A China vai parar de aceitar pedidos de importação da empresa brasileira Monteiro Indústria de Pescados Ltda por uma semana, a partir de 26 de setembro, depois que um pacote de peixe congelado testou positivo para o coronavírus, disse a alfândega chinesa nesta sexta-feira (25).
O departamento chinês havia dito anteriormente que suspenderia as importações de empresas por uma semana, se os resultados de testes fossem positivos para o vírus pela primeira ou segunda vez.
A Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados), cujos integrantes têm na China um mercado crescente que responde por até 30% dos embarques nacionais, avaliou o caso como algo isolado e que ainda carece de confirmação.
Segundo o presidente da Abipesca, Eduardo Lobo, os "retestes estão sendo feitos na China" e, se não forem encontrados indícios de contaminação, a indústria poderá voltar a exportar normalmente aos chineses.
Não foi possível contatar a Monteiro Indústria de Pescados. A companhia não é associada da Abipesca.
Lobo disse que o setor encara a suspensão temporária de uma empresa com tranquilidade, uma vez que a indústria nacional tem seguido rígidos protocolos de segurança do Ministério da Agricultura, que incluem medidas sanitárias relacionadas aos veículos, contêineres e embalagens.
Ele explicou que, no caso de ser identificado novamente coronavírus na China, a suspensão pode ser maior, mas ainda restrita à Monteiro Indústria de Pescados.
"É um procedimento normal, o setor está tranquilo quanto à segurança do produto no Brasil e estamos trabalhando em harmonia com a autoridade chinesa, que está nos informando o que está acontecendo", afirmou.
"É um caso específico, isolado, e até que sejam feitos retestes, não tem como dizer a gravidade, mas diante de toda a segurança da protocolo, estamos tranquilos quanto à qualidade dos alimentos", afirmou ele, ressaltando que os riscos de embargos não são extensivos ao setor, mas sim direcionados a unidades produtoras.
O produto no qual teria sido identificado o coronavírus é uma embalagem de peixe espada congelado, disse o executivo, que também é presidente da Câmara Setorial da Produção e Indústria de Pescados do Ministério da Agricultura.
Ele disse que o peixe espada não é um dos produtos mais vendidos aos chineses, que incluem pescadas amarela e branca, além de atum, entre outros.
A exportação de pescados do Brasil à China gira em torno de US$ 70 milhões por ano (R$ 389,7 milhões), com chineses e norte-americanos alternando como os maiores destinos do produto do país, cujos embarques totais são estimados em US$ 300 milhões (R$ 1,670 bilhão) em 2020.
O Brasil é um grande importador de peixes, com volumes anuais em torno de US$ 1,3 bilhão R$ 7,2 bilhões), incluindo salmão e bacalhau, mas está no caminho de avançar no mercado exportador, segundo Lobo.
A expectativa é de que as exportações de pescados do Brasil aumentem para US$ 600 milhões (R$ 3,340 bilhões) por ano em 2021 e ultrapassem US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) em 2025.
Na semana passada, a China suspendeu as importações de um produtor de frutos do mar da Indonésia também devido a testes positivos para o coronavírus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário