quinta-feira, 19 de junho de 2014

Anistia é da alçada do STF, diz presidente do STM (pauta)


Primeira mulher a assumir o Superior Tribunal Militar quer digitalizar os arquivos.

A ministra Maria Elizabeth Rocha, que assumiu, ontem, a presidência do Superior Tribunal Militar (STM), afirmou que cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) decidir sobre a aplicação da Lei da Anistia sobre pessoas que cometeram crimes durante o regime militar, entre 1964 e 1985.
"Se o STF for instado a se manifestar no caso Gomes Lund, poderemos ser chamados a exercer a nossa jurisdição. Mas tudo isso está nas mãos do STF. Ele é que decidirá", disse Maria Elizabeth, a primeira mulher a comandar a Justiça Militar. A ministra se referiu ao caso em que a Corte Interamericana de Direitos Humanos, com sede em San José, na Costa Rica, condenou o Estado brasileiro pelo desaparecimento de 62 pessoas, incluindo Guilherme Gomes Lund, militante que participou da Guerrilha do Araguaia, em 1973. Em 2010, o STF negou uma ação em que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu a responsabilização de agentes de Estado por crimes cometidos durante a ditadura, como mortes e torturas. Após esse julgamento, a Corte Interamericana responsabilizou o Estado brasileiro por desaparecimentos e mortes. Em seguida, a OAB recorreu ao próprio STF. Mas esse recurso ainda não foi julgado. Na avaliação da nova presidente do STM, é preciso esperar por um novo posicionamento do Supremo.
A ministra afirmou ainda que houve a tentativa de julgar a presidente Dilma Rousseff por duas vezes pelo mesmo crime e coube ao STM negar o pedido. "No caso de Dilma, tentou-se julgar a presidente duas vezes e sancioná-la pelo mesmo crime e foi essa Corte que disse que havia litispendência [repetição do pedido] e ela não poderia ser julgada", explicou Maria Elizabeth, referindo-se ao processo contra Dilma na década de 1970, quando ela foi presa por envolvimento com organizações de oposição ao regime militar. A ministra disse que o STM não foi um tribunal de condenações de civis durante o regime militar. Segundo ela, o tribunal militar "deu a primeira liminar em habeas corpus" contra presos pelo regime.
Maria Elizabeth substitui o mandato do ministro Raymundo Cerqueira, que se aposentou. Indicada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2007, para o STM, ela deve permanecer na presidência até março de 2015. Antes da indicação, a ministra trabalhou na Casa Civil da Presidência da República durante a gestão de José Dirceu.
A principal meta da presidente do STM é digitalizar os arquivos do tribunal. Maria Elizabeth acredita que os processos na Corte, que tem 206 anos, podem auxiliar pesquisadores e historiadores e, portanto, devem ser disponibilizados de maneira acessível ao público.
A ministra também quer que a Justiça Militar tenha um integrante no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo ela, essa ausência foi "um esquecimento imperdoável", já que a Justiça Militar deve cumprir as determinações do CNJ.
A presidente do STM defendeu a não discriminação de homossexuais nas Forças Armadas. "Essa é uma luta que eu tenho empreendido desde que tomei posse nesse tribunal. Nós, no STM, muito antes de o Supremo ter prolatado a importante decisão sobre união homoafetiva, já tínhamos julgado um caso de uma companheira que queria ser beneficiada por plano de saúde", continuou. Segundo Maria Elizabeth, não há lei que impeça homossexuais nas Forças Armadas. "Mas há preconceitos que todos nós sabemos. Eu defendo a igualdade. Todos nós, cidadãos brasileiros, temos um compromisso com a pátria. E ninguém pode ser segregado. O Estado não pode promover o discurso do ódio."

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Nota sobre coluna de Míriam Leitão, do Instituto Lula

Nota sobre coluna de Míriam Leitão

Infográfico: Ilustre Bob
Nesta terça-feira (17), a jornalista Míriam Leitão da TV Globo, do jornal O Globo, da Globonews, da CBN e do portal G1 escreveu em sua coluna que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria, em sua fala de sexta-feira (13), reduzido a importância da educação e do estudo. É importante esclarecer que isso não é verdade e que a jornalista deturpou a fala do ex-presidente com uma interpretação incorreta. A frase de Lula foi: “comeram demais, estudaram demais e perderam a educação”, claramente dizendo que anos de estudo não significam, necessariamente, bons modos e respeito, visto que muitas pessoas com recursos se comportaram de forma desrespeitosa e mal-educada ao xingarem a presidenta na abertura da Copa.
O governo Lula investiu mais em educação do que qualquer gestão anterior. O orçamento do Ministério mais que triplicou: passou de 33 bilhões de reais em 2002 para 104 bilhões de reais em 2013. Lula e seu vice, José Alencar, os dois sem diploma universitário, foram o presidente e o vice-presidente que mais criaram universidades no Brasil: 14 novas universidades. Nos últimos 11 anos, o número de estudantes universitários no Brasil dobrou, subindo de 3,5 milhões em 2003, para mais de 7 milhões em 2013. E o programa Prouni permitiu que 1,5 milhão de jovens sem condições financeiras pudessem estudar e obter um diploma.
Assessoria de Imprensa do Instituto Lula

Renan anuncia corte de terceirizados e modernização na Comunicação do Senado


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15/05/2014 - 19h00 Plenário - Atualizado em 16/05/2014 - 18h09


