O presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou um encontro reservado com o colega americano Joe Biden durante a Cúpula das Américas para pedir ajuda de Washington em sua reeleição, disseram fontes da diplomacia americana à agência Bloomberg. Para tentar convencer Biden, o brasileiro alegou que seu adversário e líder nas pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seria um perigo para os interesses americanos no Brasil. Segundo essas fontes, Biden, que teria ressaltado a importância de preservar a integridade do processo eleitoral brasileiro, desconversou diante do pedido. Na semana passada, ao questionar o sistema eleitoral brasileiro em entrevista a uma TV, Bolsonaro voltou a falar em fraudes nas eleições americanas de 2020, nas quais seu aliado Donald Trump perdeu para Biden. (Bloomberg)
Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) usou as redes para criticar enfaticamente o suposto apelo de Bolsonaro a Biden. “Em qualquer lugar do mundo, pedir a intervenção de uma nação estrangeira em assuntos internos é crime de alta traição à pátria!”, escreveu em seu perfil no Twitter. (Correio Braziliense)
Jamil Chade: “Constrangimento e vergonha. Foi dessa forma que o Itamaraty e alguns dos principais diplomatas brasileiros receberam os relatos de que Bolsonaro teria solicitado ajuda de Biden nas eleições. O gesto foi visto como uma ‘afronta’ à soberania nacional e viola até mesmo os princípios de independência. O constrangimento foi ainda maior depois que a reação do governo americano foi, ao ouvir o pedido, de simplesmente mudar de assunto.” (UOL)
Ainda nos EUA, Bolsonaro participou no sábado de um evento numa igreja evangélica brasileira em Orlando, na Flórida. Em seu discurso, ele criticou o aborto e a “ideologia de gênero” e voltou a desafiar as leis, agora as da biologia. “Somos pessoas normais, podemos até viver sem oxigênio, mas jamais sem liberdade”, afirmou. (Metrópoles)
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