Ah, se toda brasileira e todo brasileiro pudessem viver no mundo louco de Bolsonaro. Que tranquilidade. Seria o fim da depressão e das rugas.
A chance de existir em uma dimensão à parte, onde tudo é brincadeira e o que vale é rir da cara dos outros.
Bolsonaro é o nosso Ferris Bueller, personagem de “Curtindo a Vida Adoidado”. Coitado do Ferris, não merecia a comparação. Com idade mental inferior à de um adolescente, el Bolso só quer aproveitar cada minuto desse presente de Deus (acima de tudo) chamado Presidência. Muito melhor do que ganhar na Mega-Sena, porque veio junto a imunidade penal temporária. Extensiva, tudo indica, à família inteira. Nada acontece com o clã.
Bolsonaro é o nosso Bruce Willis com o cabelo repartido no lado e o corpo fechado.
Agora mesmo, inaugurando um trecho de ponte no Rio Grande do Sul, ele ignorou solenemente a máscara, o álcool em gel e o distanciamento social. Em seu mundo paralelo, não ficou nem vermelho ao afirmar que o Brasil chegou ao finalzinho da pandemia. No mesmo dia, 10 de dezembro, os jornais falavam em UTIs lotadas por todo o país.
Bolsonaro é o nosso Barão de Münchhausen, a realidade chutada para baixo da ponte.
Depois de se autoelogiar, de enaltecer as Forças Armadas e de fazer a inevitável propaganda da hidroxicloroquina, Bolsonaro não resistiu a tirar onda no Camaro azul e amarelo da Polícia Rodoviária Federal. Nada como o prazer de dirigir feito um rapazote abilolado —não importa se um carro ou uma nação.
Depois de perguntar à imprensa se tinha algum voluntário ali para a vacina, era hora de voltar.
Decisões importantes aguardavam o mandatário em Brasília. Por exemplo, as providências para o próximo Planalto Fashion Week.
Depois da exibição dos trajes da posse, é grande a expectativa pelos modelitos que serão expostos no Alvorada. A camisa de força, o vestido laranja, outro com estampa de cheques e a roupa do Bozo já vazaram para o público.
Parece que agora serão lançados uma cueca com bolso frontal para guardar o três-oitão e também um longuinho com o número 89 formando um padrão elegantérrimo.
Espera-se que Bolsonaro faça a voz fininha e diga “tô com Covid” para gáudio dos presentes ao desfile. Porque se tem alguém que se diverte adoidado hoje no Brasil, é ele.
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