocação e os interesses do país. Se as autoridades continuarem a tratar da educação da forma como vêm fazendo, jamais deixaremos de ser um país ridicularizado pelas nações desenvolvidas, que nos distinguem com o primoroso título de "país do samba e da banana".

BENEDITO LIMA DE TOLEDO

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