Coral Davenport
O governo Biden finalizou nesta segunda-feira (18) uma proibição ao único tipo de amianto ainda utilizado nos Estados Unidos. Essa é a primeira vez desde 1989 que o governo federal do país toma medidas significativas para restringir o material industrial tóxico.
A regulamentação da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) deve proibir o uso, fabricação e importação do amianto crisotila, associado ao câncer de pulmão e ao mesotelioma —um câncer que se forma no revestimento de alguns órgãos internos.
A crisotila é a única forma bruta de amianto conhecida por ser atualmente importada, processada ou distribuída para uso nos Estados Unidos. Conhecido como amianto branco, o mineral é usado em materiais de telhado, têxteis e cimento, bem como em juntas, embreagens, pastilhas de freio e outras peças automotivas. Também é um componente em diafragmas usados para fazer cloro.
De certa forma, a proibição é uma versão mais fraca de proposta anunciada pela agência em 2022, que exigia uma eliminação gradual de dois anos para a maioria dos usos comerciais.
A regra agora deve pedir que a proibição de importações comece assim que a medida entrar em vigor. Mas dará até 12 anos para que as empresas eliminem o uso de amianto na fabricação, dependendo da instalação. A mudança seguiu os esforços de lobby de empresas, como a Olin Corp., uma grande fabricante de produtos químicos, bem como de grupos comerciais, incluindo a Câmara de Comércio dos EUA e o Conselho Americano de Química.
"Com a proibição de hoje, a EPA finalmente está fechando a porta para um produto químico tão perigoso que foi proibido em mais de 50 países", disse o administrador da EPA, Michael Regan, em uma ligação telefônica com repórteres. "O presidente (Joe) Biden entende que essa preocupação atravessou gerações e impactou a vida de inúmeras pessoas."
Defensores da saúde que lutam há décadas para proibir todas as formas de amianto disseram que a nova regra é insuficiente. O mesotelioma afeta de forma desproporcional os bombeiros, que são expostos ao amianto por meio de prédios danificados e têm um risco muito maior de desenvolver o câncer do que a população em geral.
O Conselho Americano de Química, uma organização de lobby, havia pedido 15 anos para eliminar o uso de amianto. O conselho disse que eliminar o uso de amianto na fabricação de componentes de tratamento de água potável "causaria danos substanciais ao abastecimento de água potável da América e alarme injustificado para produtos no mercado que são essenciais para projetos contínuos de clima, sustentabilidade e infraestrutura."
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