Rio de Janeiro – Mais de 1.300 produtos foram adquiridos no mercado varejista e avaliados por laboratórios para identificar se os níveis de eficiência energética estão compatíveis com as regras do Programa do Selo Procel
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Tiago Reis, para o Procel Info
Rio de Janeiro – A Eletrobras divulgou na tarde desta terça-feira (11/06) os resultados da primeira edição do Acompanhamento de Mercado dos Produtos Contemplados com o Selo Procel de Economia de Energia. O trabalho inédito, realizado entre os meses de março de 2018 até maio de 2019, adquiriu no mercado varejista nacional (lojas físicas e online) 1.362 amostras de 295 modelos de produtos que possuem o Selo Procel. Foram avaliados produtos que integram as categorias de Sistemas Fotovoltaicos e de Aquecimento Solar, Bombas Centrífugas, Ventiladores, Lâmpadas e Reatores, Refrigeradores, Condicionadores de Ar, Máquinas de Lavar Roupas e Fornos de Micro-ondas que foram testados em laboratórios de ensaio contratados pelo Procel para realizar testes de eficiência energética em todos os modelos e emitir relatórios com avaliação dos resultados.Coordenado pelos engenheiros eletricistas Moisés Antônio dos Santos e William Mendes de Farias, o projeto, incluído no primeiro ciclo do Plano de Aplicação de Recursos do Procel (PAR-2017/2018), teve como objetivo principal garantir a permanente adequação dos produtos às especificações mínimas de eficiência energética, conforme consta no Regulamento Geral do Selo Procel. “A ideia do projeto partiu do desejo do Procel de acompanhar a situação dos equipamentos detentores do selo no mercado consumidor e está prevista no próprio Regulamento Geral do Selo Procel, que define a reavaliação extraordinária das características do produto e permite que o Procel, a qualquer tempo, possa fazer essa avaliação, sendo com o recolhimento dos produtos no estoque do fabricante ou comprando no mercado. Então, isso está embasado no regulamento, e o fabricante já sabia que a qualquer momento ele poderia passar por essa reavaliação”, explica Moisés Antônio. Diante do ineditismo no Brasil desse tipo de verificação, os coordenadores avaliaram de maneira satisfatória os resultados do Acompanhamento de Mercado. Dos 1362 produtos testados, apenas 92 apresentaram não conformidades e necessitarão passar por uma segunda etapa de avaliação para poder continuar exibindo o Selo Procel. “A nossa avaliação é que esse projeto está sendo um grande caso de sucesso. Sucesso devido ao interesse que os fabricantes estão demonstrando na solução das não conformidades para não perder o direito de utilização do Selo Procel. A reavaliação dos produtos permitiu que a gente verificasse que os produtos com o Selo Procel são os melhores produtos do mercado. Tanto é que um percentual pequeno dos produtos avaliados apresentaram não conformidades. Isso só fortalece a nossa marca. A gente percebe que realmente o consumidor, quando entra em uma loja e adquire um equipamento com o Selo Procel, está levando para a casa o melhor equipamento do mercado”, ressalta William Mendes. Ele acrescenta que somente no ano de 2018 foram vendidos quase 34 milhões de equipamentos contemplados com o Selo Procel, o que comprova que o selo é uma referência nacional em produtos que aliam qualidade e sustentabilidade. A avaliação dos produtos foi feita por seis laboratórios contratados por meio de licitações realizadas pela Eletrobras com os recursos do Procel. O Labelo (Laboratórios Especializados em Eletroeletrônica da PUC-RS) foi responsável pelas análises das categorias de Lâmpadas e Reatores, Máquinas de Lavar e Condicionadores de Ar. Já o LabSol (Laboratório de Energia Solar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul) realizou os testes nos Módulos Fotovoltaicos. O laboratório UL Testtech, do Rio Grande do Sul, ensaiou os Ventiladores e Fornos de Micro-ondas. Já o S.O.Esco Ensaios, de Itajubá - MG, avaliou as Bombas Centrífugas. O também mineiro Green Solar, da PUC-MG, testou os Coletores Solares e os Reservatórios Térmicos. Já o laboratório paulista da SGS avaliou as categorias Refrigeradores e Congeladores. Os laboratórios foram os responsáveis pela aquisição dos equipamentos no mercado, testes de avaliação e envio de relatórios com os resultados identificados. Como foi dito, todo esse trabalho ocorreu entre março de 2018 até maio deste ano.
