sexta-feira, 8 de setembro de 2017

PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL NO BRASIL BATE RECORDE , ANP



A produção de gás natural no Brasil em julho totalizou 115 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d), superando os 111,8 MMm3/d registrados em dezembro de 2016. O volume representa um aumento de 3,5% em relação ao mês anterior e de 7,3% em relação a julho de 2016.
Já a produção de petróleo totalizou 2,623 milhões de barris por dia (bbl/d), uma redução de 1,9% na comparação com o mês anterior e um aumento de 1,5% em relação ao mesmo mês em 2016. A redução em relação a junho se deve, principalmente, à parada programada da plataforma P-58, que opera na área denominada "Parque das Baleias" (áreas de desenvolvimento de Jubarte, Baleia Azul, Baleia Franca e Baleia Anã).
A produção total de petróleo e gás natural no País foi de aproximadamente 3,346 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). O boletim completo está disponível em http://www.anp.gov.br/wwwanp/publicacoes/boletins-anp/2395-boletim-mensal-da-producao-de-petroleo-e-gas-natural.
Pré-sal
A produção do pré-sal em julho totalizou aproximadamente 1,613 milhão de barris de óleo equivalente por dia, uma redução de 4,3% em relação ao mês anterior. A produção, oriunda de 80 poços, foi de 1,293 milhão de barris de petróleo por dia e 51 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. A produção do pré-sal correspondeu a 48,2% do total produzido no Brasil. Os poços do “pré-sal” são aqueles cuja produção é realizada no horizonte geológico denominado pré-sal, em campos localizados na área definida no inciso IV do caput do artigo 2º da Lei nº 12.351/2010.
Queima de gás
O aproveitamento de gás natural no mês alcançou 96,3%. A queima de gás em julho foi de 4,2 milhões de metros cúbicos por dia, uma redução de 6,3% se comparada ao mês anterior e de 3,5% em relação ao mesmo mês em 2016.
Campos produtores
O campo de Lula, na Bacia de Santos, foi o maior produtor de petróleo e gás natural. Produziu, em média, 789 mil bbl/d de petróleo e 34,2 milhões de m³/d de gás natural.
Os campos marítimos produziram 95,2% do petróleo e 77,6% do gás natural. A produção ocorreu em 8.234 poços, sendo 751 marítimos e 7.483 terrestres. Os campos operados pela Petrobras produziram 93,3% do petróleo e gás natural.
Estreito, na Bacia Potiguar, teve o maior número de poços produtores: 1.090. Marlim, na Bacia de Campos, foi o campo marítimo com maior número de poços produtores: 61.
A FPSO Cidade de Mangaratiba, localizada no campo de Lula, produziu, por meio de 6 poços a ela interligados, 188,5 mil boe/d e foi a UEP (Unidade Estacionária de Produção) com maior produção.
Outras informações
Em julho de 2017, 304 concessões, operadas por 25 empresas, foram responsáveis pela produção nacional. Destas, 79 são concessões marítimas e 225 terrestres. Vale ressaltar que, do total das concessões produtoras, duas encontram-se em atividade exploratória e produzindo através de Teste de Longa Duração (TLD), e outras sete são relativas a contratos de áreas contendo acumulações marginais.
O grau API médio foi de 26,7, sendo 36,1% da produção considerada óleo leve (>=31°API), 47,2% óleo médio (>=22 API e <31 16="" api="" e="" font="" leo="" pesado="">
As bacias maduras terrestres (campos/testes de longa duração das bacias do Espírito Santo, Potiguar, Recôncavo, Sergipe e Alagoas) produziram 128,8 mil boe/d, sendo 104,6 mil bbl/d de petróleo e 3,8 milhões de m³/d de gás natural. Desse total, 123,6 mil barris de óleo equivalente por dia foram produzidos pela Petrobras e 5,2 mil boe/d por concessões não operadas pela Petrobras, sendo 327 boe/d em Alagoas, 2.476 boe/d na Bahia, 74 boe/d no Espírito Santo, 2.121 boe/d no Rio Grande do Norte e 206 boe/d em Sergipe.

