terça-feira, 16 de julho de 2024

Biden pede aos EUA para ‘baixar a temperatura’., MEIO

 “É hora de baixar a temperatura.” Essa foi a tônica do pronunciamento de seis minutos à nação (íntegra no YouTube) que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez na noite de domingo sobre o atentado sofrido na véspera pelo ex-presidente Donald Trump. Biden reconheceu que a paixão está alta em ambos os lados da disputa e que há questões fundamentais em jogo na eleição. “Mas não podemos jamais decair para a violência”, afirmou, conclamando a população a se unir contra a radicalização. “Nós debatemos e discordamos, comparamos... mas na América nós resolvemos nossas diferenças nas urnas”, afirmou. “A política não deve jamais ser literalmente um campo de batalha.” Biden voltou a pedir que não sejam feitas especulações antes de se saberem os motivos do atentado e, com um certo tom de campanha, listou no rol da violência política a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump e outros ataques a políticos democratas. Mais cedo, Biden anunciou uma “revisão independente” da segurança do ex-presidente. (AP)

Trump chegou na noite de domingo a Milwaukee, no estado de Wisconsin, onde começa hoje a convenção que deve confirmá-lo como candidato republicano à Casa Branca. O comando de campanha do ex-presidente fez circular um memorando à equipe que novas medidas de segurança estão sendo implementadas. Segundo Brian Schimming, presidente do diretório republicano no estado, o Fiserv Forum, palco da convenção, é “provavelmente uma das áreas mais seguras do planeta” no momento. (Politico)

Novas informações sobre Thomas Mathew Crooks, suspeito de ser o atirador, começaram a circular, embora ainda não haja indicação dos motivos do crime. O FBI acredita que Crooks agiu sozinho e o tiroteio estava sendo investigado como um potencial ato de terrorismo doméstico. O jovem de 20 anos, morto pelos agentes de segurança, vivia com os pais em Bethel Park, foi um aluno premiado no Ensino Médio, mas era considerado solitário por colegas. Frequentava um clube de tiro e trabalhava em um centro de reabilitação na cidade. Também não dava sinais de ser violento. Já o espectador morto no comício foi identificado como Corey Comperatore, um ex-chefe do corpo bombeiros de 50 anos. Segundo o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, Comperatore usou o próprio corpo para proteger a família quando os tiros começaram. (NBC News e CNN)

Inicialmente elogiado, o Serviço Secreto dos EUA está agora recebendo críticas por sua atuação. A principal é sobre como Crooks conseguiu chegar armado ao telhado de um prédio a apenas 140 metros de onde Trump discursava. A alegação de que o edifício estava fora do perímetro de segurança não agradou, uma vez que um fuzil do tipo AR tem alcance de grande precisão a até 400 metros. (CNN)

Então... O atentado contra Donald Trump é mais um na longa lista de ataques contra presidentes e candidatos à Casa Branca — e cinco deles foram fatais. (Estadão)

David Frum: “O desprezível atentado contra Trump assegura agora a sua posição imerecida como aliado nos rituais de proteção da democracia que ele despreza. As expressões apropriadas de consternação e condenação de todas as vozes proeminentes na vida americana têm o efeito adicional de habituar os americanos à legitimidade de Trump. Perante tal indignação, a prática familiar e adequada é sublinhar a unidade, proclamar que os americanos têm mais coisas em comum do que aquilo que os divide. Essas palavras reconfortantes, verdadeiras no passado, são menos verdadeiras agora.” (The Atlantic)

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A pesquisa “A Cara da Democracia” mostra que o apoio de Lula a candidatos nas eleições municipais ajuda mais e atrapalha menos do que o de Bolsonaro. Foram 40% dos entrevistados que rechaçaram votar em um aliado do petista, enquanto 53% ao menos consideram essa possibilidade. Já no caso de Bolsonaro, 49% rejeitam votar em um candidato que receba seu apoio. Os que ao menos consideram votar em um aliado dele são 46%, mas apenas dois em cada dez eleitores dizem que o apoio garantiria seu voto. O levantamento foi feito entre os dias 26 de junho e 3 de julho pelo Instituto da Democracia, que reúne pesquisadores da UFMG, Unicamp, UnB e Uerj. Os dados apontam também que PT e PL concentram os brasileiros que têm simpatia por algum partido: entre os 23% dos entrevistados que dizem simpatizar com alguma legenda, 52% optam pelo PT e 23% pelo PL. (Globo)

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Agentes da Polícia Federal que participam das investigações sobre o esquema de espionagem ilegal feito durante o governo de Jair Bolsonaro acreditam que o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, hoje deputado pelo PL-RJ, possa ter outras gravações comprometedoras do ex-presidente, conta Bela Megale. A PF está fazendo uma busca no computador de Ramagem, apreendido em janeiro durante operação sobre a “Abin paralela”, que teria espionado ilegalmente ministros do STF, políticos e jornalistas. Os policiais já descobriram a gravação de uma reunião na qual Ramagem e Bolsonaro discutiram formas de blindar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), então investigado por prática de “rachadinha”. Segundo aliados, o ex-presidente está furioso por ter sido gravado e por Ramagem ter preservado o arquivo comprometedor, o que pode abortar a candidatura do ex-diretor da Abin à prefeitura do Rio. (Globo)

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Meio em vídeo. No Diálogos com a Inteligência desta semana, Christian Lynch recebe Luiz Augusto Campos, doutor em Sociologia e professor de Ciências Políticas do IESP-UERJ. Ele fala sobre a cara da nova esquerda no Brasil, as mudanças em relação à esquerda tradicional e o identitarismo. Diálogos com a Inteligência é uma parceria do Meio com a revista Insight Inteligência. (YouTube)

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