Avaliação confirma que os produtos com o Selo Procel são os melhores do mercado em níveis de eficiência e qualidade
William Mendes lembra que as categorias de Motobombas Hidráulicas de até 3,0 cv, Fornos de Micro-ondas e Freezers apresentaram 100% de conformidade nas amostras testadas. Ele ressalta também as categorias de Geladeiras, Ar-condicionado e Painéis Fotovoltaicos, que apresentaram índice de conformidade superior a 90%. “Agora, também tivemos uma grata surpresa em outros equipamentos, que tiveram poucas não conformidades. Geladeiras, somente uma não foi aprovada. Condicionador de ar, de 28 amostras, apenas três foram reprovadas, incluindo todos os modelos de janela e split, o que é um resultado excelente. E Painéis Fotovoltaicos também. Nessa categoria, foram 22 amostras e nós tivemos também outras seis amostras excedentes que também foram ensaiadas e apenas uma não foi aprovada diante das exigências em termos de eficiência energética que nós temos aqui no Selo Procel”, destaca. Apesar de a grande maioria dos produtos adquiridos no mercado terem apresentado resultado satisfatório, e, em alguns casos, com índices de eficiência energética superior aos níveis exigidos pelo Selo Procel, duas categorias apresentaram grande quantidade de produtos com não conformidades. Na categoria de Lâmpadas, que contempla os modelos de LED Bulbo e Tubular 250 W, Fluorescente Compacta até 25 W e Vapor de Sódio até 250 W, 42% das amostras testadas apresentaram não conformidades. Nesse segmento, as lâmpadas de LED foram as que apresentaram a maior quantidade de produtos não conformes. Das 16 amostras, 11 apresentaram não conformidades, o que representa quase 70% dos produtos testados. As principais não conformidades identificadas foram o não cumprimento da Portaria 389 do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que estabelece os requisitos que devem ser atendidos pelas lâmpadas LED, visando à eficiência energética, segurança e compatibilidade eletromagnética desses produtos; a potência elétrica; o fluxo luminoso; a eficiência luminosa; o fator de potência e a manutenção do fluxo luminoso. Outra categoria que apresentou alto índice de não conformidades foi a de Coletor Solar. Nesse grupo, das 22 amostras testadas, 15 não foram aprovadas, o que representa um percentual de 68%. Segundo Moisés Antônio dos Santos, nesse caso, as não conformidades se devem ao fato de ter ocorrido uma alteração no regulamento do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) do Inmetro, que mudou a classificação de vários produtos dessa categoria. “Com a mudança, o equipamento que era A, caiu para B ou C, mesmo sendo o mesmo produto, sem nenhum tipo de modificação quanto aos níveis de eficiência. Como o Selo Procel é destinado aos equipamentos com a etiqueta na faixa A, esses produtos perdem o direito ao selo”, explica. Todos os fabricantes que apresentaram não conformidades foram notificados pelo Procel para que possam apresentar a sua defesa. William Mendes ressalta que, antes de qualquer punição, todos os fabricantes terão direito a apresentar a sua defesa e os testes de contraprova. Somente após uma segunda avaliação negativa é que será iniciado o processo de retirada do Selo Procel e divulgação do nome das empresas que apresentaram as não conformidades. “Como esses resultados foram feitos apenas com uma amostra de ensaio, nós temos de dar uma oportunidade para os fabricantes se defenderem perante as não conformidades apresentadas. Depois disso, permanecendo a não conformidade, nós, seguindo o regulamento do Selo Procel, podemos informar ao Inmetro, retirar da tabela do Selo Procel, e não permitir mais a utilização do selo para os equipamentos que forem reprovados em uma segunda avaliação”, argumenta o engenheiro. Segundo ciclo de avaliações terá início no segundo semestreApós a primeira rodada de Acompanhamento de Mercado, o projeto terá uma segunda etapa, iniciando no segundo semestre deste ano. Com recursos garantidos pelo PAR-2018/2019, essa fase vai contar com a participação do Procel, Inmetro e Ministério de Minas e Energia (MME). Moisés Antônio dos Santos revela que, nesse novo ciclo, além dos índices de eficiência energética, a segurança dos produtos também será avaliada.
