terça-feira, 24 de maio de 2022

Juiz torna Moro réu em ação de deputados do PT por atuação na Lava Jato, OESP

 Pepita Ortega e Rayssa Motta

24 de maio de 2022 | 08h26

Sérgio Moro. Foto: Dida Sampaio/Estadão

O juiz Charles Renaud Frazão de Morais, da 2ª Vara Federal Cível da Justiça Federal do Distrito Federal, recebeu nesta segunda-feira, 23, uma ação popular impetrada por deputados do PT contra o ex-ministro Sérgio Moro cobrando indenização aos cofres públicos pela conduta do ex-juiz frente à extinta Operação Lava Jato.

Em despacho dado nesta segunda-feira, 23, o magistrado determinou a citação de Moro – procedimento para que a pessoa acionada na Justiça apresente sua defesa no âmbito do processo – e ainda intimou o Ministério Público Federal, para que o órgão tome ciência da ação.

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O processo foi apresentado à Justiça Federal do DF no dia 27 de abril, redigido por advogados do Grupo Prerrogativas, é assinada pelos deputados Rui Falcão (SP), Erika Kokay (DF), José Guimarães (CE), Natália Bonavides (RN) e Paulo Pimenta (RS).

Em nota divulgada quando a ação foi impetrada, Moro afirmou que a ação demonstra que os petistas ‘estão dispostos a inverter os valores da sociedade e que querem perseguir quem combateu a corrupção em seu governo’.

A ação popular questiona a atuação do ex-juiz em momentos desde a ordem de condução coercitiva de Lula para interrogatório na Operação Alethea e o vazamento da conversa entre Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), até a assunção de Moro ao governo Bolsonaro e sua posterior entrada como sócio-diretor na consultoria Alvarez & Marsal, que presta serviços para empresas condenadas na Lava Jato.

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“O ex-juiz Sérgio Moro deturpou, por completo, o sistema de justiça criminal. A bem da verdade, o requerido utilizou o cargo público como mero palanque para sua própria promoção pessoal, que agora está publicamente escancarada”, alegam.

Além disso, os petistas sustentaram que a conduta de Moro na Lava Jato ‘atrofiou as cadeias produtivas dos setores de óleo e gás e construção civil’, contribuindo para o desemprego no País.

“Para satisfazer os seus anseios pessoais, o ex-juiz Sérgio Moro teve que sacrificar os cofres da Petrobrás e de outras tantas companhias do ramo de petróleo e gás para dar ares de legitimidade aos seus atos. A partir de atos judicantes simulados, proferidos no curso de persecuções penais ilegalmente instauradas, provocou desequilíbrio em todo o sistema financeiro nacional”, registra trecho da ação.

COM A PALAVRA, O EX-JUIZ SÉRIO MORO

“A ação popular proposta por membros do PT contra mim é risível. Assim que citado, me defenderei. A decisão do juiz de citar-me não envolve qualquer juízo de valor sobre a ação. Todo mundo sabe que o que prejudica a economia é a corrupção e não o combate a ela. A inversão de valores é completa: Em 2022, o PT quer, como disse Geraldo Alckmin, não só voltar a cena do crime, mas também culpar aqueles que se opuseram aos esquemas de corrupção da era petista.”

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS DOS AUTORES DA AÇÃO

“Moro é um dos grandes responsáveis pelo rastro luminoso de destruição e de miséria que o lavajatismo deixou no país . Foram quase 5 milhões de desempregos e aproximadamente 200 bilhões de reais de prejuízos à nossa economia. Precisa, pois , responder pelos atos que praticou na condução da Força tarefa de Curitiba . Terá direito à presunção de inocência e ao livre e sagrado exercício do direito de defesa, princípios que nunca respeitou na sua vida profissional. Agora como réu, terá a oportunidade de refletir sobre o mal que provocou ao país”, afirmam Marco Aurélio de Carvalho e Fabiano Silva dos Santos, coordenadores do Grupo Prerrogativas e advogados do caso.

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