A chegada definitiva do tempo frio aumenta o consumo de bebidas quentes, principalmente o café. Mas como se aquecer com ele e não ficar tão ligado que é impossível dormir? A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo tem a solução: um grão arábica naturalmente descafeinado – que mantém as propriedades do quentinho cafezinho, mas não deixa ninguém com mais energia do que o necessário.
A iniciativa está sendo desenvolvida no Instituto Agronômico (IAC) e o grande diferencial é que, ao contrário dos descafeinados já existentes, o da Secretaria já nasce sem cafeína. Um dos principais ganhos para a população é que a novidade dispensa o processo químico de descafeinação, que envolve substâncias não tão seguras utilizadas como solventes.
A pesquisa examinou individualmente plantas oriundas da Etiópia que apresentavam baixo teor de cafeína. “Acreditávamos que esta região por ser o centro de origem do café arábica e, portanto, o local de maior diversidade genética, possivelmente nos traria alguma planta com essa característica”, afirma a pesquisadora da Secretaria Maria Bernadete Silvarolla.
Além de manter as características sensoriais agradáveis, a indústria que utiliza o café exclusivamente para a produção da bebida, terá reduções no custo dessa extração química. “Esperamos que num futuro próximo as populações nacional e mundial sejam brindadas com um café naturalmente descafeinado e com uma pitada do tempero etíope”, completa o pesquisador Júlio César Mistro.
A redução será também na quantidade de substâncias químicas utilizadas para descafeinar o grão como benzeno (possível agente cancerígeno), cloreto de metileno, acetato de etila e dióxido de carbono. “Esses solventes deixam resíduos no café que podem ser prejudiciais à saúde, apesar de não ter um estudo muito volumoso sobre isso”, alerta Sizele Rodrigues, nutricionista da Secretaria.
O café naturalmente descafeinado, continua a nutricionista, também traz importantes ganhos para a saúde. “Quando consumida em quantidades moderadas, a cafeína não acarreta nenhum mal à saúde. Porém em pessoas com uma certa intolerância, o seu consumo pode trazer efeitos colaterais, como dores de cabeça, aumento da ansiedade e insônia, taquicardia, problemas estomacais e refluxo gastroesofágico”.
De acordo com Sizele, a recomendação de consumo diário da cafeína é de 400mg, o que corresponde a três xícaras de café. Se houver necessidade de um consumo maior, pode-se complementar com xícaras de café descafeinado, que pode ser consumido em maior quantidade: de três a cinco xícaras diárias.
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