Além do Procel, segunda rodada de avaliação dos produtos vai contar com a participação do Inmetro e do Ministério de Minas e Energia
William Mendes completa que a entrada do Inmetro e do MME aumenta a credibilidade desse estudo, já que essas instituições têm o poder de retirar do mercado os produtos que apresentaram graves níveis de não conformidades. “E a importância do Inmetro estar com a gente nesse trabalho agora é que o Inmetro tem o poder de retirar os equipamentos das lojas, do comércio. Identificando a não conformidade, é dado o direito à defesa por parte do fabricante, e, depois de esgotadas todas as instâncias de defesa, o equipamento é retirado da venda no comércio. Isso vai dar muito mais relevância ao nosso trabalho de acompanhamento”, conclui William Mendes. Repercussão
“Eu gostaria de parabenizar o Procel. Essa foi uma iniciativa muito importante, já que é interessante nós termos uma visão de como os fabricantes estão trabalhando esses índices de eficiência energética no mercado. Isso é também muito importante para podermos passar para o consumidor o que é a realidade desses produtos. Esse trabalho realizado pelo Procel nos auxiliou bastante, já que ele apresenta uma visão clara sobre o alto grau de compliance que nós tivemos. Então eu acho que os fabricantes estão fazendo um trabalho bom, cumprindo aquilo que a legislação determina, e o Procel, com esse trabalho, certificou isso. E no caso da Whirlpool, ficamos muito satisfeitos com os resultados dos nossos produtos. O trabalho foi bem conduzido, agregou valor a todo esse processo e é bom saber que esses testes serão repetidos, já que nós temos que ver isso como um filme, e não somente como uma fotografia. É necessário criar uma linha histórica para ver como evoluíram esses diversos fatores que estão sendo controlados pelo Procel”.
Vanderlei Niehues, Diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios da Whirlpool na América Latina *** “A divulgação desse trabalho é de uma importância ímpar para os fabricantes, para os laboratórios, para o Inmetro, e para o Governo, já que esse é o primeiro diagnóstigo que foi feito em muitos anos. O que esse diagnóstico mostra para o Inmetro é que existem medidas corretivas que precisam ser feitas. E com a parceria histórica que temos com o Procel, nós vamos trabalhar juntos para identificar quais são essas medidas e começar a aplicá-las, desde as mais simples, como ações educativas, até a penalização e multa de fabricantes que apresentarem algum tipo de não conformidade intencional”. Marcos Borges, Chefe da Divisão de Verificação e Estudos Técnico-Científicos do Inmetro *** “A Absolar avalia como muito importante e oportuno o trabalho realizado pelo Procel, de testar a vida útil e a performace dos equipamentos fotovoltaicos. Entendemos que esse é um procedimento que deve ser realizado de forma recorrente com o setor, garantindo para os consumidores e para o mercado um procedimento de avaliação periódica que ajude a garantir a qualidade dos equipamentos comercializados no Brasil. É importante destacar que tanto os equipamentos nacionais, quanto os importados foram avaliados pelo Procel e todos apresentaram um resultado bastante satisfatório. Então, aproveito para parabenizar o Procel pela iniciativa, que é inédita, oportuna e necessária para o setor. E é muito positivo que essa iniciativa tenha sido tomada de forma voluntária, e não por meio de denúncias. É muito bom que isso seja feito e que se mantenha esse trabalho nesse caminho”. Rodrigo Lopes Sauaia, Presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) Resumo dos Resultados AlcançadosGrupo 1 - Módulo fotovoltaicoIndice de aprovação: 96% Grupo 2 - Bombas Centrifugas Indice de aprovação: 100% Grupo 3 – Ventiladores e Microondas Indice de aprovação: 54% Grupo 4 – Lâmpadas Indice de aprovação: 58% Grupo 5 – Reatores Indice de aprovação: 86% Grupo 6 – Refrigeradores Indice de aprovação: 94% Grupo 7 – Coletor Solar e reservatório térmicoIndice de aprovação: 63% Grupo 8 – Máquinas de Lavar Roupas Indice de aprovação: 65% Grupo 9 – Condicionar de Ar Indice de aprovação: 89% As informações completas sobre o trabalho podem ser consultadas neste link. |
