domingo, 27 de setembro de 2020

Elio Gaspari Governo Bolsonaro tem feito quase nada para comemorar bicentenário da Independência, FSP

 

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Outro dia o vice-presidente Hamilton Mourão lembrou mais uma vez que os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil.

Mourão tem gosto pela História e faltam menos de dois anos para o bicentenário do Grito do Ipiranga. Talvez tenha chegado a hora de se esclarecer esse mito. Em 2017, num estudo publicado pelos Cadernos do Centro de História e Documentação Diplomática, Rodrigo Wiese Randig mostrou que o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil foi a Argentina, que à época atendia pelo nome de Províncias Unidas do Rio da Prata.

A Argentina reconheceu o Império do Brasil no dia 25 de junho de 1823 e, em agosto, seu representante apresentou suas credenciais ao chanceler brasileiro. Os Estados Unidos só reconheceram o Brasil um ano depois, e o embaixador José Silvestre Rebelo entregou suas credenciais ao presidente James Monroe no dia 26 de maio de 1824.

O governo tem feito pouco, quase nada, para comemorar o bicentenário da Independência. Arrisca atolar numa patriotada estéril, como aconteceu em 1972, no sesquicentenário, quando a ditadura passeou os ossos de dom Pedro 1º pelo país até colocá-los numa cripta nos jardins do Museu do Ipiranga. Anos depois ela virou mictório.

Dois meses depois da entrega de credenciais pelo embaixador brasileiro a James Monroe, dom Pedro 1º recebeu o embaixador do reino africano do Benim na Quinta da Boa Vista. O Benim estava mais para entreposto de escravizados do que para reino.

A UNANIMIDADE ESPERTA

Nelson Rodrigues já ensinou que toda unanimidade é burra.

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A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro decidiu por unanimidade avançar com o processo de impedimento do governador Wilson Witzel. A unanimidade pode também ser esperta, muito esperta.

EREMILDO, O IDIOTA

Até um idiota como Eremildo pode entender que o Ministério da Educação nada tem a ver com o reinício das aulas.

Néscio, ele não sabe explicar se o doutor Milton Ribeiro também acha que seu ministério não tem nada a ver com o escalafobético edital do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação que, há mais de um ano, tentou torrar R$ 3 bilhões numa licitação viciada para a compra de equipamentos eletrônicos.

A Controladoria-Geral da União travou o jabuti, mas até hoje não se sabe de onde ele saiu.

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