De duas, uma: ou esporte e política não se misturam ou se misturam.
Embora seja óbvia a mistura, se o Comitê Olímpico Internacional (COI) separa uma coisa da outra e repele a politica, a Rússia deveria poder estar em Paris com sua bandeira, seus atletas uniformizados e entrar na contagem das medalhas, além de ouvir seu hino tocado sempre que um russo fosse contemplado com medalha de ouro.
Já que o COI rechaça a relação entre esporte e política, o que explica a punição que atinge muito mais os atletas russos que o país?
Como é evidente a relação, a próxima pergunta é: o que Israel está fazendo nos Jogos Olímpicos?
Israel faz com Gaza o que a Rússia faz na Ucrânia, massacra seus habitantes, crianças inclusive, muitas, mais de 15 mil, segundo se estima.
Há outra pergunta: por que os Estados Unidos nunca foram punidos pelo COI se é o país mais intervencionista desde a Segunda Guerra Mundial?
A resposta, rara leitora e raro leitor, está ventando em nossos rostos: os financiadores dos Jogos nunca foram e jamais serão punidos.
Ou, numa palavra, devido à hipocrisia.
Daí, se tem e terá Estados Unidos sempre, se teremos Israel, deveríamos nos locupletar todos e permitir a presença da Rússia.
Afinal, que culpa tem o atleta russo se o novo czar Vladimir Putin resolveu expandir as fronteiras?
Nas últimas Olimpíadas, em Tóquio, a Rússia mandou 335 atletas. Em Paris estarão apenas 15, a convite do COI.
Tudo isso ou nada disso impedirá, a partir desta sexta-feira (26), o deslumbre mundial com o que promete ser a mais bela festa de abertura dos Jogos Olímpicos, porque pela primeira vez fora de estádio, à beira do Sena.
Daí por diante o turbilhão de emoções produzido por esportistas fabulosos permitirá esquecer o horror das guerras, verdadeira moeda de duas faces.
A cara mostra a alegria das disputas entre os melhores, noves fora a ausência dos russos (e dos bielorrussos).
A coroa revela as nossas contradições: a diversão supera a indignação com a guerra entre os exércitos russo e ucraniano —e com o genocídio promovido por Israel na Palestina.
O que fazer além de desejar boas Olimpíadas a todos?
CONTRA OS EUA
LeBron James, Stephen Curry e Kevin Durant, além de Jayson Tatum e Jaylen Brown etc. e tal desfilarão o melhor basquete do mundo pelas quadras de Lille e Paris.
Quem gosta de basquete não perderá nenhum dos jogos da fase de grupos contra o Sudão do Sul, Sérvia e Porto Rico, os três jogos em Lille e, a partir das quartas de final, em Paris.
Em tese, a medalha de ouro está garantida, mas, na prática, nem tanto.
Porque em cinco dos jogos-treinos que fizeram, tiveram dificuldades em três, só vencendo no fim o Sudão do Sul, a Alemanha e a Austrália.
E provavelmente haverá mais torcedores querendo ver uma zebra que as previsíveis vitórias norte-americanas.
Restar esperar e dizer que não cremos em bruxas, pero que las hay, las hay.
TIME SIM, CLUBE NÃO
O time do Corinthians sinaliza que, ao menos, pode escapar da parte de baixo da tábua de classificação e se vencer o Grêmio nesta quinta-feira (25), em Itaquera, dará largo passo em busca de posição intermediária.
Em compensação, o clube segue alvo de notícias, cada uma pior que a outra.
Ora é mais uma penhora, ora é nova mentirada que por Nossa Senhora!
O time tem salvação; o clube, não.
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