terça-feira, 10 de maio de 2022

Mundo deve adicionar 59 GW de geração distribuída fotovoltaica em 2022, EPBR

 

Levantamento da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) mostra que a geração distribuída de fonte fotovoltaica somou 167 gigawatts de adição global entre 2019 e 2021. Para 2022, a expectativa é adicionar mais 59 GW. 

Do total adicionado nos últimos anos, 87 GW foram projetos comerciais/industriais e 80 GW de instalações residenciais, com quase 64% da nova capacidade instalada na China, Europa e Estados Unidos. 

A tendência se mantém para as novas adições, 65% dos 59 GW projetados para este ano serão instalados na China, Europa e Estados Unidos.

Segundo a agência, instalações limpas e de pequena escala localizadas atrás dos medidores de consumo, como painéis fotovoltaicos, armazenamento de energia e veículos elétricos (VEs), estão cada vez mais difundidas – o que significa uma pressão sobre as redes elétricas.

O pico de 167 GW foi maior do que o pico de consumo combinado da França e da Grã-Bretanha. 

Em 2020, o estoque de VEs ultrapassou 10 milhões de veículos e quase 180 milhões de bombas de calor para aquecimento de água estavam em operação. 

“A rápida absorção de recursos energéticos distribuídos pode desafiar as redes elétricas que não estão preparadas”, diz um estudo da IEA.

Muitas das redes atuais foram projetadas para o século 20, quando a proporção dessas tecnologias era pequena. Agora que uma parcela crescente de eletricidade é produzida por fontes renováveis ​​variáveis, é necessária maior flexibilidade do sistema para equilibrar consistentemente a oferta e a demanda, seja em curtos prazos ou estações.

    A agência destaca cinco tecnologias mais promissoras e suas barreiras para ganhar escala. A principal delas: custo.
    • Edifícios eficientes que interagem com a rede podem otimizar o 'prosumo' de energia (produção e consumo combinados de eletricidade) enquanto acomodam as necessidades da rede e oferecem um amplo espectro de interatividade da rede. Com o emprego de incentivos apropriados, consumidores optariam por combinações de tecnologias que melhor atendem aos seus próprios interesses;

    • Usinas de energia virtuais (VPPs), ou seja, redes de unidades geradoras de energia descentralizadas, sistemas de armazenamento e demanda flexível, podem otimizar a agregação de recursos distribuídos em grandes áreas usando análises de dados avançadas, como aprendizado de máquina. Questões políticas e regulatórias são as principais barreiras;

    • Sistemas de armazenamento de baterias podem fornecer uma variedade de serviços à rede, como armazenar energia durante os períodos de geração renovável em excesso e descarregá-la durante o pico de demanda. Sua principal limitação é o custo inicial relativamente alto;

    • Armazenamento elétrico de água e aquecedores de ambiente podem fornecer flexibilidade ao sistema quando equipados com dispositivos de controle de baixo custo, embora a eletrificação de residências existentes já equipadas com serviços de gás possa exigir investimentos significativos;

    • EVs são versáteis quando usados ​​como sistemas de baterias móveis, embora seu valor para a rede varie dependendo da tecnologia de carregamento e da estratégia de controle.

    Cobrimos por aqui:

    Por falar em veículos elétricos, o grupo Toyota na Índia anunciou no sábado (7/5) parceria com o governo de Karnataka para investir cerca de US$ 624 milhões em tecnologias verdes, que ajudarão a diminuir a dependência de combustíveis fósseis e mitigar as emissões de carbono. 

    Como parte do MoU, o grupo investirá na produção local de peças e componentes para veículos elétricos, atendendo à demanda por eletrificados do país. O projeto faz parte do Desafio Ambiental Toyota 2050.

    Segundo o grupo, o objetivo é tornar a Índia autossuficiente na produção de veículos elétricos, impulsionando o ecossistema de manufatura local e estimulando o crescimento da base de fornecedores.
    Hidrogênio, biometano e etanol no Brasil. Uma cooperação entre a agência alemã GIZ e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) vai destinar R$ 12,5 milhões para a criação do primeiro Centro de Excelência em Hidrogênio Verde do Brasil, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte (RN).

    O projeto também pretende desenvolver cinco hubs regionais de educação e treinamento na área do hidrogênio verde, nos estados do Ceará, Paraná, Bahia, São Paulo e Santa Catarina. A proposta é garantir a estrutura necessária para a produção experimental de hidrogênio, além de oferecer cursos profissionalizantes sobre produção, armazenamento, transporte e aplicação do combustível.
    Enquanto isso, agro e montadoras estão de olho no biometano. Scania, New Holland e a MWM estão entre as companhias que se movimentam para incorporar soluções baseadas no combustível renovável na carteira de produtos.

    A fabricante sueca Scania, por exemplo, espera mais que quadruplicar as vendas de caminhões a gás natural ou biometano nos próximos anos.

    Como o biogás pode ser produzido próximo ao seu lugar de consumo, a expectativa é que o combustível renovável ganhe escala no agronegócio de forma mais simples do que o gás natural veicular (GNV).

    A estimativa é que o agronegócio brasileiro tenha capacidade de produzir cerca de 114 milhões de metros cúbicos diários (m3/dia) de biogás, com destaque para o setor sucroalcooleiro – que responde por quase 50% desse potencial, de acordo com a Associação Brasileira do Biogás (Abiogás).

    Raízen, por exemplo, espera construir unidades de produção de biogás em todas as suas 35 usinas sucroalcooleiras, nos próximos dez anos. A expectativa da joint venture entre a Cosan e Shell é que as plantas sejam capazes de produzir três milhões de metros cúbicos diários (m³/dia) do combustível, a partir de resíduos da cana, como a vinhaça e a torta de filtro.

    A ideia é viabilizar os projetos por meio da joint venture Raízen Geo Biogás S.A, fruto da parceria entre a empresa do setor de etanol com a Geo Biogás & Tech.

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