quinta-feira, 13 de junho de 2019
Avaliação inédita testa qualidade de produtos com o Selo Procel
quarta-feira, 12 de junho de 2019
Artigos - 12/06/2019 Por que desmontar a estrutura da Emplasa?, Jornal da USP
Aatuação da Emplasa, órgão técnico de planejamento metropolitano, tem sido e continua a ser fundamental no desenvolvimento de projetos do porte da Lei de Proteção aos Mananciais, Lei de Zoneamento Industrial, Plano Diretor de Mineração, Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI), Plano de Usos Integrados e Disciplinados das Áreas Marginais do Reservatório Paiva Castros, Plano Diretor de Drenagem do Rio Juqueri (trecho compreendido entre a Barragem e a Represa Paiva Castro), Avaliação Ambiental Estratégica do Rodoanel Mário Covas, Poupatempo, avaliação de implantação de novas infraestruturas urbanas como a do Aeroporto de Guarulhos, entre outros.
Nos últimos anos, a Emplasa ampliou suas funções para desenvolver o planejamento urbano e regional de todas as regiões metropolitanas e da macrometrópole paulistana. A elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Integrado para as metrópoles paulistanas (PDUI) é uma função pública fundamental, e alguns desses planos, elaborados pelas equipes da Emplasa, como o PDUI da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), foram aprovados pelo Conselho de Desenvolvimento e estão para ser encaminhados para a Assembleia Legislativa para aprovação, após um amplo processo de debates com a sociedade civil, órgãos setoriais e representantes dos municípios da RMSP.
A Emplasa vem assessorando e elaborando, a partir da aprovação do Estatuto das Metrópoles em 2015, os planos que orientarão o futuro das regiões metropolitanas e dos aglomerados urbanos do Estado de São Paulo, área que atualmente é composta pelas regiões metropolitanas da Baixada Santista, Campinas, São Paulo, Vale do Paraíba, Sorocaba, Ribeirão Preto e pelas aglomerações urbanas de Jundiaí, Piracicaba e Franca.
Responsável pelo Sistema Cartográfico Metropolitano desde 1977 (artigo 93 do Decreto n. 10.951), em 2015, o governo ampliou as atribuições da Emplasa, que passou a coordenar e executar as ações relativas ao Sistema Cartográfico do Estado de São Paulo (SCE-SP) e ao Programa de Infraestrutura de Dados Espaciais do Estado de São Paulo (IDE-SP) (Decreto n. 61.486/2015). Todos esses sistemas são de acesso público por meio do site https://www.emplasa.sp.gov.br e disponibilizam uma grande produção de dados geoespaciais fundamentais para as atividades de pesquisa e planejamento, como o Programa de Infraestrutura de Dados Espaciais do Estado de São Paulo (IDE-SP) e o Sistema de Informações Metropolitanas (SIM).
Reconhecida nacional e internacionalmente, a Emplasa dispõe de um corpo técnico multidisciplinar, desenvolve bases de dados espaciais de uso comum ao Estado e detém uma infraestrutura de geoprocessamento implantada com investimentos do Governo do Estado, ao longo de 45 anos.
Os sistemas de informação geoespacial e de acesso aos documentos técnicos da Emplasa disponíveis ao público por web somam cerca de 200 mil acessos anualmente. O compartilhamento de informações cartográficas possibilitou uma economia ao Estado de cerca de R$ 700 milhões em menos de dez anos.
