Se os eleitores de São Paulo escolheram a continuidade ao eleger Bruno Covas (PSDB), a orientação deve ser a mesma na Câmara Municipal, onde Milton Leite (DEM) larga como favoritíssimo na briga pela presidência.
Chefe do Legislativo em 2017 e 2018, Leite somará o apoio da base do tucano à costura com o PT, que já votou nele em eleições anteriores com o objetivo de assegurar espaços na Mesa Diretora. A provável vitória é mais uma expressão das dobradinhas entre PSDB e DEM pelo país.
Trinta e quatro dos 55 vereadores fazem parte da base do prefeito na Câmara —são todos exceto os vereadores de PSOL, PT, Patriota e Novo.
Os votos da base de Covas mais os do PT, que são oito, deverão garantir vitória tranquila para Leite em 1º de janeiro, quando a nova legislatura tomará posse.
João Jorge (PSDB) começou a articular também uma candidatura, mas mesmo aliados dizem que ela não deve prosperar, com Leite na parada. Mas o vereador assim já coloca seu nome para as próximas disputas.
Em 2021, a Câmara discutirá a revisão do Plano Diretor da cidade, e o debate deverá marcar um dos ápices de tensão numa legislatura que promete turbulência. Leite e aliados têm interlocução mais próxima com empresas da construção civil, e a oposição, tradicionalmente, com urbanistas e associações de bairros.
Com PSOL, Patriota e Novo fortalecidos, vereadores imaginam a reedição de episódios que aconteceram na Assembleia Legislativa recentemente: antagonistas se unindo estrategicamente em votações contra o Executivo.
Vereadores próximos de Leite alertam que, caso vença, ele deverá ter desgaste em prováveis embates com representantes do PSOL e do Patriota, de estilo combativo e bastante capacidade de mobilização nas redes sociais.
Outros ponderam que vereadores de estilo similar na atual legislatura, como Fernando Holiday (Patriota), foram obrigados a mudar de estilo para se adaptarem à negociação política na Câmara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário