Depois de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Roraima, agora é o Ministério Público de Mato Grosso que vai apurar se houve irregularidade na contratação de cantores, sobretudo do sertanejo, por cachês que ultrapassam o R$ 1 milhão.
A investigação, que tem como alvo 24 das 27 prefeituras do estado, também envolverá Sorriso, cidade a 400 quilômetros de Cuiabá onde Zé Neto deu início à polêmica, batizada na internet de "CPI do sertanejo", ao criticar uma tatuagem que Anitta fez no ânus e dizer que os sertanejos não dependem de Lei Rouanet, isto é, de dinheiro público.
A operação levará a uma força-tarefa entre os promotores de Justiça do Mato Grosso responsáveis pela "defesa do patrimônio público e da probidade administrativa", nas palavras do procurador-geral de Justiça do Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira, que instaurou o procedimento.
As contratações, a princípio, não são ilegais, mas a discussão em torno dos cachês já levou ao cancelamento de uma apresentação de Gusttavo Lima por R$ 1,2 milhão em Conceição do Mato Dentro, cidade mineira a 163 quilômetros de Belo Horizonte.
O cancelamento ocorreu depois que Folha noticiou que o cachê do cantor tinha sido pago com desvio de verba, já que o dinheiro, obtido a partir da Compensação Financeira pela Exploração Mineral, só poderia ser gasto com saúde, educação, infraestrutura e ambiente.
Gusttavo Lima, que foi o segundo artista mais ouvido do Spotify no ano passado, virou o pivô da polêmica por ter o cachê mais alto entre os sertanejos do país. Outros músicos bastante populares recebem bem menos. A dupla Zé Neto & Cristiano, por exemplo, embolsa entre R$ 180 mil e R$ 550 mil, enquanto Bruno & Marrone tocam por R$ 500 mil, para citar dois exemplos.
Lima nega irregularidades. Por meio de sua assessoria de imprensa, ele afirmou que "não pactua com ilegalidades" e que não é seu papel "fiscalizar as contas públicas".
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