A Emplasa é detentora dos prêmios: Mário Covas, Award Brasil, TI & Governo e Prêmio Socioambiental Chico Mendes. Foi também agraciada pela Ordem do Mérito Cartográfico, da Sociedade Brasileira de Cartografia, reconhecimento aos serviços, considerados notáveis, prestados à cartografia brasileira.
A vinculação da Emplasa à Secretaria de Governo (Decreto n. 64.090/2019) interrompe os trabalhos do suporte técnico e operacional junto aos Conselhos, às Agências das Regiões Metropolitanas e das Aglomerações Urbanas, uma vez que os objetivos referentes à organização regional, previstos no artigo 152 da Constituição Estadual, passaram a fazer parte do escopo da Secretaria de Desenvolvimento Regional, conforme artigo 2º, inciso II, alínea “a” do Decreto n. 64.063/2019.
Manter a Emplasa significa garantir a manutenção da inteligência e do conhecimento em planejamento territorial que o Estado desenvolveu durante 45 anos de planejamento metropolitano, e que continuará sendo de grande relevância em um contexto de mudanças climáticas e desenvolvimento regional. Nesse sentido, é fundamental para as universidades, órgãos públicos nos três níveis de governo, entidades não governamentais e para o cidadão paulista que a Emplasa e suas funções sejam preservadas, com base nos fundamentos apresentados.
A aprovação de emenda aglutinativa ao projeto de Lei n. 01, de 2019, pela Alesp, no último dia 15/5/2019, propondo a extinção da Emplasa, coloca em risco o patrimônio público que representa o conhecimento e a produção de informações e estudos para o planejamento urbano metropolitano.
Política de uso
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.
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Chegada definitiva do frio aumenta consumo de café. Mas como se aquecer sem perder o sono?, OESP
A chegada definitiva do tempo frio aumenta o consumo de bebidas quentes, principalmente o café. Mas como se aquecer com ele e não ficar tão ligado que é impossível dormir? A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo tem a solução: um grão arábica naturalmente descafeinado – que mantém as propriedades do quentinho cafezinho, mas não deixa ninguém com mais energia do que o necessário.
A iniciativa está sendo desenvolvida no Instituto Agronômico (IAC) e o grande diferencial é que, ao contrário dos descafeinados já existentes, o da Secretaria já nasce sem cafeína. Um dos principais ganhos para a população é que a novidade dispensa o processo químico de descafeinação, que envolve substâncias não tão seguras utilizadas como solventes.
A pesquisa examinou individualmente plantas oriundas da Etiópia que apresentavam baixo teor de cafeína. “Acreditávamos que esta região por ser o centro de origem do café arábica e, portanto, o local de maior diversidade genética, possivelmente nos traria alguma planta com essa característica”, afirma a pesquisadora da Secretaria Maria Bernadete Silvarolla.
Além de manter as características sensoriais agradáveis, a indústria que utiliza o café exclusivamente para a produção da bebida, terá reduções no custo dessa extração química. “Esperamos que num futuro próximo as populações nacional e mundial sejam brindadas com um café naturalmente descafeinado e com uma pitada do tempero etíope”, completa o pesquisador Júlio César Mistro.
A redução será também na quantidade de substâncias químicas utilizadas para descafeinar o grão como benzeno (possível agente cancerígeno), cloreto de metileno, acetato de etila e dióxido de carbono. “Esses solventes deixam resíduos no café que podem ser prejudiciais à saúde, apesar de não ter um estudo muito volumoso sobre isso”, alerta Sizele Rodrigues, nutricionista da Secretaria.
O café naturalmente descafeinado, continua a nutricionista, também traz importantes ganhos para a saúde. “Quando consumida em quantidades moderadas, a cafeína não acarreta nenhum mal à saúde. Porém em pessoas com uma certa intolerância, o seu consumo pode trazer efeitos colaterais, como dores de cabeça, aumento da ansiedade e insônia, taquicardia, problemas estomacais e refluxo gastroesofágico”.
De acordo com Sizele, a recomendação de consumo diário da cafeína é de 400mg, o que corresponde a três xícaras de café. Se houver necessidade de um consumo maior, pode-se complementar com xícaras de café descafeinado, que pode ser consumido em maior quantidade: de três a cinco xícaras diárias.
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