domingo, 13 de dezembro de 2020

STF Michel Temer entra na roda dos possíveis convidados para um ministério modificado, Elio Gaspari, FSP


O nome de Michel Temer entrou na roda dos possíveis convidados para um ministério modificado. Ele iria para o Itamaraty, substituindo o cataclísmico Ernesto Araújo.

Um retorno de Temer a Brasília como chanceler seria êxito garantido, porque depois de Araújo qualquer coisa serve. O ex-presidente nunca se meteu em fantasias diplomáticas, teve uma boa relação com Joe Biden e o chinês Xi Jinping. Ambos sabem que o doutor não é pancada.

Biden esteve no Brasil em 2016, como vice-presidente, e reuniu-se com Dilma Rousseff por duas horas. O vice Temer foi deixado de fora e, a convite de Biden, visitou os EUA meses depois.

Temer é um pajé do centrão e vem ajudando nas costuras para a presidência do Senado. Quando o governo de Dilma Rousseff começou a fazer água, ela o colocou na coordenação política do Planalto. Temer costurou acordos e foi fritado pelo comissariado petista. Deu no que deu.

À época, ele se queixava que fazia combinações usando seu crédito e foi deixado ao sol. A prudência recomenda que corte seu cartão caso retorne a Brasília.

BRETAS E NYTHALMAR

Só o juiz Marcelo Bretas sabe quão próximas eram suas relações com o advogado Nythalmar Dias Ferreira. Surfando a onda da Lava Jato, esse doutor formou um plantel de clientes que foi do ex-deputado Eduardo Cunha ao empresário Fernando Cavendish.

Dependendo da proximidade, Bretas precisará de um bom advogado. Nythalmar é investigado pela Polícia Federal e poderá achar conveniente colaborar com a Viúva.

Não seria desejável que o magistrado deixasse a narrativa em mãos alheias.

FUX NA VACINA

Se Bolsonaro continuar encrencando com a Coronavac, em janeiro a questão da vacina acabará chegando ao Supremo Tribunal Federal e os litígios cairão no colo do ministro Luiz Fux, plantonista da corte durante o recesso.

Fux e sua assessoria já estão estudando o assunto.

CÂMARA

A qualidade da preferência do Planalto na disputa pela presidência da Câmara pode ser avaliada por um fato singelo: podendo sinalizar interesse pela candidatura da deputada Tereza Cristina, atual ministra da Agricultura, Bolsonaro deixou a bola passar.

OS DE GAULLES E OS KENNEDYS

É excelente a biografia do general Charles De Gaulle (1890-1970) escrita por Julian Jackson.
Ele governou a França por dez anos, até 1969. Tinha uma filha e um filho longe da política.

Outra filha, Anne, nasceu em 1928 com síndrome de Down. Mal enxergava e não falava. De Gaulle nunca se afastou dela e os dois brincavam por horas.

Já o milionário americano Joseph Kennedy mandou sua filha Rosemary, uma adolescente com distúrbios nervosos, ser submetida a uma lobotomia. Deu tudo errado.

Anne morreu em 1948. “Agora ela ficou como as outras”, disse De Gaulle. Um ano depois, Rosemary Kennedy foi escondida numa casa de religiosas. Ela sobreviveu aos pais e aos irmãos John e Robert. Morreu em 2005, aos 86 anos.

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