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Da Redação
O presidente do Senado, Renan Calheiros, confirmou em Plenário nesta quinta-feira (15) que vai promover mudanças na estrutura da Comunicação do Senado. O atual contrato de terceirização de serviços da área, que vinha sendo prorrogado há 17 anos, será encerrado. A intenção é promover um corte de 15% nas despesas, reduzindo em R$ 5 milhões os atuais R$ 29 milhões gastos na contratação de cerca de 300 funcionários terceirizados.
Nos últimos dias, a possibilidade de corte mobilizou servidores e senadores, que temiam que a demissão dos profissionais prejudicasse o funcionamento da Comunicação, especialmente da TV Senado. O tamanho do corte e outras medidas acabaram sendo definidas em reunião da Mesa nesta quinta.
Renan garantiu, no entanto, que com a redução de gastos com custeio, decorrente do enxugamento do contrato, será possível viabilizar investimentos na modernização dos veículos de comunicação da Casa, que não são feitos há mais de uma década.
– O contrato será reduzido em 15%, o que representará uma economia de quase R$ 5 milhões ao ano. Com isso, daremos fôlego financeiro aos investimentos em modernização – disse.
A economia permitirá, por exemplo, a modernização da estrutura da TV Senado, processo que será conduzido pela Primeira Secretaria da Casa, comandada pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Serão feitos, assegurou Renan, investimentos da ordem de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões na aquisição de novas câmeras e ilhas de edição - a TV opera, hoje, com equipamentos da época de sua criação, na década de 1990. A expectativa é de que os equipamentos sejam entregues ao Senado até o final do ano.
O presidente esclareceu que o corte na contratação de terceirizados da Comunicação faz parte do trabalho de “racionalização administrativa do Senado”, ação para a qual a atual Comissão Diretora foi eleita, como lembrou Renan.
Com as medidas tomadas desde que assumiu, contabilizou o presidente, R$ 275 milhões foram economizados e devolvidos ao governo federal para aplicação em seus programas sociais. Esse valor, obtido a partir da extinção de órgãos, da fusão de estruturas redundantes e do cancelamento de contratos de terceirização, representa mais de 90% da meta de economia traçado para a Casa no biênio 2013-2014.
— Tudo isso demonstra que o Senado padecia e ainda padece de um gigantismo administrativo que a todo momento precisa ser enfrentado. Este foi o compromisso que nos elegeu e é o real contexto das ações de economia que estamos provendo no Senado – declarou.
Superdimensionamento
Renan Calheiros informou que o Sistema de Comunicação do Senado conta hoje com 654 profissionais, sendo 286 servidores efetivos, 336 empregados terceirizados, 12 empregados comissionados e 20 estagiários. De acordo com dados do Siafi, citados pelo presidente, de 2007 a 2013, o sistema gastou R$ 262,6 milhões, sendo boa parte destinada ao pagamento de pessoal. Em 2013, 60% da despesa anual de R$ 45,3 milhões da área destinou-se ao contrato de terceirização.
- Há um relativo superdimensionamento nos quadros da nossa Comunicação Social que merecem um ajuste. Esse contrato da Comunicação, que é o segundo maior do Senado, se prorroga há 17 anos, eivado de vícios, precisa ser enquadrado não apenas na racionalização, mas também na transparência – defendeu.
O “gigantismo” do Senado acaba por prejudicar, na avaliação do presidente, a gestão e os investimentos necessários à modernização da Casa. A intenção a partir de agora é gastar menos com custeio e mais com investimento em tecnologia, o que deixou de ser feito nos últimos 18 anos devido aos gastos com pessoal, afirmou Renan Calheiros.
- Vemos que este modelo acaba limitando a capacidade de novos investimentos em áreas estratégicas, como a própria Comunicação Social – acrescentou.
Os problemas na terceirização, ressaltou o presidente, não são exclusividade da Comunicação, mas estão presentes na instituição como um todo. Segundo ele, os 4 mil terceirizados que havia na Casa quando assumiu a Presidência já foram reduzidos para 2.960.
Espaço físico
Outro anúncio do presidente foi quanto à melhoria dos espaços físicos para as áreas fim da Casa. Renan esclareceu que o projeto de centralização administrativa foi antecipado e deverá levar para o prédio do extinto serviço de assistência médica do Senado os departamentos administrativos.
Renan também aproveitou o anúncio para agradecer o empenho e dedicação dos servidores da TV, Rádio, Jornal e Agência Senado. Ele ressaltou que os profissionais do setor trabalham com liberdade editorial.
— Eles sabem que nunca houve demanda de senador visando interferir na linha editorial dos veículos da Casa, que operam com a mais ampla liberdade, a maior do seu mercado de trabalho — garantiu.
O presidente avisou ainda que vai aproveitar os aprovados no último concurso feito pela Casa e pedir o retorno dos servidores cedidos a outros órgãos das três esferas de poder para que recomponham o sistema de Comunicação.
Divulgação das atividades
Senadores presentes à sessão enalteceram a disposição de Renan Calheiros para discutir as medidas relativas à Comunicação com a Mesa e os demais parlamentares. Jorge Viana (PT-AC), primeiro-vice-presidente da Casa, chamou atenção para a importância dos veículos de comunicação para a divulgação das atividades legislativas.
—  Agora há um grupo coordenado pelo próprio secretário da área com a Mesa para encontrar a melhor maneira de fazer essa redução de R$ 5 milhões, de seguir reduzindo, mas dando um tratamento, é bom que se diga, diferenciado para a Comunicação do Senado, que é uma atividade-fim mesmo nossa — explicou Jorge Viana.
Wellington Dias (PT-PI) elogiou a busca do diálogo para obter uma solução e sugeriu que o concurso público pode ser um caminho para lidar com as questões de mão de obra. Os senadores Vital do Rêgo (PMDB-PB), Ruben Figueiró (PSDB-MS) e Paulo Paim (PT-RS) também ressaltaram o esforço para encontrar um consenso para lidar com as necessidade de modernização e mudança de cultura na Comunicação.