PARIS | AFP e REUTERS
Uma das primeiras capitais europeias a disponibilizar patinetes elétricas para aluguel, Paris se tornará pioneira também ao bani-las, a partir de 1º de setembro. A decisão foi anunciada neste domingo (2) pela prefeita da cidade, Anne Hidalgo, após 89% dos eleitores de um referendo sobre o tema optarem pelo fim do serviço.
A votação chamou a atenção pelo baixo comparecimento —só 7,46% dos parisienses, ou 103.084 pessoas, foram às urnas. As três operadoras de patinetes elétricas na cidade, Lime, Tier e Dott, haviam solicitado que a eleição fosse realizada online para incentivar a participação de jovens, seu principal público-alvo. Tiveram o pedido negado por Hidalgo, que fez campanha contra os veículos.
Clément Beaune, ministro do Transporte francês visto como possível candidato à administração municipal da capital nas próximas eleições, chamou a consulta popular de um "enorme fracasso democrático" à emissora BFM.
Paris registrou só no ano passado 408 acidentes com patinetes elétricas e meios de transporte semelhantes. Sete pessoas morreram nos episódios, e outras 459 ficaram feridas.
Críticos dos veículos afirmam que é frequente ver seus usuários desrespeitando as regras de trânsito, andando na contramão e atropelando pedestres nas calçadas, e se queixam que eles costumam ser abandonados a esmo no espaço público, atravancando a passagem de pedestres.
As operadoras de patinetes sugeriram criar regulações mais estritas para seus serviços. Suas propostas envolvem impedir que mais de uma pessoa ocupe cada veículo, incluir neles placas de identificação para que a polícia possa multar os que desrespeitarem tráfego, e implementar mecanismos para checar se os usuários são de fato maiores de idade.
Patinetes elétricas estão disponíveis em Paris desde 2018 —para alugá-los, basta acessar um aplicativo. Em 2020, reclamações sobre o meio de transporte levaram a prefeitura reduzir o número de suas operadoras a três, além de impor um limite de velocidade de 20 km/h aos veículos e criar áreas de estacionamento específicas.
O uso privado de patinetes continua liberado na cidade. Custando de € 300 a € 400 (R$ 1.650 a R$ 2.200, aproximadamente), porém, elas não são acessíveis para boa parte dos parisienses. Lime, Tier e Dott estimam que seus serviços sejam usados por cerca de 400 mil pessoas por mês.
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