Com limitação de espaço físico e preocupações relacionadas à segurança, o acesso ao ato que terá na quinta-feira (11) a leitura da carta pró-democracia na Faculdade de Direito da USP, no centro de São Paulo, será restrito a 1.200 convidados, incluindo até 200 estudantes.
O manifesto, que ganhou ampla adesão nos últimos dias, já soma mais de 820 mil assinaturas.
Com as cerca de 200 pessoas que trabalharão no evento, aproximadamente 1.400 pessoas estarão nas dependências internas da faculdade durante o ato, de acordo com o diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Campilongo.
O número segue orientações definidas em reuniões do comitê organizador com representantes da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Militar de São Paulo.
Os órgãos de segurança reforçaram a necessidade de controle de acesso interno para que seja respeitada a quantidade de pessoas definida no auto de vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).
A leitura da "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito" será feita no pátio da São Francisco que, segundo Campilongo, comporta com segurança as 1.400 pessoas —sendo 1.200 convidados e 200 a serviço.
O acesso às dependências internas será garantido com convites que serão distribuídos pela instituição. Campilongo diz que fará a divisão por lotes. Cerca de 200 serão destinados ao Centro Acadêmico XI de Agosto, que, por sua vez, ficará responsável pelo repasse a estudantes dos programas de graduação e pós-graduação da faculdade.
Outros lotes serão destinados a setores da sociedade civil que apoiaram o manifesto e incluem grupos de magistratura, do Ministério Público, da Defensoria Pública, de movimentos sociais e de centrais sindicais, entre outros.
"Os convites serão distribuídos de modo que o pátio se torne um espaço representativo da sociedade brasileira, e não que seja ocupado exclusivamente por alunos e ex-alunos da faculdade de direito. O ato ganhou uma dimensão muito grande e será significativo que todos os setores da sociedade estejam representados", diz Campilongo.
Do lado de fora, as pessoas poderão acompanhar a leitura da carta por telões que serão instalados no Largo São Francisco. Ao todo são esperadas de 5.000 a 8.000 pessoas dentro e nos arredores da instituição, segundo o diretor.
O controle de acesso às dependências da faculdade traduz a necessidade de garantia de segurança das pessoas no local. Campilongo lembra a morte do militante do PT na festa de aniversário dele em 9 de julho, em Foz do Iguaçu (PR). Marcelo Arruda foi assassinado a tiros por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Temos problema de segurança. A sociedade está radicalizada", diz Campilongo. Ele afirma que, para acesso ao ambiente interno, os convidados terão de passar por detectores de metal.
Nesta terça (9), a faculdade divulgou comunicado anunciando a restrição de pessoas durante o ato.
"Nas áreas internas da faculdade estarão os órgãos de imprensa, o pessoal envolvido na preparação e na organização, os signatários da Carta aos Brasileiros de 1977. Estarão também representantes de todas as entidades da sociedade civil que apoiam o movimento e subscreveram os manifestos, às quais serão encaminhados convites", diz trecho da nota divulgada pela instituição nesta terça.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que, além da orientação pelo controle interno, o efetivo de policiais militares na região central da capital paulista será reforçado.
Além do evento na capital paulista, a forte adesão à carta em defesa da democracia tem estimulado a organização de centenas de atos pelo país para que sejam respeitadas as decisões das urnas nas eleições de outubro.
As manifestações estão marcadas em dezenas de faculdades de direito, associações e escolas espalhadas pelas cinco regiões do país.
Até dia 11, os organizadores do manifesto que surgiu a partir de ideia de ex-alunos do largo de São Francisco esperam ultrapassar a marca de um milhão de assinaturas em apoio à democracia e à lisura do processo eleitoral brasileiro.
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