A campanha municipal está para começar. O sinal inequívoco são as pesquisas eleitorais, que já vão dando as caras. Daqui a pouco vêm a propaganda no rádio e na TV e, finalmente, as urnas.
Este pleito é importante não só porque selecionará os prefeitos e vereadores dos 5.568 municípios do país mas também porque indicará quanto resta do sentimento antiestablishment que foi decisivo para a eleição de Bolsonaro dois anos atrás.
Na maioria das cidades, são questões locais que determinam os resultados. Em algumas, contudo, ocorre uma espécie de nacionalização, e as diferenças ideológicas que dão os contornos da disputa pelo poder no país acabam, se não definindo o pleito, exercendo influência considerável.
O fenômeno se dá em geral nas megacidades, que é onde partidos e outras forças políticas tendem a fazer seus principais investimentos. Não é coincidência que Bolsonaro, que prometia manter-se afastado das corridas municipais, apoie mais abertamente candidatos em São Paulo e no Rio.
E como interpretar a vantagem de nove pontos que, segundo o Datafolha, Celso Russomanno, o homem de Bolsonaro em São Paulo, abre sobre Bruno Covas? É cedo para dizer.
Convencionou-se afirmar que a pesquisa é o retrato do momento. Verdade, mas seria importante acrescentar que o processo pelo qual o eleitor forma seu voto é tudo menos linear. A melhor explicação para o vaivém das pesquisas é que, enquanto o cidadão se informa sobre a disputa (o que ocorre durante a campanha), ele rateia, tergiversa e muda de ideia, mais de uma vez, o que torna as primeiras sondagens pouco informativas.
Mas, se é assim, por que fazê-las com tanta antecedência? Bem, como pesquisas são um dos elementos que as pessoas usam para informar-se, o acúmulo de várias delas acaba sendo o sinal de que chegou a hora de o eleitor pensar seriamente em quem vai votar, o que as tornará mais informativas.
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