A Polícia Civil investiga a origem de centenas de capacetes encontrados no telhado de uma loja de motopeças na alameda Barão de Limeira, no centro de São Paulo, fiscalizada no último sábado (7).
Os capacetes estavam presos por uma espécie de redes em duas partes do telhado. Policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) tentam descobrir se os objetos são de vítimas que tiveram motos roubadas.
Na ação, a polícia recolheu 3.196 peças e uma moto. As apreensões, inclusive os capacetes, aconteceram durante operação no bairro Campos Elíseos, área conhecida como "boca das motos".
Segundo a polícia, quatro pessoas foram presas sob suspeita de crimes contra as relações de consumo, já que as peças comercializadas estavam sem o selo de rastreabilidade do Detran (Departamento Estadual de Trânsito). A situação foi identificada em lojas da rua Guaianases e da Barão de Limeira.
Os nomes dos detidos e das lojas não foram informados.
Na operação, foi também localizada uma motocicleta BMW GS 800 com a carenagem dianteira totalmente destruída, sem qualquer referência de propriedade.
Recente estudo realizado pela Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), em parceria com a empresa de rastreamento Tracker, com base em boletins de ocorrência registrados pela Polícia Civil, apontou que o furto de motos no estado de São Paulo já ultrapassa o número de queixa de 2019, antes da pandemia de coronavírus.
De acordo com a o estudo, 20.532 motos foram furtadas em 2021 no estado de São Paulo, contra 20.439 em 2019.
Na comparação com 2020 (com 16.178 casos registrados), quando a pandemia foi decretada e as ruas acabaram vazias, principalmente entre março e o início do segundo semestre, o registro de furtos de motocicletas cresceu 27% em 2021.
Na capital paulista, segundo a pesquisa, o salto foi ainda maior, de 33,6%, entre 2020 e 2021, passando de 6.488 motos furtadas para 8.671.
De acordo com a pesquisa, os furtos de motos na cidade de São Paulo se concentraram em bairros mais centrais devido ao crescimento de serviços de entregas. As ruas campeãs em 2021 foram Voluntários da Pátria (66 casos), em Santana, na zona norte, e Maestro Cardim (33) e Treze de Maio, ambas na Bela Vista (28), segundo o levantamento.
No caso dos roubos —que na capital caíram 8,5% de 2020 para 2021, passando de 5.700 para 5.214 —, os números são mais maiores em bairros periféricos. As vias com mais registros deste tipo de ocorrência foram a avenida Jacu-Pêssego, na zona leste (69 casos) e Raimundo Pereira de Magalhães (58), na zona norte.
Modelos de baixa cilindrada aquecem o mercado ilegal de peças, segundo analisa Erivaldo Costa, coordenador Departamento de Pesquisas em Economia do Crime da Fecap.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, operações coordenadas pela Polícia Civil resultaram neste ano, até abril, resultaram na prisão de mais de 20 pessoas suspeitas de participarem do comércio ilegal de motopeças.
De acordo com a pasta, nos últimos anos, somente na região central da capital paulista, mais de 130 estabelecimentos comerciais foram vistoriados, sendo 47 deles interditados e mais de 200 toneladas de peças irregulares apreendidas.
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