O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) segue com dificuldades para consolidar sua base de apoio na Assembleia Legislativa de São Paulo e precisou recorrer a um acordo com a bancada do PT para conseguir encerrar o primeiro semestre no Legislativo.
Segundo parlamentares, os problemas concentram-se hoje na insatisfação com o ritmo de pagamento de emendas impositivas, mecanismo que ganha ainda mais importância em ano eleitoral.
É por meio do envio de recursos que os deputados conseguem turbinar as gestões dos candidatos que apoiam nas cidades. As regras eleitorais determinam que pagamentos desse tipo só podem ocorrer até 6 de julho (sábado).
Também há certo incômodo com o estreitamento da relação do governador com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), escolhido por ele na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Parte da bancada bolsonarista prefere o coach Pablo Marçal (PRTB).
Na terça-feira (27), a base do governo na Alesp desistiu de votar projetos prioritários do Executivo por falta de quórum. No dia seguinte, quarta-feira (28), não conseguiu confirmar a presença de 48 deputados para votar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2024, que precisa ser apreciado antes do fim das atividades do semestre para dar início ao recesso.
Diante da dificuldade, líderes da base de Tarcísio apelaram aos parlamentares do PT na Alesp e costuraram um acordo. O 48º deputado a verificar presença na votação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias foi Paulo Fiorilo, líder da bancada do PT.
Em troca da declaração de presença acertada com o PT, o governo desistiu de votar antes do recesso alguns projetos de seu interesse, como a isenção de IPVA para carro híbrido e a transferência de atribuições da Procuradoria-Geral do Estado para a Controladoria-Geral do Estado.
Além disso, também votou 15 projetos de parlamentares da federação do PT (que inclui também PCdoB e PV).
O deputado Teonilio Barba (PT), primeiro-secretário da Alesp, diz que Tarcísio "não tem tido habilidade política com a sua base no parlamento". Ele destaca que outros dois projetos prioritários só foram aprovados na terceira vez que foram a plenário: o das terras devolutas e o das escolas cívico-militares.
"Mesmo a LDO só teve quórum com o voto contrário da oposição, o que comprova a falta de compromisso da base do governador com o estado de São Paulo", afirma Barba.
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