A melhora das projeções de crescimento econômico em 2024 está associada em boa medida ao mercado de trabalho, que ainda dá sinais de força no país.
Dados do IBGE apontam que a renda média habitual dos trabalhadores alcançou R$ 3.110 por mês no trimestre até fevereiro.
É o maior valor para esse intervalo desde o início da série histórica, na virada de 2012 para 2013. Já a massa de rendimento, a soma dos salários recebidos, renovou o recorde de diferentes trimestres (R$ 307,2 bilhões).
Uma combinação de fatores pode explicar o quadro. A abertura de vagas formais, que costumam pagar mais do que os populares bicos, e a política de valorização do salário mínimo fazem parte da lista.
Ao chegar a R$ 3.110 até fevereiro, a renda subiu 1,1% em relação ao trimestre anterior, até novembro, e 4,3% em um ano.
Os percentuais de aumento já foram mais intensos, mas a continuidade da recuperação é vista como possível estímulo ou suporte ao consumo das famílias.
Em outras palavras, a renda em patamar elevado pode conter a desaceleração prevista para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2024, uma das preocupações no radar do governo Lula (PT).
Isso não quer dizer que todos os desafios macroeconômicos estejam superados. A renda em alta e o desemprego em baixa, lógico, são positivos para o trabalhador.
Analistas, porém, alertam que o consumo fortalecido requer atenção com potenciais impactos na inflação, sobretudo de serviços.
O crescimento sustentável da atividade econômica, com preservação do mercado de trabalho e combate a possíveis pressões sobre os preços, não é tarefa já superada.
Não à toa, o Banco Central sinalizou incerteza sobre a velocidade da queda da inflação e do corte dos juros.
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