Deputados paulistas aprovam maior atuação do mercado na Sabesp, RBA

PRIVATIZANDO


Captação de recursos deve ser de até R$ 9 bilhões, mas a base do governador aprovou emenda destinando apenas 30% do valor para melhoria dos serviços
por Rodrigo Gomes publicado 06/09/2017 15h35
EDUARDO CARMIM/BRAZIL PHOTO PRESS/FOLHAPRESS
água
Projeto da holding é de autoria do governador Alckmin e busca aumentar a participação do mercado na Sabesp
São Paulo – A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou ontem (5) o Projeto de Lei (PL) 659, de 2017, de autoria do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que cria uma holding – grupo que detém a posse majoritária de ações de outras empresas – para exercer o controle da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A justificativa do governo paulista para a medida é captar até R$ 9 bilhões no mercado que deverão ser aplicados na ampliação dos serviços prestados pela companhia. No entanto, a base do governador aprovou emenda destinando apenas 30% do valor que vier a ser arrecadado para melhoria dos serviços de fornecimento de água e captação de esgoto.
A oposição foi contra o projeto e tentou emplacar uma emenda para que 100% dos recursos captados com a venda de ações fossem destinados à melhoria dos serviços. A proposta foi rejeitada pela base aliada ao governador. "O Estado não está fazendo essa operação para investir no saneamento. Tanto é que a bancada do PT fez uma emenda dizendo que 100% dos recursos obtidos com a venda das ações dessa nova empresa deveriam ser revertidos em saneamento público. A base do governo disse não", lamentou o deputado Alencar Santana, líder do PT na assembleia.
Para os parlamentares de oposição, não há garantia de que os dividendos dos negócios da Sabesp serão aplicados para a universalização da coleta e tratamento de esgoto e do fornecimento de água à população paulista. Regiões como a Baixada Santista e Campos do Jordão, locais de intenso movimento turístico em épocas diferentes do ano, ainda despejam esgoto sem qualquer tratamento nos rios. Já a capital paulista segue dependente de sistemas de abastecimento que não garantem segurança hídrica em caso de falta de chuvas, como ocorreu na crise de 2014 e 2015.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sintaema), Rene Vicente, o projeto interessa apenas ao mercado, que vai ter mais espaço para interferir nas políticas da empresa. “Isso pode colocar a universalização do saneamento à população em segundo plano para privilegiar a busca por lucro, mais do que já ocorre hoje”, afirmou.
Desde 2002, a Sabesp tem capital aberto, com ações negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) e Nova Iorque (NYSE). O governo paulista mantém metade das ações e permanece sócio majoritário da companhia. Mas boa parte do lucro obtido, que poderia ser investido em saneamento, acaba sendo destinado ao pagamento de dividendos aos acionistas. De 2003 a 2013, a companhia distribuiu R$ 4,3 bilhões entre os investidores.
Após dois anos de um período de severa seca na região metropolitana de São Paulo (2014-2015), a Sabesp lucrou R$ 2,947 bilhões em 2016. Desse montante, R$ 823,5 milhões foram destinados aos portadores de ações da empresa. No entanto, os investimentos da companhia caíram – em 2016, apenas R$ 5,3 milhões foram destinados a investimentos.
Na avaliação do assessor de saneamento da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Edson Aparecido da Silva, mesmo que o governo paulista detenha menos ações, não perde o controle acionário da empresa, mas sofrerá mais influência. “Com a criação de uma holding, a tendência é que os acionistas tenham maior poder de decisão nos rumos da empresa. Essa proposta tende a ampliar a privatização do saneamento básico, com a pulverização de ações, sob argumento de que é necessário buscar recursos para ampliar investimentos”, completou Silva.
Em audiência na Alesp na semana passada, o presidente da Sabesp, Jerson Kelmann, defendeu o projeto e disse que ele não representa a privatização da empresa. "Ele não se destina à privatização da Sabesp, mas capitaliza recursos. É uma maneira de trazer dinheiro para a companhia", disse. Kelman alegou que a operação é necessária para que mais obras sejam estendidas à população. "Seja na água ou no esgoto, isso não significará a perda do controle. A Sabesp continuará sendo uma empresa estatal", afirmou. 

