O diretor da Sciences Po, uma das universidades mais prestigiosas da França, anunciou nesta quarta-feira (13) sua renúncia após ser alvo de acusações de violência doméstica.
Em comunicado, Mathias Vicherat, 45, afirmou sua inocência ao mesmo tempo em que anunciou que havia decidido deixar a instituição que formou nomes como o atual presidente do país, Emmanuel Macron, para "preservá-la".
"Me importa mais a instituição do que a mim mesmo", escreveu o agora ex-diretor. "A Justiça esclarecerá a realidade dos fatos."
Vicherat e sua ex-namorada Anissa Bonnefont, atriz e cineasta, acusam-se mutuamente de violência doméstica, e foram detidos por suspeita de agressão em 3 de dezembro. Foram liberados no dia seguinte, mas a promotoria de Paris abriu uma investigação sobre o caso.
Quando a prisão tornou-se pública, estudantes protestaram no campus principal da Science Po, na capital francesa, pedindo a demissão de Vicherat. Ex-diretor de gabinete da prefeitura da cidade, ele tinha sido eleito em 2021 justamente com um programa contra a violência sexual e o sexismo.
O antecessor de Vicherat na universidade também se demitiu em razão de um escândalo. Frédéric Mion renunciou ao cargo em fevereiro de 2021 por evidências de que tinha ignorado as suspeitas de que o cientista político Olivier Duhamel, à época um renomado professor na universidade, tinha abusado sexualmente de seu enteado quando este tinha 14 anos.
A Sciences Po foi fundada em 1872 para formar funcionários públicos, mas foi gradualmente aberta a alunos que buscavam carreiras no setor privado e a estudantes estrangeiros.
Muitas figuras ilustres saíram de suas salas de aula. Exemplos são o estilista Christian Dior e o escritor Marcel Proust, além do ex-premiê do Canadá Pierre Trudeau, pai do atual líder do país norte-americano.
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