Talvez você já tenha ouvido falar de Friedrich Hayek (1899-1992), Prêmio Nobel de Economia em 1974.
Nossos amigos da esquerda encaram Hayek como "conservador", ou, na melhor das hipóteses, "neoliberal". Toca-se a música assustadora. Todos os nossos amigos no espectro convencional de esquerda e direita de um Estado coercivo se assustam facilmente —a esquerda com quem duvida da coerção do Estado sobre o mercado; a direita com quem duvida da coerção do Estado no quarto.
Os políticos soam o alarme. Como disse o jornalista americano H.L. Mencken um século atrás: "A finalidade toda da política prática é conservar o populacho assustado (portanto ansioso por ser conduzido à segurança), ameaçando-o com uma série de diabretes, todos eles imaginários". Soa familiar?
Mas Hayek não era conservador. É verdade que ele estupidamente passou algumas semanas dando conselhos estúpidos a Pinochet. Mas os Garotos de Chicago aprenderam a teoria de preços na Universidade de Chicago, ensinada por um liberal chamado, ahn, Donald McCloskey.
Em 1960, Hayek redigiu um apêndice persuasivo de sua própria grande obra, "The Constitution of Liberty" (A Constituição da Liberdade), explicando "por que eu não sou conservador". Ele observou que a direita política quer nos coagir a construir uma versão fantástica do passado, e a esquerda quer nos coagir a construir uma versão fantástica do paraíso.
Nós, liberais, não queremos coagir ninguém e não gostamos de fantasias.
Em vez disso, encaramos o futuro com um otimismo racional, conforme o expressa Matt Ridley, fundamentado pelo sucesso espantoso de pessoas liberadas de 1776 até o presente. Foi um aumento de 3.000% na renda real por cabeça, principalmente entre as cabeças pobres, com a dignidade do voto e da livre expressão.
Os resultados no Reino Unido e nos Estados Unidos, na Itália e no Japão, em Botsuana e no Chile, ficam aquém das fantasias da esquerda e da direita.
Entretanto, como afirma o cientista político John Mueller, a democracia liberal é "bastante boa". É bastante boa comparada à vida miserável de nossos ancestrais e comparada aos resultados lamentáveis da busca por realizar fantasias coercivas da esquerda e da direita na Venezuela e na Arábia Saudita.
Hayek disse que foi o iluminismo escocês da liberdade, não o iluminismo francês da razão, que fez o mundo moderno.
Um Brasil moderno precisa aprender com o velho Adam Smith e com seu avatar Friedrich Hayek.
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