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Governo de SP quer sócios para empresa de saneamento, FSP


Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press/Folhapress
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, discursa durante envento de celebração dos 15 anos da Sabesp na NYSE (Bolsa de Nova York)
O governador de SP, Geraldo Alckmin, em evento dos 15 anos da Sabesp na Bolsa de Nova York

O governo Alckmin tenta votar com urgência um projeto de lei que cria uma holding para atrair investidores interessados em explorar o saneamento básico, sem abrir mão do controle da Sabesp.
A ideia é criar uma sociedade controladora inicialmente gerida pelo Estado. Depois, o governo pretende vender participações na holding para captar recursos –mantendo a maioria das ações com direito a voto.
A proposta prevê a transferência dos 50,3% que o governo detém na Sabesp para a nova empresa. Segundo a companhia, é uma maneira mais barata para levantar recursos e acelerar seu programa de investimentos.
Um decreto assinado em 2012 pelo governador tucano estabelece que, até 2020, São Paulo deve universalizar a coleta e tratamento do esgoto.
O projeto, no entanto, é considerado genérico por parlamentares e analistas consultados pela Folha.
Uma das dúvidas é sobre a destinação dos recursos da venda de ações do Estado na holding, que poderiam reforçar o caixa do governo sem necessariamente financiar investimentos da companhia.
Em uma das 77 emendas ao texto, o deputado Edmir Chedid (DEM), da base aliada, tenta garantir um mínimo de 30% dos dividendos da Sabesp para saneamento. As propostas de alteração serão apreciadas nesta terça (29) e a expectativa é que o projeto siga para discussão em plenário ainda nesta semana.
"O projeto nasce para injetar recursos para o governo, e não para a Sabesp. Esse investidor entra comprando uma participação em um projeto que não tem muitos detalhes", diz Pedro Galdi, analista-chefe da Magliano Corretora.
Outra incerteza é sobre quais ativos seriam gerenciados pela holding. O texto fala que o objetivo da sociedade controladora é "reunir ativos de saneamento básico", sem, no entanto, especificar outros além da Sabesp.
De acordo com Guilherme Dantas, sócio do escritório de advocacia Siqueira Castro, isso abriria margem para criar novas empresas que possam explorar serviços de saneamento, não só em São Paulo. O texto prevê que a holding expanda sua atuação para além do Estado.
Até agora, o mercado reagiu mal. As ações tiveram quatro pregões de queda depois de o governo encaminhar a proposta à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). No mês, a Sabesp acumula desvalorização de 7,7%.
O texto chegou ao Legislativo em 1º de agosto, em regime de urgência. Deveria passar por três comissões: Constituição e Justiça, Infraestrutura e Finanças –apenas a CCJ é comandada pela base.
No dia 15, o presidente da Casa, Cauê Macris (PSDB), reuniu os três colegiados em uma só sessão, que aprovou o projeto sem ressalvas. A bancada do PT argumentou que essa votação burlou o regimento e pediu a anulação do resultado. Também solicitou audiência pública com representantes da Sabesp, que aconteceu na quarta (23).
Um dia antes, as três comissões se reuniram novamente e, em uma única sessão, aprovaram a proposta.
Barros Munhoz (PSDB), líder do governo, nega que a tramitação tenha sido acelerada e que seguiu todos os ritos previstos pelo regimento.
O deputado conta que a proposta partiu da Sabesp, diante da necessidade de atuar em outras áreas e de recursos para o governo.
Procurada pela reportagem, a companhia não se manifestou sobre o assunto.